polacodabarreirinha

Poesia, música, gracinhas e traquinagens

segunda-feira, junho 30, 2008



Cinzas

Tu também morrerás, cinza adorada.

Essa beleza é certo que pereça,

Essa mão, essa esplêndida cabeça,

Esse corpo de argila iluminada.


Sob o gume da morte ou sob a geada

Serás mais uma folha que estremeça

E co’as outras te vás – verde e travessa,

Depois de morta, sem cor, desintegrada.


De nada o meu amar terá valido.

Apesar deste amor, tu chegarás

Ao fim do dia e tombarás vencido,


Obscuro como a flor que cai, por mais

Que tenhas sido belo e tenhas sido

Mais amado que todos os mortais!


Edna ST. Vincent Millay




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