Dois brindes a Baudelaire.
1.
o vinho dos amantes
indo belo lindo um dia todo sim
é proibido proibir que tenha fim
bebo o vinho mel, divino néctar
o céu ainda por cima parece concordar
um par de arcanjos, que figuras!
ambos puros artífices das alturas
eu e a taça, vinhetas da paisagem
o vinho volta à uva; eu, à miragem
no embalo dos tragos a terra gira
mecanismos de um turbilhão inteligente
que tudo ouve sabe vê e só delira
o paraíso já era aqui paralelamente
em outro entramos agora como um só
ic! epa! ops! hum rum...ahn? ó!
(livre adaptação de antonio thadeu wojciechowski, marcos prado e roberto prado)
1.
o vinho dos amantes
indo belo lindo um dia todo sim
é proibido proibir que tenha fim
bebo o vinho mel, divino néctar
o céu ainda por cima parece concordar
um par de arcanjos, que figuras!
ambos puros artífices das alturas
eu e a taça, vinhetas da paisagem
o vinho volta à uva; eu, à miragem
no embalo dos tragos a terra gira
mecanismos de um turbilhão inteligente
que tudo ouve sabe vê e só delira
o paraíso já era aqui paralelamente
em outro entramos agora como um só
ic! epa! ops! hum rum...ahn? ó!
(livre adaptação de antonio thadeu wojciechowski, marcos prado e roberto prado)
2.
alma do vinho
O espírito de Baco, exalando pelo gargalo,
bafejou: “bebum, a sua saúde é minha alegria.
Tirou a tampa, agora engula até o regalo,
mesmo de língua enrolada serei tua melodia.
Não é mole agüentar no lombo o sol rachando,
montanha de suor e mal trato tamanho
para me parir, beber e sair tropeçando,
esquecido que subo mais se sou de antanho.
Ao descer, pelo estalo da língua, faço eco
na goela de quem se gasta para gastar comigo.
Não me apego à adega de qualquer boteco,
prefiro cair de boca na valeta de um amigo.
Não dás ouvido nem vês o coro embargado
na esperança de que o peito um dia faça bico?
No duro e frio balcão, ó dor atroz do baqueado!,
se for só pra felicidade diga ao povo que fico.
Acordo já já o teu olhar de raposa mal dormida,
com tal força e cor te transfiguro, bebum,
que nunca mais desgrudarás da minha vida,
seremos pra sempre, eu e teu sangue, apenas um.
Desmaio contigo, guerreiro de copo ao vento!
Estou até os grãos, bagos estourando, Deus acuda!
A rima que aflora no guardanapo sujo e sebento
seja eternamente divina e tua razão sacuda!”
(livre adaptação de antonio thadeu wojciechowski e roberto prado)
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