eu
que que eu fiz da minha vida, meu deus do céu?
não sendo em verso, esse universo não é meu
o que que eu faço do meu corpo de Thadeu?
não seria meu, Poesia, se não fosse só teu
o que já foi meu, Musa, minhas pernas, braços,
bigode, nariz, olhos, nem de perto lembra
aquele que viveu no silêncio de espaços...
flores de um velho outubro que ainda setembra?
eu lembro vagamente. era poeta dos bons,
fazia versos cagando e andando de lá
pra cá, de cá pra lá da vila dos merdões.
fumava como um sapo índio até estourar,
bebia muitas, dormia em pé e, quando ria,
ele escrevia-se todo e, por querer, morria?
Antonio Thadeu Wojciechowski
4 Comentários:
receita do dia: pegue palavras, perverta a sintaxe, subjugue a rima e vc terá um poema do Thadeu! beijos
faça melhor, anônimo.
Cláudio: acho que a intenção do "anônimo" (deve ser uma anônima: mandou beijos...) não foi de criticar, mas sim expressar admiração pela "perversão da sintaxe" e domínio das rimas...
opa. então eu que perverti a semântica na minha cabeça. desculpa a todos.
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