polacodabarreirinha

Poesia, música, gracinhas e traquinagens

sexta-feira, janeiro 30, 2009





Mulher da Vida


Ela é turrona, anda armada,
Gosta de armar o maior barraco,
Bebe pra caralho e dá risada,
Depois chora e fica um caco

Todo mundo por aqui já comeu,
Ela chupou até o pau do papa,
O do pastor ela disse que mordeu
E por muito pouco não capa

Diz que me ama mais que tudo
Só pra mim dá sem camisinha
Às vezes me acho um sortudo
Ganha bem rodando a bolsinha

Ela é tão bonita que dá gosto
Vê-la se aprontando para sair
Se tentam beijá-la, vira o rosto,
Na boca, só eu, não vai me trair

Dá casa, comida e roupa lavada,
Mas eu não tô nem aí pra isso
De mim, não reclama de nada
Acha escrever um bom serviço

Diz que me mata se eu deixá-la
E em seguida toma formicida
Eu sou poeta e não faço sala
Acho que achei a mulher da vida

Comedor de Ranho


Cu na reta é a menor distância


Ah! falsários de QIs incomensuráveis,
Formadores das opiniões elitistas,
Inventores de bombas e armas químicas,
Formuladores de teses caga-regras,
Criadores de desejos irrealizáveis,
Ah! olhem para essa multidão às cegas!

Sei quando um rosto dá de cara com a outra face,
A partir de agora, não há mais desculpa nem disfarce.
Não será vingança nem carnificina, apenas cobrança,
Quem deve deve temer. Uma força medonha avança
E essa carranca no espelho é a imagem mais bela
Dos que têm o coração em paz mas declaram guerra!


Comedor de Ranho


Roleta Russa


Não tenho a melancolia bêbada dos poetas malditos
Nem a inadimplência de seus enunciados etílicos.
Minha revolução cabe e sobra na palma da mão,
E na elasticidade trôpega de meus cambitos.
O resto é com vocês, mantenedores da solidão!

O velhinho, míope e gago, precisa atravessar a rua;
A boa senhora, chegar com as compras em casa;
Eu, fazer versos que os levem ao mundo da lua!
Não ao tiro de Maiakóvski e à corda de Iessiênin,
Para o suicídio, já bastam as mil obras de Lênin!

Estou neste mundo e nele me arrasto sem medida.
Sou grande demais para o meu tamanho, e daí?
Que estes versos possam ao menos confirmar a vida,
Calando a boca dos que dizem que o inferno é aqui
E fazem da alegria de chegar, lágrimas de despedida!



Comedor de Ranho


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