Saudades de Curitiba
Azul celeste de doer nos olhos,
O inverno todo sem chuva castiga
Árvores, nascentes, plantas, rios, solos,
Que parecem ter que viver de brisa.
Neste céu, o sol, fritando meus miolos,
Entre brilhos, entre sombras, se estica,
Se espalha, senhor de si entre os dois pólos,
Tal faraó farol que o Egito agita
No tempo mumificado do templo
De Akhenaton e Nefertiti ao único
Deus. Em Curitiba, esse mesmo Sol,
No inverno, era outro, eu bem me lembro.
Era esfriar e se aconchegar junto:
Sol só sob sobretudo e o cachecol!
Antonio Thadeu Wojciechowski
16 Comentários:
Realmente, Polaco, o inverno de Curitiba não é mais aquele. Parece verão.
Flávio
Odeio frio. Gostei do poema.
Bj
BB
Thadeu, vc tem uma cópia do poema ao Deus Sol desse faraó? Se tiver, coloque aqui que eu copio.
Beijos
Leila Amaral
Leila, existem vários, entre eles esse. Espero que eu tenha acertado.
Bj
Thadeu
Teu alvorecer é belo no horizonte do céu,
Ó, Aton vivo, Começo da vida!
Quando surges no horizonte oriental do céu,
Enches toda a terra com tua beleza;
Pois és belo, grande...
Teus raios cobrem as terras,
E tudo o que criaste...
Tu és Ra...
Tu os unes pelo teu amor.
Embora estejas distante, teus raios estão na terra...
Luminosa é a terra.
Quando surges no horizonte,
Quando brilhas como Aton durante o dia.
As trevas são banidas,
Quando lanças teus raios...
Eles vivem quando brilhas sobre eles.
Excelentes são os teus desígnios, Ó, Senhor da eternidade!...
Pois teus raios nutrem todos os jardins,
Quando surges, eles vivem, e crescem por ti.
Fazes as estações do ano para criar todas as tuas obras;...
Para contemplar tudo o que criaste...
Tu estás em meu coração,
Nenhum outro que te conhece...
Tu o tornaste sábio em teu desígnios
E em teu poder.
O mundo está em tuas mãos,
Como o criaste...
Pois tu és duração...
Por ti o homem vive,
E seus olhos contemplam tua beleza...
Vivendo e florescendo para todo o sempre.
Numerosas são todas as tuas obras"
Elas nos estão ocultas,
Ó, tu, Deus único,
Cujos poderes nenhum outro possui.
Intencionalidade dadaísta
Assim como a névoa não deixa marca debaixo das minhas mãos,
Assim não me demorei nos mosteiros europeus
Anseio abraçar uma senhora
possuindo tudo
até a canção
a próxima canção
Para você ter um amante
Para você ter um coração
Para tranquilizar-me
nas noites distantes do verão
Minha senhora pode dormir cheia de dádiva
Quanta gente nesta cidade pode viajar apenas com duas barras de sabão?
Oxentebisnki
meu caro thadeu,
penso muito sobre o nosso inexistente inverno. cadê a curitiba de 20 anos atrás? com muito frio, cachecóis e sobretudo? pena tudo isso ser apenas um poema e não mais a realidade...
forte abraço
TS
Norton:
meu coração é apenas ilusão
todo aquele que duvida
divide comigo a emoção
thadeu
Isso sim que é entender uma cidade. Inverno, verão, primavera, outono, toda essa conversa me dá sono. Mas é bom falar, sentir, pra ver se o mundo vai acabar.
Mauro Fernandez
"Onde está a patagônia que não me manda mais frente fria?
Que esse calor seja breve"
Curitiba anda tão chata que nem do tempo podemos reclamar.
Maringas
... Eu estou adorando... odeio frio... beijos, polaco...
Anna
porra Thadeu, li o "Assim até eu"; gostei pra caralho, grande presente... escrevi um post lá no Entumecido. grande abraço.
amei o cd!
amei o livro!
Não entendo o que o pessoal fica dizendo com "eu odeio frio", "está bom assim".
Curitiba simplesmente não é quente assim no inverno, oras! É a natureza desse belo lugar ser frio no inverno e quente/ameno no verão, simplesmente. Quem viu ou vê os rios e represas por volta da cidade não vai achar o calor tão bonito assim. É óbvio que há algo estranho nisso tudo, que não faz parte de Curitiba, e retira sua beleza de inverno.
e tenho dito
tadeu, não esquece de cair lá no porão loquax hoje. abraços. leprevost.
li o que a Luana achou do seu livro...e eu estou afoito pra ler tambem...vai la no rasgamortalha e me diz como faco pra conseguir...grande abraco do jorge ferreira
... gosto não se discute, Catatau, "se lamenta"...
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