O Mário Bortolotto escreveu melhor que eu
O DOCE GIGANTE
Paulo Friebe foi um dos caras mais doces que conheci. O sujeito era um gigante de gargalhada espalhafatosa, um Obelix curitibano, sempre trajando camiseta regata e bermuda no mais inóspito inverno da capital paranaense, com seus indefectíveis salgadinhos e um bom humor colossal, do tamanho do seu enorme coração. Tive um estranhamento com ele por conta de suas opções estéticas na direção da montagem curitibana de “Nossa Vida não vale um Chevrolet”. Mas felizmente o estranhamento passou e voltamos a conversar e eu voltei a ter o privilégio de compartilhar de sua amizade e camaradagem irrestrita. A última vez que o vi foi em Londrina, quando participamos juntos de um filme. Ele me falou de seus projetos cinematográficos (ele era o verdadeiro “louco por cinema”) e de sua amizade incondicional com o Jota Eme (nosso grande amigo em comum). Lembro que uma noite na casa dele em Curitiba, a gente ficou enchendo a cara. Paulo não bebia, ficava comendo seus salgadinhos e rindo estridentemente de seus amigos bêbados. Paulo morreu ontem, aos 44 anos, vítima da merda de um derrame. Jota Eme ligou chorando e contou pra Fernanda. Ela só me contou ontem à noite. Me veio imediatamente a imagem dele andando pela rua com sua sacola, bermuda e camiseta regata. E a gente perguntando: “Porra, Paulão, tá o mó frio do caralho. Como é que você consegue andar vestido desse jeito?”. Ele não respondia nada. Apenas gargalhava. E aquela gargalhada costumava aquecer a gente. Se uma nuvem tremer no céu, não liga não. É o Paulinho que anda chacoalhando tudo por lá, ferrando o sono dos anjos com sua gargalhada incomparável. Fica em paz, meu Amigo.
Mário Bortolotto
5 Comentários:
Que lindo texto!
BB
Saudades do Paulo...é assim que o mundo se torna um lugar AINDA mais inóspito para nós!!!
rODRIGO
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