Irena Sendler (1910-2008)
Uma polonesa do tamanho do mundo.

Você, Irena, nunca se considerou uma heroína completa e ainda, ao final da vida, disse que tinha a consciência pesada por ter feito tão pouco. Pode ser, poede ser que para um ser da sua dimensão espiritual talvez seja mesmo pouco salvar 2.500 crianças judias do gueto de Varsóvia, alimentá-las, dar-lhes um lar, abrir-lhes a possibilidade inesgotável da vida. Creio mesmo, Irena, que no momento em que a Gestapo lhe quebrou as pernas e os braços, você em vez de responder ao que os nazistas queriam saber, deveria estar pensando como faria para continuar carregando e salvando aquelas crianças. Eles te torturaram de todas as formas e não conseguiram arrancar nem uma única palavra sua sobre o movimento de resistência Zegota. E, por isso, você foi condenada à morte. Mas alguém lá em cima já gostava tanto de você que não deixou que isso acontecesse e você continuou com o seu trabalho, sem fama, sem dinheiro, sem poder nem ao menos usar o próprio nome. E foi assim no anonimato que você pode usar o instrumento mais poderoso do universo: o seu imenso amor ao próximo e à causa da justiça.
Sim, Irena, mais do ninguém você mereceu a condecoração JUSTO ENTRE AS NAÇÕES. Sim, Irena, você é uma heroína. Uma heroína completa. E tanto é verdade que seu nome está dentro da palavra heroína com todas as letras. Sim, Irena, você é um exemplo da vida em seu momento mais pleno de bondade, coragem, solidariedade e respeito aos direitos de todos nós. Sim, Irena, minha mãe, minha avó, minha tia, minha irmã, minha santa, meu amor mais querido. Sim, Irena,você é a Polônia do tamanho do mundo, porque o mundo inteiro cabia em seu coração.

Mas tinha espaço pra muito mais.

Polaco da Parreirinha

Devido ao seu estado de saúde delicado, Irena Sendler não participou da cerimônia em que foi homenageada em 2007, pelo governo polonês, mas enviou uma sobrevivente, salva por ela em um gueto quando bebê, em 1942, para ler uma carta em se nome.

"Convoco todas as pessoas generosas ao amor, à tolerância e à paz, não somente em tempos de guerra, mas também em tempos de paz", escreveu.

Irena Sendler (1910-2008)