polacodabarreirinha

Poesia, música, gracinhas e traquinagens

quinta-feira, maio 22, 2008


Célio Martins, por ele mesmo.



Nasci no oco do mundo. Trago dentro de mim uma mata verde. Meu pai se chama Antônio e minha mãe Luíza. Os dois são analfabetos. Eu estudei o primário numa escolinha de barro. Carregava comigo a floresta nos cabelos, alvoradas selvagens, arvoredo nos olhos. Fiz faculdade de Comunicação Social na UEL, em Londrina, e Master em Jornalismo pela Universidade de Navarra, Espanha. Comecei a escrever há mais ou menos uns 30 anos. Trabalhei como jornalista em vários jornais e tevês: Folha de Londrina, Correio do Estado (Campo Grande-MS), TV Iguaçu, TV Campo Grande. Escrevi sobre literatura em algumas revistas e jornais. Nos anos 80 escrevia poemas e contos para crianças na Folhinha, da Folha de São Paulo, e no Estadinho. Na UEL, convivi com muita gente legal, como Ademir Assunção, Rodrigo Garcia Lopes, Nelson Sato e muitos outros. Perdi pelos caminhos muitos dos escritos da adolescência e da juventude. Tenho uns livros esquecidos numa caixa aqui em casa, uma dúzia mais ou menos. Nunca publiquei nenhum deles. Hoje trabalho na Gazeta do Povo. E continuo escrevendo e lendo.

Uma história sem começo nem fim.


Não morra antes de tudo acabar


Nunca morra antes do amanhecer

A noite longa longe

Há muito que sonhar

O sol ainda há de nascer


Não morra hoje não

O dia feito pra viver

O que ficou nas lembranças

Caminhos não foram em vão


Não, não morra antes do fim da história

Setembro não chegou

As chuvas estão voltando

Folhas verdes nos campos de outrora


Nunca morra antes de ver o pôr do sol

As montanhas lá para sempre

Ondas jamais deixarão de se formar

Distantes, seus olhos serão o mar


Não morra antes de tudo acabar

Célio Martins

http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/blog/certaspalavras/

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