polacodabarreirinha

Poesia, música, gracinhas e traquinagens

quarta-feira, novembro 01, 2006



Dia de Finados


Um belo dia, o Bashô, poeta japonês, pai do haicai, vendo a multidão que ía pelos campos colhendo flores para homenagear os mortos no dia de finados, escreveu:


dia de finados
do jeito que estão
dedico as flores


O pequeno poema fez muita gente mudar, abandonar tradição e começar a apenas admirar a beleza das flores durante o trajeto e dedicar esse momento de comunhão com a natureza aos seus entes queridos mortos.



Olhos para a chuva

Choveu a noite toda como nunca
E eu fiquei mais feliz. Gosto da chuva,
Intermitente, oblíqua, que tudo junta
E alimenta o alface, o lírio e a uva.

Também os mortos levam uma ducha
E matam a imortal sede, que é muita,
Mesmo no frio da última espelunca.
Ainda bem, toda flor algum dia murcha,

E o que era esplendor, beleza e luz,
Rapidamente some e se soma ao húmus,
Que vai alimentar milhões de bocas.

Agora não são poucas essas gotas,
Que caem como dádivas da vida,
Com toda emoção da missão cumprida!


Antonio Thadeu Wojciechowski




36 Comentários:

Às 01 novembro, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

Obrigado, Thadeu, que palavras maravilhosas!!!

Muitos beijos

Leila

 
Às 01 novembro, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

Lindo de viver,lindo de se ler, lindo pelo que você soube dizer.

Maria Luíza

 
Às 01 novembro, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

Lindo de viver,lindo de se ler, lindo pelo que você soube dizer.

Maria Luíza

 
Às 01 novembro, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

Simples e maravilhoso, você de um jeito ou de outro sempre alcança o inalcançável.

Abração

Dalton Cunha

 
Às 01 novembro, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

Pleno de luz!

BB

 
Às 01 novembro, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

Perdi meu pai como você sabe e fiquei muito emocionado com a sua mensagem, continue assim abençoado e abençoando.

Renata

 
Às 01 novembro, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

Beleza pura e comovente. A data merece.

Grande abraço

Fabiano

 
Às 01 novembro, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

Estava pensando nisso, vim aqui e fiquei feliz.

Saudações fraternas do

Luiz Henrique Macedo

 
Às 02 novembro, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

Natalino;

Você é foda!

Maringas

 
Às 02 novembro, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

Sublime, Thadeu.

Rosa Camberri

 
Às 02 novembro, 2006 , Blogger polacodabarreirinha disse...

A casa é sua, Leandro.
Grande abraço.

 
Às 02 novembro, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

Calculei uns duzentos gramas
de serenidade. Gracias pela
parte que me tocou.

 
Às 02 novembro, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

Você viciou a gente neste blog, Polaco. Aí quando vc fica 15 dias sem postar me dá um vazio que nada preenche, portanto trabalhe mais e deixe a política pra essa gente que não tem o que fazer.
Mas, confesso que o poema de hoje compensou com sobras a tua ausência. Um momento de muita madureza e respeito, grande abraço.

Do seu fã

 
Às 02 novembro, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

Você viciou a gente neste blog, Polaco. Aí quando vc fica 15 dias sem postar me dá um vazio que nada preenche, portanto trabalhe mais e deixe a política pra essa gente que não tem o que fazer.
Mas, confesso que o poema de hoje compensou com sobras a tua ausência. Um momento de muita madureza e respeito, grande abraço.

Do seu fã

 
Às 02 novembro, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

Esqueci de assinar.

Júlio

 
Às 02 novembro, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

Você é o máximo, consegue tirar lágrima de pedra, essa homenagem é daquelas da gente tirar o chapéu e nunca mais cobrir a cabeça.

Brigadão, me fez um bem enorme.

Lia Nergarotti

 
Às 02 novembro, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

Morrer assim não faz mal à saúde.
Lindo o poema.

Fábio Augusto

 
Às 02 novembro, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

Oi, querido, estou morando em Floripa, precisamos nos encontrar dia desses. Fiquei emocionadíssima com o seu poema.

Beijão nesse bigodão.

Juliana Moreira

 
Às 02 novembro, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

Santo poema, Tadeu. Você não imagina o bem que nos fez.

Te adoramos.

Sandra Regina e Rubens

 
Às 02 novembro, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

Polaco você é foda!!!|Bateu lá no fundo do coração. O dia de hoje é meio confuso, mas hoje foi bom e você é que fez a metamorfose.

Beijo

Vitória

 
Às 02 novembro, 2006 , Blogger polacodabarreirinha disse...

Ois pra todo mundo. Obrigado pelos comentários. Vocês sempre me avaliam muito acima do que realmente mereço.
Fraga, foram 199 gramas e 999 miligramas.

Abraços

Thadeu

 
Às 02 novembro, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

Maravilhoso, a história, o poema do Bashô e, principalmente o seu poema.

Renato Afonso Mendes

 
Às 02 novembro, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

poeta porreta
todo bem que você faz
me diz
descanse em paz

me senti bem
eu que só sentia remorsos
agora chaqualho os ossos
e a poeira
e vou em frente
sem dor finalmente


Cláudio Siqueira

 
Às 02 novembro, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

Brilhante, mágico, era tudo que eu precisava ouvir, polaco.

Você é brother pra caralho.

Gélson Soares

 
Às 02 novembro, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

É muito bom saber que ainda existe solidariedade no mundo. Achei por acaso o seu blog mas acho que foi alguma outra coisa que me trouxe até aqui. Eu precisava ler este poema e não sabia.

Agradeço muito.

Joaquim de Assis

 
Às 02 novembro, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

Flores pra você, poeta. Não as que colhemos, mas as que temos de melhor no coração.

Beijo

Virgínia Matos

 
Às 02 novembro, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

Entendi!!!
Só um poeta pra dizer da morte o que a vida nega.

Paulo Roberto

 
Às 02 novembro, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

Você me fez chorar e eu gostei muito.

Paula Soares Mendonça

 
Às 02 novembro, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

São tantas emoções (rsss, desculpe)
mas você virou do avesso o que eu pensava.
Gostaria de te conhecer e conversar.

Adolfo Maria de Alcântara

 
Às 02 novembro, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

As almas agradecem e eu também.

Tibério Souza

 
Às 02 novembro, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

Vim pelo Oleandros. Muito bom!!! Inspiradores, o haikai e o poema

 
Às 03 novembro, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

Maravilhoso mesmo, poeta.

 
Às 03 novembro, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

como diz Ibny Joshai, que um dia não qualquer levarei ao seu brilhante lar:

"Jesus, Maria e José, Buda e Lao Tsé..."

deixe que os mortos enterrem os mortos...

poema de Jesus vaso do Cristo

thadeu,

sujeito zen jeito

muita saudade de você,

abro agora qualquer garrafa de vinho das uvas frutinhas Pinot Noir,

e espero

a deixar as uvas irrigarem o cerebelo,

a achar que fomos freis da mesma adega,

a brindar pela graça desse eternal reencontro,

a insistir na idéia:

abra a mão tatuada no lado esquerdo do seu coração aberto

 
Às 03 novembro, 2006 , Blogger polacodabarreirinha disse...

Saudade de vc também, Norton. Estava sentindo falta de seus comentários. Grande abraço e apareça.

Thadeu

 
Às 05 novembro, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

Aí, amigo! Ajude um publicitário: eu! Entre no site: www.ondarpc.com.br/premiocolunistas e vote numa das duas minhas campanhas publicitárias: Clube do Zequinha ou LIXO QUE NÃO É LIXO.
Elas concorrem à melhor dos últimos 30 anos no Paraná.

Vote e peça pra amigos e amigas votarem.
É fácil e rápido.
Agradeço de coração, Werneck

 
Às 08 novembro, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

Gostei muito muito. Eu não sou muito fã de poesia, mas essa me pegou fundo, tanto que vou rever essa minha má vontade contra os poetas.

Ângelo dos Santos

 

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