polacodabarreirinha

Poesia, música, gracinhas e traquinagens

quinta-feira, junho 29, 2006



Tem um cara genial em Curitiba que fez da alma passarinha seu motivo de amor à arte e à beleza. O Rogério Dias vai por seus ovinhos em exposição no Jokers. Imperdível. Vou estar lá na inauguração e espero encontrar todos os meus amigos.

Exposição
PINTURAS Rogério Dias


Abertura dia 03 de julho, às 20h00
Jokers
03/07/ 06 a 29 /07 /06
Rua São Francisco, 164
Fone 41 33242351








A poesia


Essa angústia de fazer o melhor,
Essa saudade daquilo que não tive,
Um bom poema sempre sabe decor,
Na ponta da língua, o som que o motive

A fazer da dor apenas um out-door,
Onde em letras garrafais sobrevive
Toda emoção feita de sangue, suor
E lágrimas, que o coração exige,

Pra se sentir vivo dentro do peito.
Mas se o poema não diz a que veio
Então não deveria nem ter nascido,

Já que a alma, espelho da beleza,
Não será, não é e nem terá sido
A expressão real da sua natureza!

Antonio Thadeu Wojciechowski



quinta-feira, junho 22, 2006





Se você quer receber o CD Wojciechowski em casa. Faça agora mesmo o seu pedido.
Deposite na Caixa Econômica Federal, em nome Antonio Thadeu Wojciechowski, agência 0374, conta-corrente 20597-7, a quantia de R$ 15,00 ( quinze reais o CD) mais o valor do envio via Correio que pode ser: a) REGISTRADO ( demora de 4 a 10 dias) no valor de R$ 5,00 ou b) via SEDEX (demora de 1 a 2 dias) no valor de R$ 17,00. Assim escolha a opção que você preferir some os valores e faça o depósito. E comunique para thadeupoeta@yahoo.com.br, o seu CD será remetido imediatamente.

Grande abraço

Polaco da Barreirinha





terça-feira, junho 20, 2006

Uma canção para vocês.




Estou reescrevendo o meu novo romance O MUNDO CÃO É O MELHOR AMIGO DO HOMEM, pois não ficou como eu queria. Daí esse meio abandono do Polaco da Barreirinha. Quero ver se termino até o final de agosto, então tenham um pouquinho de paciência e me perdoem se eu deixar de postar alguns dias. Além disso, ficou pronto o CD Wojciechowski. Fui lá na Chefatura ontem buscar. O CD ficou um primor, bem melhor do que eu imaginava, mas falarei sobre isso dentro de alguns dias, quando darei início aos lançamentos e à venda. Por enquanto, vcs ficam com a capa. E com uma canção.

Bjs

Thadeu









Duas noites dessas, dois grandes amigos meus foram me visitar, o Plínio Gonzaga Filho e o Ederci Del Grossi. Nas duas vezes trouxeram muitas cervejas e muita conversa agradável e engraçada, que se transformaram em 38 poemas. Aí vão alguns, para vocês terem uma pequena idéia da loucura que foi o nosso papo nessas duas noites.


Eu gosto de uma coisa mais real
Mais centrada
Poesia pra mim tem que ser pura
Água que fura
Mulher nua
Luz no olho da rua
Coisa de quem acha
E não de quem procura

Thadeu e Ederci



Poesia a gente faz
Com uma mão na frente
E a outra atrás
O verso, indiferente,
Sempre diz mais
Quando pode somente
Dizer tudo que sente

Thadeu e Plínio


Feio na foto

O que você quer
Com essa cara de patrimônio
Público tombado?
Placas de reconhecimento
Monumento
Coroas
Botas de cimento?

Um discurso tão politicamente correto
Que chegue a balançar o teu coreto?
Bronze, chumbo, mármore ou granito
Não vão deixar você mais bonito!

Thadeu e Plínio


Um preto pode ter um branco?
Um vermelho pode amarelar?
Pode? Então eu vou azular!

Thadeu e Plínio

Um golpe certo atrai o alvo
Une ação e reação no movimento
Prevê o furacão num olho calmo
E tudo mais cai no esquecimento

O mestre se mostra ausente na presença
E presente quando se ausenta no momento
A iluminação não é o que você pensa
A pena que você sente é a sua sentença

Thadeu, Plínio e Ederci






quinta-feira, junho 15, 2006

terça-feira, junho 13, 2006






Curitiba dá a outra face


Curitiba tem uma cara aberta,
Outra fechada. A que se abre nunca
É a que recebe, mas a que expulsa;
A que fecha exibe a imagem certa.

Das duas caras, uma, se descoberta,
Põe pra sorrir a sinistra dentuça;
A outra, sincera, jamais se aperta:
Quanto mais se afasta, mais se junta.

Aquele que, pelo avesso, incorreta
E preconceituosamente, nos julga,
No mínimo, escolheu a face abjeta,

Acreditando ser a opção correta,
Pois a fechada não faz média, cuida
Apenas da verdade em sua verve bruta!

Antonio Thadeu Wojciechowski




segunda-feira, junho 12, 2006

São Paulo é um barato.

O Edílson Del Grossi, Sérgio Viralobos, Isabel, Ana, Betânia, Suzana, Felipe, Flávia, Carlos Careqa, Mário Bortolotto, Fernanda me proporcionaram um divertidíssimo fim de semana em São Paulo. Esses poemas, feitos na casa do Edílson, com a sempre brilhante participação do Sérgio Viralobos, são dois frutos dessa compatibilidade genial.
Abraçãozaço do Polaco da Barreirinha.








Metamorfosear-me


Medrar como um camaleão
Merecer por fazer sofrer
Me renegar como filho
Me enervar a paixão
Me deixar tudo a perder
Me sacrificar com estilo
Me alimentar de ração
Me mijar por te ver
Me deixar no cio
Me desligar da televisão
E correr para os seus braços
Minha Vênus de Milo

Thadeu, Sérgio e Edílson





Nota de Esclarecimento

Edição, mixagem e um pouco de humor sobre nota de esclarecimento da Daslu,
publicada esta semana nos jornais

Surpreendida pela prisão
de meu único e incestuoso irmão
por acusações totalmente insubsistentes
inexistindo qualquer indício de subfaturamento
na alegação de que teria ocorrido interpolação fraudulenta
fato que em momento algum corresponde à realidade
venho a público manifestar meu desagravo

reedição de medidas arbitrárias
são absolutamente desnecessárias
já que a síndrome de pânico
encarcerou para sempre meu querido irmão

Thadeu, Sérgio e Edílson





domingo, junho 11, 2006

Viva o SESC! Vida longa ao Chico!


Promessa é dúvida.


Aqui no Brasil, promessa não vale bosta nenhuma. Pelo menos se levarmos em consideração o que diz essa politicalha lazarenta que anda por aí. Mas aqui no Polaco, promessa é dívida. Portanto pago agora e à vista. Abaixo os flagrantes do evento VANguarda do SESC, em Piracicaba, onde Chacal, eu e o grupo Piracicabacanas fizemos uma performance sensacional.


Um potente sistema de som, na VANguarda, arrepiou as ruas de Piracicaba.


A turma toda em pose especialíssima.


Thadeu aguardando a hora de entrar em cena, enquanto os Piracicabacanas detonavam.


Afiando os instrumentos.


Thadeu matando a pau. Os microfones sem fio meu e do Chacal deram bastante agilidade ao evento. A gente podia se mover à vontade.


Thadeu louco, berrando o poema Homem de Ferro, do Marcos Prado e Sérgio Viralobos.


Chacal arrebentando em performance espetacular. Quem viu não vai esquecer jamais.

sexta-feira, junho 09, 2006







bêbada lucidez



estou bêbado
e nada mais importa
não sinto agora
o peso das horas
da gravidade
dos meus pensamentos
continuo possuído
por vinho
poesia
divindade

- ei!

estive aqui um dia
com uma dona da noite
o relógio dando corda
ao tempo que não perdoa

- garçom!

hoje estou mais alegrinho
e ao bambo, nada importa
nem poetas nem mar de rosas
nem essas nuvens de estrelas
entre constelações nebulosas

- mais um!

estou balão e como fumaça
que ninguém quer tragar
flutuo sobre o balcão:
a porta que me leva
para fora do bar
já não está no mesmo lugar

Antonio Thadeu Wojciechowski, Fernando Koproski e Roberto Prado




limites


Ao Tiago (1980-1980), filho falecido de Roberto Prado ( Beco) e Liliane, e à Marília,
ex-namorada e amiga atualmente.

sou só água de represa
querida menina
água que não se agüenta comportada
e por isso não se alheia ao sol

hoje, bem hoje,
é que me divido aqui:
coração nublado de infinito
só pra não te oferecer
um novo compasso de espera

querida menina
conto a história das calçadas
conto ainda
que sou água de represa que
evaporou
o chão nublado infinitamente
chuva

eu, lágrimas de teus olhos?
claro que não, querida menina,
um dia sem mágoas na lagoa da alma
por certo
dia de permanecer em nenhuma ferida

tomo tua mão e nem sinal ou sede
nada que não seja o próprio líquido
capaz de movimentar a noite ociosa
dentro de nosso sapato furado

apressa o passo, querida menina,
se não quer me ver molhar de sangue
todos os punhais de meus versos

sabe de uma coisa, querida menina,
sou capaz de suportar a escuridão do bairro
enquanto vou passando
como quem vai passando e vê postes
e quebra as lâmpadas
e não consegue a rua mais escura

quando saio, à noite
olho bastante comovido para o meu bairro.
meu coração perdoa mais uma vez
quando caminho quebrando lâmpadas
pra sentir mais intenso o brilho das estrelas

no entanto, as luzes sempre acesas denunciam:
é mentira a história das pedras
ou a eficácia da comunicação
chega ao ponto de trocar a lâmpada
antes mesmo que eu a quebre

porém, estão acesas as luzes do meu bairro.
encosto no poste, escrevo um poema
e quebro a lâmpada que nunca faltou
no meu bairro repleto de lâmpadas
i n q u e b r á v e i s

luz?
só a que está no pensamento:
eu entretendo meu corpo no teu
num piso de estrelas
e de ruas de lâmpadas quebradas

é bem possível que eu não tropece
em nenhuma pedra, querida menina

nunca houve queixa de meus vizinhos
que nunca se queixam
mesmo quando além das lâmpadas
eu ainda quebro-lhes as vidraças

são generosos os meus vizinhos
que nunca se queixam
das lâmpadas ou das vidraças

hoje quando vim de tua casa
as luzes estavam acesas no meu bairro
antes de entrar em casa e dormir
olhei como quem olha e transmite uma séria ameaça:
ser o impossível em tudo que já aceso

entro como quem entra em casa
mas fica na rua observando as lâmpadas
e a segunda parte de um novo sonho:
uma estrela bem ali verdadeira nasce
( a mais curta duradoura graça de uma saudade)

Tiago indo e vindo
não é pedra de quebrar lâmpadas
Tiago vem como um cometa
e não nega à vida a luz da compreensão
que substitui a dor de sua falta física

ontem quando inauguraram a iluminação
de um bairro distante,
a estrela que tinha luz fraquinha desapareceu
daí pensei: quando iluminarem todos os bairros
vou ter poucas estrelas no céu

Tiago não
Tiago tem todas
Béco e Liliane mais que ninguém sabem
que o abraço persiste onde já não existe braço
e supera o além na umidade dos olhos

lá de casa é que senti:
a distância não dá sossego
quando se mora num bairro de lâmpadas
plof !
todas as cinzas apodrecendo nas frestas
de uma eterna semana coagulada

daí a noite escura se solta
e reaparece uma estrela dolorida
bem ali
no sopro selvagem de um brilho
postiço dentro da sombra do planeta

querida menina,
o contido é o que me foge à lembrança
mas não tenho remorsos e nem dores
por ser o carrasco das lâmpadas
no bairro onde moro escuro
pra ser amável às estrelas

não demora muito depois que eu deito para amanhecer

vais entrando dentro de mim
querida menina
no abandono de mim
sol que me evapora e me chove
distante da possibilidade de outra represa

tem dias que eu penso
que a gente devia ter casado
e ido morar sobre uma estrela
dessas que parecem estar falando
com o coração da gente

viveríamos nela com tempo para conversar
sobre todas as coisas boas
que tanto desejamos ao mundo e às pessoas

a gente viveria nela igualzinho a passarinho
que dá ao ar o ar de sua graça
para ter luz de sol na cortina do quarto

mas não demora muito depois que eu deito
para amanhecer e lembrar que lá no porão
não tem nada não
só o mesmo insignificante rato roendo
a roupa do rei que rói as ruas do reino

um porão e uma estrela
minha casa e algumas lâmpadas quebradas
no chão de meu bairro
minha cidade
meu país

em cacos

( meu silêncio é responsável)

masco teu beijo
querida menina
como chicletes:
sol que engulo afoito

no entanto
finjo que durmo
mas não sem antes quebrar
a lâmpada do quarto

em cacos

Antonio Thadeu Wojciechowski (1980)

quinta-feira, junho 08, 2006

ainda morro disso








galinhas,
tirem suas mãos peludas
de cima de mim
eu não nasci ontem

nem tenho pena de ninguém
vamos ver quem come quem
na minha história
tem sempre revolução

enquanto os boitatavam
as galinhas empunhavam
ovos na passeata

fora, bundões,
na arena vocês hão de se ver
com meus culeões

antonio thadeu wojciechowski e edson de vulcanis





terça-feira, junho 06, 2006







Piracicaba para sempre.

Esse evento do SESC Piracicaba vai ficar pra sempre na minha memória.
Só posso dizer pra vocês uma coisa: sensacional! Eles montaram uma Van com equipamento de som e o grupo performático Piracicabacanas, Chacal e eu íamos invadindo os espaços, bares, faculdade, ruas, e declamando poemas, dançando, duelando.
Um show de alegria. Poesia viva, de surpresa, e é assim que eu gosto. Viva a poesia. Viva o Chico do Sesc. Viva Piracicaba. Viva eu, viva tu, viva o rabo do tatu!

Thadeu

Obs: Estou aguardando as fotos para postar.










Tempo ao tempo


Uma hora dessas, eu sei, vou pra fita,
Comer capim do bom pelo tubérculo,
Juntar os pés, terminar a partida
E ir para o vestiário inédito.

Mas morrer não é o fim do mundo, a vida
Pode ser em um minuto mais que um século
E ultrapassar toda e qualquer medida,
Paralelamente a esse universo.

A imaginação fantasia e ilude
O pragmatismo da plebe rude,
Que insiste na vida após a morte.

Mas não tenho essa de estrela da sorte,
O corvo que cagou na minha cabeça,
Tem a sua a prêmio como recompensa!


Antonio Thadeu Wojciechowski



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