O outono não mora mais aqui
Frio. Muito frio. A noite vem com vento.
Da janela de casa, posso ver
A rua e as folhas em movimento,
Procurando um canto pra se aquecer.
O outono em Curitiba é raro,
Há inverno e veranico de maio.
Enrolado num cobertor, escrevo,
sem vocação pra estátua de gelo!
O céu pesado agora vem abaixo,
Não sei se nuvem, neblina ou fumaça
Imprime fantasmas na vidraça
Ou sou eu com meu bafo que a embaço.
O conforto da casa me anima,
Esfrego as mãos para aquecê-las,
E sopro-as, e cubro-as, e sento em cima,
Até senti-las novamente acesas.
“Agora é nossa vez!” Gritam os pés.
Ágil, troco o chinelo por pantufa
E digo pra mim mesmo: tudo dez.
Enquanto o cobertor me encaramuja.
Lá fora, as nuvens azulam de vez.
O céu mostra sua cara estrelada
E eu, atento como um gato siamês,
Leio as estrelas sem entender nada.
Quem sou? De onde vim? Para onde vou?
Mil vezes pergunto e mil vezes calo
Sem resposta, como quem perde um gol
Quando tinha tudo para marcá-lo.
Agüenta, coração, agüenta firme.
O amor ainda é a forma mais sublime
De entender o que é inexplicável
E, sentir, o verdadeiro milagre!
O dia não tarda a amanhecer,
Um galo longe canta sem parar
E, aconteça o que acontecer,
O poema já deu o que tinha que dar!
Thadeu Wojciechowski
25/03/2006
Frio. Muito frio. A noite vem com vento.
Da janela de casa, posso ver
A rua e as folhas em movimento,
Procurando um canto pra se aquecer.
O outono em Curitiba é raro,
Há inverno e veranico de maio.
Enrolado num cobertor, escrevo,
sem vocação pra estátua de gelo!
O céu pesado agora vem abaixo,
Não sei se nuvem, neblina ou fumaça
Imprime fantasmas na vidraça
Ou sou eu com meu bafo que a embaço.
O conforto da casa me anima,
Esfrego as mãos para aquecê-las,
E sopro-as, e cubro-as, e sento em cima,
Até senti-las novamente acesas.
“Agora é nossa vez!” Gritam os pés.
Ágil, troco o chinelo por pantufa
E digo pra mim mesmo: tudo dez.
Enquanto o cobertor me encaramuja.
Lá fora, as nuvens azulam de vez.
O céu mostra sua cara estrelada
E eu, atento como um gato siamês,
Leio as estrelas sem entender nada.
Quem sou? De onde vim? Para onde vou?
Mil vezes pergunto e mil vezes calo
Sem resposta, como quem perde um gol
Quando tinha tudo para marcá-lo.
Agüenta, coração, agüenta firme.
O amor ainda é a forma mais sublime
De entender o que é inexplicável
E, sentir, o verdadeiro milagre!
O dia não tarda a amanhecer,
Um galo longe canta sem parar
E, aconteça o que acontecer,
O poema já deu o que tinha que dar!
Thadeu Wojciechowski
25/03/2006
3 Comentários:
Mudança climática? Ou Curitiba não é mais aquela?
putz, Thadeu!
poemaço.
abraço.
vinícius
Fantástico!
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