polacodabarreirinha

Poesia, música, gracinhas e traquinagens

segunda-feira, agosto 29, 2005


Pellegrini, e a sua experiência com o cinema?

- Terra Vermelha acho que gorou, a Araucária Produções não conseguiu os recursos. Espero que um dia alguém filme alguma história minha, até porque escrevo com uma visão cinematográfica, sou da geração que começou a ver o mundo através do cinema. Talvez seja meu brinquedo póstumo, quem sabe?

O Pellegrini jornalista, o Pellegrini publicitário, estão mortos e enterrados? O que significou pra vc essa escrita sistemática diária e no que ela ajudou ou atrapalhou o escritor e o poeta?

- Jornalista, só como frila. A profissão está desvalorizada, e já em 1975 optei por deixar o jornalismo como profissão, por tomar muito tempo e energia que eu queria dedicar à literatura. Para sobreviver, usei a publicidade. Hoje, além disso dou palestras e curso de roteiro para cinema. Faço crônica para a Gazeta do Povo. E vivo muito bem, porque há tempo também optei por vida simples, sem supérfluos, sem status, sem luxos, sem mordomias. Faço minha comida, não tenho nem diarista, só semanarista, acordo às seis para fazer o café de minha caçula que vai para a escola, tenho três sapatos, dois tênis (um de ciclismo, um de caminhada), dois ternos, três gravatas (e nem precisava tanto). Tenho saúde, alegria, cuido da chácara e de quatro cachorros, amo minha mulher, que mora em apartamento com as filhas de seu primeiro casamento, meus três primeiros filhos estão pelo mundo, criados e acontecendo, então tá tudo ótimo! Só queria que o Lula nem se matasse, nem renunciasse, só virasse geléia para ser doado ao Fome Zero.

Vc viveu na Alemanha durante um tempo. É verdade que vc foi atacado pelo banzo? Ou foi o choque cultural que te abalou? Vc gostaria de viver em algum outro país, por quê?

- Nunca vivi na Alemanha, só estive lá duas vezes, um mês cada vez, por conta de programas de intercâmbio cultural (Internaciones e Casa das Culturas do Mundo). É que depois criei personagens que viveram lá, baseado no que observei por lá. E até te convenci, hem? Não fui atacado por banzo nenhum, não, mas vi exilados bem tristinhos por lá. O choque cultural é grande, principalmente nas questões de cidadania e funcionamento dos governos e instituições. Nunca tive vontade de morar em outro país, mas de morar numa chácara, o que consegui, e de morar no litoral, o que vou fazer, quando Analu se emancipar, daqui a uns cinco anos. Litoral do Paraná ou Santa Catarina. Ali por perto de Bombinhas provavelmente.

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