enterrem meu coração na curva do rio
a água desse rio
volta e meia passa
pela minha vida
reconheço, o fio,
que nos une, a faca
que corta para que siga
nunca é fim de sede
o que anuncia
mas guarda-chuva
gravidez de verde
pão nosso de cada dia
logo após a curva
se é água funda
não sei e tenho raiva
de quem sabe
mas a lâmina corcunda
é bom que saiba
da ferrugem e do zinabre
pois desse rio
conheço a pressa
como a minha palma
e, sagrado, o rito,
este jamais cessa,
somente salva
benigna a origem
tem sempre a mesma água
o enigma da esfinge
e é dessa água o gosto
da lágrima que leva e lava
a alma no meu rosto
antonio thadeu wojciechowski
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