Do eu para mim mesmo.
O que que deu nesse rapaz?
Vai tirar uns dias de férias
para trabalhar mais!?
Vou terminar a tradução de uma peça do Brecht. Portanto, estarei de férias até o fim de janeiro. Espero terminar em 15 dias e começar meu novo romance. Portanto virem-se sem meus posts. Ficam todos esses poemas e poetas a dizer por mim.
Polaco da Barreirinha
a
a
a
Quase blues
eu sórdido
eu maldito
eu vira-lata
eu pequenino
que nem um verme
que nem um cisco
sentado no topo do mundo
espantando mosquitos
Fabrício Marques
a
Quase blues
eu sórdido
eu maldito
eu vira-lata
eu pequenino
que nem um verme
que nem um cisco
sentado no topo do mundo
espantando mosquitos
Fabrício Marques
a
a
Presença
Coragem de andar
sobre os precipícios
sem desfalecer,
entre labaredas,
mas não se queimar,
com os violentos
e os indiferentes,
no mundo inimigo,
sem deixar de amar.
Helena Kolody
Epílogo do carnaval e da vida
É preciso um pierrô a chorar.
Um desses que chora rindo, no fim.
Que chora a cantar
De braços abertos no meio do salão
Quando as luzes já se se apagaram.
Rui Werneck de Capistrano
a
Presença
Coragem de andar
sobre os precipícios
sem desfalecer,
entre labaredas,
mas não se queimar,
com os violentos
e os indiferentes,
no mundo inimigo,
sem deixar de amar.
Helena Kolody
Epílogo do carnaval e da vida
É preciso um pierrô a chorar.
Um desses que chora rindo, no fim.
Que chora a cantar
De braços abertos no meio do salão
Quando as luzes já se se apagaram.
Rui Werneck de Capistrano
a
a
Sorri-se
quando disse, na saída,
deixo meu sorriso,
disse bem,
até sorrir pra você
não vou sorrir pra mais ninguém
também disse,
o que se deixa é o que permanece
não esqueca, essa sou eu
que agora desapareceu
e se mais não disse
é que sorria
um sorriso que ficasse
para depois de ter ido
como se nunca partisse
como se tudo existisse
ah se eu soubesse
ah se você me visse
Alice Ruiz
Quanto tempo dura um poema?
Quanto tempo dura um poema?
O tempo do olho
sobre a página?
O tempo do corpo
vida afora?
O tempo da pátina
na memória?
Quanto tempo dura um poema?
Este poema.
Este,
que você lê agora.
Marcelo Sandmann
j.l.33
pedras,
lapidadas
sobre as lonas,
luto
a costurar cada
fio
mão trêmula
bordadas
jóias
transparentes eram
os dedos
textura, os panos
veludo -
sob a estopa,
gasta.
Virna G. Teixeira
O poema
O poema
in
Comoda
Como 01 cisco no olho
íngua na língua
O verso martela
Reverte - revela
Ressoa - Pessoa
Se há poesia
A pedra pousa
E o poema
Alça voa
Aroldo Pereira
Mira Cetti
os cabelos de
marayr
aos vinte antes
longos
se ao vento
enroscam
se os dedos suas luvas
ao mesmo sol
homofônico.
e na umidade
sobre a epiderme
um eco
de estranhos
pássaros
Jussara Salazar
No baldio
no baldio
um ipê floresce
mais amarelo que o sol
Joba Tridente
Touro sentado na pedra
touro sentado na pedra
à lápide pálida cara
contemplo a calma
deste lugar deserto
tanta cruz
e nenhuma alma por perto
Palito
Vieste
vieste
voraz e vertigem
e de tê-la
me contive
que de plantar amores
colhi
versos e tempestades
Pagu
Teatro lotado
teatro lotado
lugares marcados
falas erradas
papéis trocados
a cenografia da vida
nos melhores teatros da idade
Alessandra Kalko
Mensagen cifrada
Madeira, corda e pano
animais dentro do peito
Transparência
quebra de ciclo
um vento,
uma folha
O sentido de existir.
Sônia Wolff
Quixote
cavalos náufragos
nua noite dentro de nós
num tropel de barcos
um marujo em meus olhos
um copo cheio de cervantes
Márcio Davie Claudino
vertigem
uma lua cheia
todo telhado passeia
sob a noite imensa
tontos ficaram meus olhos
o céu no dobrar de um lenço
Wilson Bueno
Semente
Rainha no meio do povo
te resgata de novo
e te faz florir
É como uma pequena semente
que tão de repente
vai se explodir
Efigênia R. Rolim
Viagem de trem
Trabalhadores
pedaços de pão
mil bananeiras
olhos de amplidão
Ferros dispersos
dedos de verão
Trilhos dormentes
despontam do chão
Desesperanças
dormem nos vagões
águas correntes
que só dizem não
Sujas crianças
acenos de mão
casas caladas
verdes solidões
Reinoldo Atem
a
Sorri-se
quando disse, na saída,
deixo meu sorriso,
disse bem,
até sorrir pra você
não vou sorrir pra mais ninguém
também disse,
o que se deixa é o que permanece
não esqueca, essa sou eu
que agora desapareceu
e se mais não disse
é que sorria
um sorriso que ficasse
para depois de ter ido
como se nunca partisse
como se tudo existisse
ah se eu soubesse
ah se você me visse
Alice Ruiz
Quanto tempo dura um poema?
Quanto tempo dura um poema?
O tempo do olho
sobre a página?
O tempo do corpo
vida afora?
O tempo da pátina
na memória?
Quanto tempo dura um poema?
Este poema.
Este,
que você lê agora.
Marcelo Sandmann
j.l.33
pedras,
lapidadas
sobre as lonas,
luto
a costurar cada
fio
mão trêmula
bordadas
jóias
transparentes eram
os dedos
textura, os panos
veludo -
sob a estopa,
gasta.
Virna G. Teixeira
O poema
O poema
in
Comoda
Como 01 cisco no olho
íngua na língua
O verso martela
Reverte - revela
Ressoa - Pessoa
Se há poesia
A pedra pousa
E o poema
Alça voa
Aroldo Pereira
Mira Cetti
os cabelos de
marayr
aos vinte antes
longos
se ao vento
enroscam
se os dedos suas luvas
ao mesmo sol
homofônico.
e na umidade
sobre a epiderme
um eco
de estranhos
pássaros
Jussara Salazar
No baldio
no baldio
um ipê floresce
mais amarelo que o sol
Joba Tridente
Touro sentado na pedra
touro sentado na pedra
à lápide pálida cara
contemplo a calma
deste lugar deserto
tanta cruz
e nenhuma alma por perto
Palito
Vieste
vieste
voraz e vertigem
e de tê-la
me contive
que de plantar amores
colhi
versos e tempestades
Pagu
Teatro lotado
teatro lotado
lugares marcados
falas erradas
papéis trocados
a cenografia da vida
nos melhores teatros da idade
Alessandra Kalko
Mensagen cifrada
Madeira, corda e pano
animais dentro do peito
Transparência
quebra de ciclo
um vento,
uma folha
O sentido de existir.
Sônia Wolff
Quixote
cavalos náufragos
nua noite dentro de nós
num tropel de barcos
um marujo em meus olhos
um copo cheio de cervantes
Márcio Davie Claudino
vertigem
uma lua cheia
todo telhado passeia
sob a noite imensa
tontos ficaram meus olhos
o céu no dobrar de um lenço
Wilson Bueno
Semente
Rainha no meio do povo
te resgata de novo
e te faz florir
É como uma pequena semente
que tão de repente
vai se explodir
Efigênia R. Rolim
Viagem de trem
Trabalhadores
pedaços de pão
mil bananeiras
olhos de amplidão
Ferros dispersos
dedos de verão
Trilhos dormentes
despontam do chão
Desesperanças
dormem nos vagões
águas correntes
que só dizem não
Sujas crianças
acenos de mão
casas caladas
verdes solidões
Reinoldo Atem
a
a
a
retardatário
felizes estigmas
dos ventos de outono
se deixam
levados
álamos sejam louvados
mesmo que varridos
pelos garis
Jane Sprenger Bodnar
Amor
Apesar de sua induração,
o ferro,
renitente e inflexível,
consente à umidade
o gozo escarlate da ferrugem.
Edival Perrini
Deixo os papéis sobre a mesa da memória
Deixo os papéis sobre a mesa da memória
Esqueço versos sob o arco do céu
Arranjo numismáticas e lógicas para o tempo
Retiro celulóidedos filmes, esgaço sulcos dos discos
Reparto nuvens com a solidez de vidraça
Armazeno fios de tapete
Cravo dores nos recortes fotográficos
Do sol, os avarandados
Do vaso, a mínima rosa.
Marco Antônio de Menezes
Ecos para Catatau
Vai, Paulo! Ser pedreira na vida.
Saiba que viver será sucinto
e que não serás freguês distinto
com o peito infernado de tanto coração.
Aqui neste lugar, onde nada pára
para ser ventura,
carregarás o peso da dor
como se doer fosse poesia.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto será teu coração
condenado a ser exato:
- matéria é mentira.
Mestre em desastres numa Curitiba acrílica e comportada,
passarás como quem fica, puro plagiário da Ilíada:
vulto suspeito amando a esmo.
Luiz Alberto Pena Kuchenbecker
O poema ontem
o poema ontem
me pegou no adormecer.
mandei que fosse.
qual goteira em desamarro
tanto mar bateu às portas
tive eu
de construir torneiras
a estancar a enxurrada.
na úmida manhã
feito destino
acordado sobre a mesa
o poema das marés.
Jandyra Kondera Mengarelli
vovô
O velhinho lá da esquina
já sabe que te amo.
Riu muito quando me viu
passar na tua porta
com este olhar imbecil
que fico quando te vejo
É um velhinho
muito esperto
e reconhece o desejo
que carrego escondido
até de mim...
mas que não engana
esta ciência que só
os velhinhos tem...
Wilmar Gonçalves de Lima
Guerra moderna
corre
abaixa
é natasha
ela morre
agorinha
na minha tv
as pessoas na ponte
com alvos no peito
estão tão prontas no prompt
já mortas de medo
mas ainda querem morrer
ao vivo na minha tv
João Otávio Malheiros
O vento outonal
O vento outonal
tece um tapete folhado
ao longo da rua.
Delores Pires
Primaveril
O cheiro da flor
e a risada dos meninos
dentro da chuva
são da mesma cor
Hamilton Faria
Ao ais
Dentro deste minuto
(oportuno?)
os ais dos homens pararam.
Leopoldo Scherner
Que fumaça pálida
Que fumaça pálida
Tentando atravessar
Minha garganta travada
Que bar enfumaçado
Tudo fechado
Que bando de olhos arregalados
Tentando transpassar a fumaça
Que fumaça atrevida
Tentando parar meu coração
Que fumaça esganiçada
Tentando cantar um rock-and-roll
Decididamente que fumaça louca.
Tentando clivar meu coração
Bia de Luna
retardatário
felizes estigmas
dos ventos de outono
se deixam
levados
álamos sejam louvados
mesmo que varridos
pelos garis
Jane Sprenger Bodnar
Amor
Apesar de sua induração,
o ferro,
renitente e inflexível,
consente à umidade
o gozo escarlate da ferrugem.
Edival Perrini
Deixo os papéis sobre a mesa da memória
Deixo os papéis sobre a mesa da memória
Esqueço versos sob o arco do céu
Arranjo numismáticas e lógicas para o tempo
Retiro celulóidedos filmes, esgaço sulcos dos discos
Reparto nuvens com a solidez de vidraça
Armazeno fios de tapete
Cravo dores nos recortes fotográficos
Do sol, os avarandados
Do vaso, a mínima rosa.
Marco Antônio de Menezes
Ecos para Catatau
Vai, Paulo! Ser pedreira na vida.
Saiba que viver será sucinto
e que não serás freguês distinto
com o peito infernado de tanto coração.
Aqui neste lugar, onde nada pára
para ser ventura,
carregarás o peso da dor
como se doer fosse poesia.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto será teu coração
condenado a ser exato:
- matéria é mentira.
Mestre em desastres numa Curitiba acrílica e comportada,
passarás como quem fica, puro plagiário da Ilíada:
vulto suspeito amando a esmo.
Luiz Alberto Pena Kuchenbecker
O poema ontem
o poema ontem
me pegou no adormecer.
mandei que fosse.
qual goteira em desamarro
tanto mar bateu às portas
tive eu
de construir torneiras
a estancar a enxurrada.
na úmida manhã
feito destino
acordado sobre a mesa
o poema das marés.
Jandyra Kondera Mengarelli
vovô
O velhinho lá da esquina
já sabe que te amo.
Riu muito quando me viu
passar na tua porta
com este olhar imbecil
que fico quando te vejo
É um velhinho
muito esperto
e reconhece o desejo
que carrego escondido
até de mim...
mas que não engana
esta ciência que só
os velhinhos tem...
Wilmar Gonçalves de Lima
Guerra moderna
corre
abaixa
é natasha
ela morre
agorinha
na minha tv
as pessoas na ponte
com alvos no peito
estão tão prontas no prompt
já mortas de medo
mas ainda querem morrer
ao vivo na minha tv
João Otávio Malheiros
O vento outonal
O vento outonal
tece um tapete folhado
ao longo da rua.
Delores Pires
Primaveril
O cheiro da flor
e a risada dos meninos
dentro da chuva
são da mesma cor
Hamilton Faria
Ao ais
Dentro deste minuto
(oportuno?)
os ais dos homens pararam.
Leopoldo Scherner
Que fumaça pálida
Que fumaça pálida
Tentando atravessar
Minha garganta travada
Que bar enfumaçado
Tudo fechado
Que bando de olhos arregalados
Tentando transpassar a fumaça
Que fumaça atrevida
Tentando parar meu coração
Que fumaça esganiçada
Tentando cantar um rock-and-roll
Decididamente que fumaça louca.
Tentando clivar meu coração
Bia de Luna
3 Comentários:
olá Tadeu,
Tem como você me enviar o seu contato?
Preciso falar com você.
Arnaldo Belotto
Oi, Arnaldo.
thadeupoeta@yahoo.com.br
Abraço
Thadeu
Rodrigo, primeiramente, me explica toda essa pompa do seu sobrenome e me fale um pouco sobre suas origens.
De onde eu venho ( Brasília) quase ninguém diz que é filho de italianos ou polacos, sou sim um brasileiro “quinhentão”, filho de carioca com baiano ( e é da minha família baiana que vem o tal sobrenome fidalgo, Rodrigo Barros Homem d’El-Rei ) .
Dizem que todo jovem é incendiário, quando amadurece, dá uma de bombeiro. Você toca em duas bandas, uma punk e outra mais ligada à MPB, dá para ser incendiário e bombeiro ao mesmo tempo?
Acho que o maxixe machine é mais incendiário do que bombeiro, mas nisso estou com o beco (Roberto Prado):
“Vivas para quem coloca a bomba.
Vivas para quem a desmonta.”
O que sobrou da sua primeira experiência com o grupo musical CONTRABANDA? E porque ela acabou, após o show “Por um novo incêndio romântico”, mesmo com todo sucesso que ela fazia?
O Maxixe Machine é o filho natural da Contrabanda, já o BaaF é o bastardo, e isso já um legado razoável pra uma banda juvenil e despretensiosa.
O Show do fim da Contrabanda foi o “Rock até Ficar Rouco”, no Guaírão, e a razão principal para o precoce fim foi que alguns dos seus membros se deram conta que a Contrabanda Interprise (sic) Corporation e Limitadas Companhias (era esse o nome completo) não fazia tanto sucesso quanto eles achavam que ela realmente fazia. Eu achei ótimo que acabasse.
Como foi a relação da Contrabanda com as drogas pesadas, entre elas, o álcool?
Não lembro de drogas pesadas durante o período da Contrabanda. Mas tínhamos uma relação muito amistosa com o álcool, quase fraternal. Alguns de nós se tornaram até amantes do álcool.
O Marcos Prado foi o principal letrista tanto da Contrabanda quanto do Beijo AA Força, o que uniu vocês?
Uma mesa de bar nos unia.
O principal letrista da Contrabanda era o Sérgio Viralobos. O Marcos começou a escrever conosco um pouco mais pra frente, em 1980/81. Já no Beijo AA Força, o Prado e o Sérgio dividiram mais igualmente a tarefa. Depois, com a partida do Sérgio, o Marcos foi o colaborador principal, apesar de muitas composições em parceria com o Roberto Prado, com o Thadeu, Edilson Del Grossi e até com o Retta.
O ano que vem vai fazer 10 anos que o Marcos Prado faleceu. Como vocês preenchem o enorme vazio que ele deixou?
Dentro do possível gravamos suas canções em nossos CDs e, mais, continuar compondo sem deixar cair a qualidade das novas canções é uma boa homenagem ao aprendizado que tivemos com ele.
O Marcos foi o melhor poeta da sua geração, o mais brilhante. E, apesar d’eu achar sua obra incompleta, pela sua morte precoce, a qualidade dos seus textos é fenomenal. Mas sei do valor do Sérgio Viralobos e de seus parceiros em boa parte desta obra.
Entre os seus parceiros mais antigos estão o Ferreira e o Walmor Góes, esse casamento vai longe?
Desde a Contrabanda tocamos junto, isso foi há 25 anos, temos 8 CDs gravados juntos e parece que temos mais alguns discos para fazer juntos ainda.
De onde surgiu a idéia de, no auge do Beijo AA Força, formar o grupo Maxixe Machine ?
Na verdade, para montar bandas é preciso ter um bom repertório, então, para nós montarmos o Maxixe Machine ou o OINC foi uma moleza, temos mais músicas compostas do que bandas para tocá-las e gravá-las...
Quais os objetivos do projeto A GRANDE GARAGEM QUE GRAVA e quais os seus futuros desdobramentos?
A GGG é uma concretização da teoria que eu e o Ferreira compartilhamos: o mito que a indústria formal de discos está morta. O CD está morto . A GGG é somente uma transição para outra mídia, que eu não sei qual vai ser. Mas estaremos preparados quando ela chegar. Nós, da guerrilha cultural, temos olhos de lince.
A próxima etapa do projeto será o lançamento das 2 caixas contendo os 16 CDs gravados ao vivo na Grande Garagem de janeiro a junho. A primeira tiragem será para distribuição à imprensa, patrocinadores e bibliotecas, mas poderá também ser vendido por encomenda a R$ 70,00 cada caixa contendo 8 CDs.
E para completar o lançamento da coleção “Poetas em Movimento”, com 12 CDs e mais de 35 poetas.
Ter a oportunidade de conhecer, gravar e acompanhar o que poetas e novas bandas de Curitiba vêm fazendo ajuda a renovar as perspectivas e recarregar as pilhas?
Nós ( da GGG) já tínhamos uma visão e um mapeamento destas atividades em Curitiba, mas só agora conseguimos transformá-las em produto cultural. No final das contas o resultado do produto cultural é o que interessa, não as vendas ou a visibilidade desse produto, mas é uma pena ouvir de tão longe o tilintar das moedas.
Temos a maior coleção de poesia oral do país (quase 90 poetas), e agora, também temos a maior coleção de bandas ao vivo já lançados sob um mesmo selo. Não é pouco. E a qualidade é altíssima.
Como você vê o Beijo AA Força e o Maxixe hoje dentro do panorama musical brasileiro?
O que tenho a dizer é que estamos completamente fora da indústria, mas totalmente inseridos no contexto.
Quais os projetos futuros com cada uma dessas bandas?
E quando sairão novos CDs?
Estamos agora com vários projetos diferentes :
Acabamos de gravar ao vivo na GGG dois CDs, um com canções que tínhamos em parceria com o Marcos Prado e Sérgio Viralobbos, que irá encartado no livro definitivo da obra do Marcos, chamado “Ultralirycs” e outro que já está pronto, e cantado inteiramente em portunhol intitulado, “Carlos Careqa & Maxixe Machine – Nosotros que somos nós miesmos” que vai ser lançado em agosto.
Estamos em fase de escolha de repertório para dois outros CDs, com previsão de lançamento para novembro : O “adult-kids” ABC do Lá-lá-lá, um CD infantil com o Maxixe Machine e o CD homenagem ao Thadeu, o polaco da barreirinha, chamado “Wojciechowski”, que trará um bom apanhado do melhor da obra desse parceiro e sensacional compositor.
E já temos material pronto e gravado para o CD de BaaF, o qual contará com participações especiais de ilustres do rock de Curitiba.
Ufa, isso já vai dar um trabalhão!!!!
Você é um artista multimídia, canta, toca, representa, produz e ainda faz um programa de rádio. Quantas horas tem o seu dia, afinal?
Na verdade, nenhumas destas coisas eu faço bem, mas seria bem pior se eu fosse bancário. Fazer um programa como o Radiocaos nem considero como trabalho... é diversão pura.
Quanto ao tempo, a disponibilidade dele depende do meu interesse no que eu esteja fazendo, ou na falta de dinheiro que é proporcional ao empenho. Sou sócio do ócio e da desorganização, mas não freqüento o clube.
Por que vocês se fixaram em Curitiba, uma cidade que não está no mapa da mídia nacional? Isso não atrapalhou?
Não, o que atrapalhou foi que Curitiba não fica no nordeste, e não tem folclore, e aí ninguém fica com pena da gente... hehehe.
O que acontece hoje em Curitiba musicalmente e por que estamos fora da mídia?
Em Curitiba, estamos fora da mídia por que não se faz uma música que interesse para a indústria (a famosa e famigerada música funcional). Mas os idiotas da subjetividade (sic) não percebem isso. O que é estar na mídia? Tocar no Gugu? Ir na Xuxa?? (Talvez alguém queira até tocar no Gugu, sei lá...).
O que e quem você curte aqui em Curitiba?
Além da minha turma e parceiros (Walmor , Ferreira, Sérgio, Renato Incesto, Thadeu, Edilson, Edson, Marcos e o Trindade) , gosto do Bad Folks, do Glauco Solter, do Careqa , do Mordida, do Arnaldo Machado, do Gruvox , do Primal , d‘Os Catalépticos , Jeff Bass , Pelebroi e outros poucos ... hoje detesto as coisas num espectro bem menor...
E no Brasil e no mundo?
Vim do punk , não tenho referenciais profundos e totêmicos com nenhum artista em especial , poderia dizer Ween ou Tom Verlaine, poderia dizer Ismael Silva ou Noel, mas eu estaria mentindo . O que me interessa é a diversidade de leituras e reflexões sobre a vida e seus momentos que a música possibilita.
O que ainda mais te emociona?
Amor, Cultura & Dinheiro.
O que mais te aborrece?
Idiotas, Ladrões e Filhos da Puta.
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