polacodabarreirinha

Poesia, música, gracinhas e traquinagens

domingo, junho 29, 2008


morte artificial



Ninguém mais morre de fato,

a morte perdeu seu antigo status.

A vida ocupou todo o espaço

assim como nos desertos os cactus.


Foi-se pra sempre a negra figura da morte,

decretamos nossa eternidade à revelia.

Doações de órgãos de toda sorte:

um olho pra fulano, outro pra beltrano, alegria

pra sicrano e o coração pra qualquer uma.


Aos pedaços, algum incauto há de dizer:

isso é vida? uma duna que se avoluma?

Só sei que foi tudo que pude morrer.



Antonio Thadeu Wojciechowski e Sérgio Viralobos

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