Cinzas
Tu também morrerás, cinza adorada.
Essa beleza é certo que pereça,
Essa mão, essa esplêndida cabeça,
Esse corpo de argila iluminada.
Sob o gume da morte ou sob a geada
Serás mais uma folha que estremeça
E co’as outras te vás – verde e travessa,
Depois de morta, sem cor, desintegrada.
De nada o meu amar terá valido.
Apesar deste amor, tu chegarás
Ao fim do dia e tombarás vencido,
Obscuro como a flor que cai, por mais
Que tenhas sido belo e tenhas sido
Mais amado que todos os mortais!
Edna ST. Vincent Millay
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