Bola perdida
“O mundo é uma bola/ eu sou meio quadradão/ me dê um A de esmola/ eu devolvo um palavrão.”
Meus compreensivíssimos leitores, escrever uma crônica semanal é como dar voltas em torno de si mesmo, tentando tirar leite de pedra, para renovar a fórmula que os leve à alegria da redescoberta e à graça da novidade através do já conhecido. Na verdade, é um exercício onde o uso de novos adjetivos e um certo malabarismo na construção das frases incitam a imaginação a percorrer, com olhos inéditos, velhas paisagens. Confesso que sinto um enorme prazer em driblá-los e obrigá-los a ler e reler para que haja a compreensão total e, principalmente, para que se divirtam tanto quanto eu quando escrevo. Nem sei por que coloquei este assunto na pauta. Ah sim... lembrei. O Paulo Leminski, em 1985, quando fez uma brilhante matéria no jornal Correio de Notícias sobre o livro de poesias OSS, em determinado trecho, saiu-se com esta pérola: “Poesia não se faz só com palavrinhas, mas com palavrões.” Certo, certíssimo. Poesia é conversa entre pessoas inteligentes, como disse Ezra Pound. E pessoas inteligentes não têm preconceitos e nem falsos moralismos. Mas isso não tem importância.
OS FALACIANOS SÃO GENTINHA DO MESMO SACO.
Faço aniversário hoje e os amigos verdadeiros já me deram os mais apertados e sinceros abraços, além de me cobrirem com os mais imerecidos elogios. Confesso a vocês, meus iluminadíssimos leitores, 60 anos são uma longa história. Não sei se já disse a vocês que sofro as mais cavas humilhações desde os 6 anos, quando comprei fiado meu primeiro doce-de-abóbora no armazém do seu Boleslau. Minto e já me corrijo. Não era um doce de abóbora e, sim, uma gelatinosa e elástica maria-mole, arrepiada de coco por todos os lados. Lembro que lambi até os dedos de tanto prazer. Mas não era isso o que eu queria lhes dizer. E, sim, que não sei por que me sinto nostálgico, sorumbático e macambúzio no dia do meu aniversário. É uma espécie de melancolia romântica que me faz repensar e refazer certas perguntas frívolas e infantis, como: “Quem sou? De onde vim? Para onde vou?” Mas isso não tem importância.
- Uma página já se foi e o cara ainda tá nessa, puta que o pariu! Esse animal de teta é caso de polícia mesmo. Não tem jeito, Ribamar. É facada no cérebro, tiro na boca, chumbo derretido na orelha.
- A gente podia cozinhar o filho da puta no azeite quente. Mas vamos deixar pra amanhã, hoje, o cancro sifilítico tá de aniversário. 60 anos na carcaça já faz estrago que chegue. E, convenhamos, Geraldo, o cara já tá bem castigadinho. Ahahahaha...
- Tá mesmo. Ahahahahaha... Viu o terninho novo, a gravatinha porreta, camisa chique no último, sapatinho supimpa?
- É o velho sátiro gagá deu uma renovada no guarda-roupa, pelo menos não está fedendo. Parabéns, múmia paralítica. A gente te deseja muitos anos de morte. Ahahahahah....
- Ahahahaha... O tempo é nosso aliado, Dalton. Estaremos lá para conferir e jogar uma pá de cal sobre este assunto. Mas antes aceite esse presentinho como prova de nossa admiração.
Geraldo me entrega o estranho pacotinho e, curioso, abro-o com o peito arfante e já sinto as lágrimas querendo vazar rosto afora. Mesmo depois de aberto o pacote, minha curiosidade aumenta. São sete livrinhos minúsculos, com pouco mais de um centímetro cada um, onde na capa se lê: “A História da Inteligência Brasileira, volumes I, II...etc.. Como não tenho uma lupa, não consigo ler o nome do autor. Mas, sedento de saber, me lanço no fogo incorruptível de suas páginas. Qual o quê? Um a um, vou folheando e perscrutando na busca frenética de, pelo menos, uma frase lapidar, uma expressão espirituosa e o que encontro? Nada. Apenas páginas sem alma e sem envergadura.
- Ahahahahah... Feliz aniversário, bobalhão!
- Agora que você conhece seu cérebro por dentro, insigne escriba do satanás. Eu e Geraldo vamos fumar e comemorar a nossa brilhante idéia.
Os dois, de braços dados, saem e me deixam a sós e a pensar com meus botões de futebol de mesa. E, sem querer, me vejo novamente, nas ruas do bairro Campina do Siqueira, menino de todo, calção sujo, olho remelento e a incessante cachoeira de ranho bem debaixo do meu nariz. Avelino, Nelson, Beto, Dorval, Ronaldo, Robertão, Chico, Hamilton, Sérgio, Paulo, Daniel, Júlio, Wallace. Nosso time, nossa vida. E, de repente, não mais 10 anos, mas
Geraldo e Ribamar, hoje, estão certos. Certíssimos. Minha alma, pelos meus olhos, os espia e ri. O riso áspero que faz chacoalhar minhas já nem tão elásticas juntas e meus ossos nem tão compactos. A realidade é vã, a filosofia inútil, e, por isso mesmo, imprescindíveis. Mas isso não tem importância.
NÃO HÁ MAL QUE SEMPRE DURE,
NEM BEM QUE NUNCA ACABE.
O que eu queria mesmo lhes dizer é que o mundo está cheio de Ribamares e Geraldos, se não fisicamente, pelo menos, espiritualmente. É que é muito mais fácil destruir do que construir. A galhofa, o chiste, a piada, a bazófia, a gozação têm lá seu papel no convívio e no relacionamento e até acho isso tudo muito divertido. Mas, confesso, não pode ser só isso. Tem momento pra tudo. Pra chorar, rir, se enternecer, aprender, ouvir, falar, trocar idéias e crescer. Bom, que vá! Quando a igreja muda de padre, parece que Deus não é mais o mesmo. Até a gente se acostumar com a nova idéia leva um tempo. Como diz um taxista amigo meu: - “Se correr o guarda multa, se parar o banco toma.” Mas isso não tem importância. O que eu queria mesmo lhes dizer é que ontem explodiu uma bomba aqui na redação. Os mais apressados, já lançaram as mais controversas teorias: “É um atentado de membros das Farcs infiltrados no govervo!” Outro: “A direita se prepara para um novo golpe!” E mais um: “Isso é uma estratégia do Lula para exigir um terceiro mandato!” Mas, passados alguns segundos do mais absoluto desconcerto, eis que se revela a causa da purulenta explosão. Ribamar, frente ao seu espelhinho cor-de-rosa, conferia o resultado de seu esforço supremo em direção à arte de espremer. Com os olhos esbugalhados, uma viscosa baba semi-bovina escorrendo pelo canto da boca sobre a gravata e 11 quilos de sebo e pus espalhados sobre teclados, mesas e papéis. Sem dúvida, um recorde. Presenciávamos, todos, admirados, mais um feito de nosso office old, já laureado por uma página no Guiness. E que, com tantas fotos e testemunhas, fatalmente haveria de conquistar mais prêmios por esse feito. Quando o esquadrão swat da limpeza entrou na sala, com baldes antitanques, vassouras nucleares, sapólios radiativos, detergentes antiaéreos, escovas de precisão e panos de variados calibres foi que todo mundo se deu conta do que realmente havia acontecido. O pus e o sebo, aos poucos, mas, rapidamente, foi exterminado e o exército, em seguida, se retirou. Não sem antes pousar para os flashs da máquina de Geraldo que, extasiado, berrava manchetes para o dia seguinte: “Brasil assume a ponta!”, “Brasileiro é o melhor do mundo”, “Curitiba dá mais um exemplo para o mundo!” E outras mais idiotas ainda que fiz questão de esquecer.
Mas isso não tem importância.
EXISTE UM VAMPIRO
O que eu queria mesmo lhes dizer, meus interessadíssimos leitores, é que o Trevisan chegou à noitinha, ontem, lá
- O Torcedor quebrou o espelho, hoje, no hospital.
- Por quê?
- Brigou consigo mesmo.
- O tio está louco mesmo.
- Põe louco nisso. Escute só. Eu fui cedinho levar-lhe umas frutas e pães frescos. Você sabe como ele é enjoado para comer. Entrei no quarto, exatamente, no momento
- Quem é Gertrudes?
- Aquela que é enfermeira do teu tio, uma gostosa tratada à pizza e rocambole.
- Ah, tá!
- Entro no quarto e o Torcedor ainda salivava, relembrando os momentos do bole-bole.
- Ahahahaha...
- Ele me ignora completamente. E, com a cara hirta, tatuada de batom, vai até o espelho e, furibundo, desconcerta: - “ Não foi gentil de sua parte ficar me espiando! Um verdadeiro cavalheiro não se presta a esse tipo de vulgaridade. Considere encerradas nossas relações e peço-lhe que se retire!”
- Puta merda, é mais sério do que eu pensava. Mas e daí?
- Porra, você faz cada pergunta... Você já viu alguma imagem sair do espelho e ir dar uma voltinha lá fora? Se flagra, né, Dalton! O teu tio repetiu em tom um pouco mais alto e mais severo: “Quero alertá-lo de que o senhor me lembra alguém com quem tenho profundas desavenças, e, sendo assim, peço-lhe, mais uma vez e antes que eu me irrite, que se retire!” A imagem no espelho não se intimidou. E continuou, ali, apenas refletindo.
- Boa essa!
- Boa, o caralho! O Torcedor, diante da impassibilidade do outro, ou melhor, dele mesmo, pegou uma cadeira e partiu o espelho em mais de mil pedaços, aos gritos: - “Aprendeu? Aprendeu?”
- Que loucura!
- Loucura é pouco pra definir o que veio a seguir. O Torcedor pegou um caco e, com um ódio que nunca vi, espumava: - “Você está ainda aqui, é, covarde?” E pulou sobre os cacos, pisoteando-os e cortando-se todo. Chamei a emergência, os caras imobilizaram o Torcedor, deram-lhe uma injeção e levaram-no para a sala de curativos. Quando passou por mim ainda resmungava: “Ele me feriu. Ele foi mais rápido.”
- Puta que o pariu. O troço tá foda, mesmo.
- Quando saí de lá, ele estava melhor e já tinham trocado o espelho. Sabe Deus o que vai acontecer quando ele acordar.
- Bom, o tiozinho já tem idade para cuidar de si mesmo. Me passe a mensagem do Machado de Assis que você pegou no terreiro do pai véio Chico Fantasma.
- Aprendeu, hein, animal!? Já estava aqui pensando comigo mesmo que tipo de piada eu ia fazer com tua mãe, se você me fizesse a mesma pergunta idiota de sempre.
- Rê rê rê... Macaco velho não põe a mão em galho podre! Me dá, aí!
- O Chico Fantasma disse que é para abrir o envelope, depois da 1 da madrugada, quando você sentir uma leve rajada de vento no rosto. Entendeu?
- Eu sei lá, às vezes, me parece que todo esse misticismo é uma... O Trevisan sai sem deixar o menor vestígio, me deixando a falar sozinho. E não diz nem tchau. Fico a pensar com meus botões de futebol de mesa, mas a noite é tão densa já, que meus pensamentos também escurecem. No entanto, pouco a pouco, as estrelas que carrego na alma vão pipocando, uma a uma, num pensamento aqui, noutro acolá e, de repente, constelações de palavras me assaltam e rio, o riso farto e inquestionável dos que estão de bem com a vida. Mas isso não tem importância.
O ROBERTO PRADO
NÃO É BEM CERTO
OU O MUNDO É QUE ESTÁ LOUCO?
O que eu queria mesmo lhes dizer, meus realistíssimos leitores, é que sou um assombrado com a vida e seus desdobramentos. Ontem, às 4h53, o telefone tocou. Minha doce esposa Dona Zenóbia fez um muxoxo e virou-se. Rápido como um gato saltei da cama e atendi:
- Fala, Roberto!
Do outro lado da linha, o silêncio pôs minha alma
- É você, Beco?
Nenhum som para acalmar minhas atávicas ansiedades. Com a voz trêmula e já sofrendo os primeiros arrancos triunfais de minhas inquietas entranhas, faço a última tentativa:
- Desembucha, animal!
- O silêncio encoraja o torturador, nunca o torturado. Certo, Dalton?
Sem entender absolutamente nada, me predisponho a continuar a conversa:
- Certíssimo, Beco.
- Como o homem arruína mais as coisas com as palavras do que com o silêncio, não seria melhor refletir muito antes de abrir a boca?
Humilhado pela clarividência divina de tal afirmação, me quedo
- O silêncio é um dos argumentos mais difíceis de se rebater. Prefiro que você diga alguma coisa.
Essa insistência faz com que um frio fino fio de suor provoque um tremor em minha espinha. No peito, o coração sobressaltado quer vazar pela boca, mas agüento o tranco:
- Beco, o silêncio é o momento em que as idéias se adaptam umas às outras.
- Eu lavo as minhas mãos em relação àqueles que imaginam que falar seja conhecimento, que silêncio seja ignorância e que indecisão seja arte, Dalton. De qualquer forma, feliz aniversário.
Minha alma, num arrebatamento quase divino, não se contém:
- Obrigado, Beco! Mas o silêncio é apenas... O desgracido desliga e não me diz nem bom-dia. Enxugo o suor abundante da testa e de minhas axilas. E, aos poucos, vou voltando ao normal. Saio à varanda e o dia vai se assanhando, mas a escuridão ainda é densa e apenas os pássaros acordando vão se espreguiçando pelas sombras dos galhos. Vou para o cozinha e preparo o café de sempre. Encho minha xícara de meia-tigela, levo uma menor para Dona Zenóbia e, felizes, sorvemos até a última gota. Súbito, ela me abraça docemente:
- Feliz aniversário, meu amor querido! E longamente me beija. Um beijo que nem em minha fálica juventude eu havia experimentado. Sabem de uma coisa, meus amorosíssimos leitores?, as palavras de amor só deveriam dizer o que dizem duas bocas juntas assim. Mas isso não tem importância.
O NELSON RODRIGUES É UMA BESTA IMORTAL!
O que eu queria mesmo lhes dizer é que, não sei bem qual o motivo, fico melancólico no dia do meu aniversário. E ontem não foi diferente. À noitinha, eu papava as deliciosas broinhas de Dona Zenóbia e mandava, goela abaixo, goles inquestionáveis de licor, quando me lembrei do dia mais triste da minha vida. Era pouco mais de meio-dia quando recebi a trágica notícia: Nelson Rodrigues morreu! Confesso a vocês, meus solidaríssimos leitores, larguei o telefone e, sem saber o que fazer ou para onde ir, caminhei loucamente como um bêbado trôpego pelas ruas de Curitiba. Uma vontade de estar ao seu lado, de ver-lhe a graciosa face uma última vez, de tocar em suas mãos, mesmo frias, e sentir o antigo calor de nossa eterna amizade e demonstrar-lhe, mais uma vez, minha incomensurável admiração. Nelson faleceu de manhãzinha, no dia 21 de dezembro de 1980, como um passarinho, ou melhor, como um santo de vitral atravessado de luz. Eu lembro que naquela manhã o poeta Thadeu Wojciechowski, o legítimo polaco da barreirinha, havia me ligado e me intimou a comparecer em sua festa de aniversário de 30 anos, no dia 24 de dezembro. Mas não fui, pois a depressão que se abateu sobre mim, durou meses e só terminou após os quase 60 dias que passei aos cuidados do grande Dr. Leo Cardon, um analista genial que dispensa maiores análises e comentários. Mas isso não tem importância. O que eu queria mesmo lhes dizer é que era um domingo. Fazia sol e o Nelson mergulhava na escuridão sempterna dos espaços infinitos. No fim da tarde daquele dia, Nelson faria treze pontos na loteria esportiva, num "bolo" com seu irmão Augusto e alguns amigos de "O Globo". Nelson, um pobre como eu, não viu nem a cor da bolada. Mas dois meses depois, Elza, sua esposa, cumpriu o seu pedido de, ainda em vida, gravar o seu nome ao lado do dele na lápide, sob a inscrição: "Unidos para além da vida e da morte. É só". Uma frase que inspiraria milhares de brasileiros a ver no amor, e apenas no amor, a redenção da humanidade. Mas eis o que quero lhes dizer, a fina ironia do destino marcaria meu espírito, a ferro e fogo, para sempre. Nelson, um humilhado como eu, pobre como eu, ganhou na loteria esportiva 8 horas após a sua morte. Morreu para traduzir-se
O ANTI-JOGO É A BOLA DA VEZ?
O que eu queria mesmo lhes dizer, meus vivíssimos leitores, é que o campeonato brasileiro é por pontos corridos e vai que é um upa. O Coritiba fez a sua melhor exibição na quinta-feira e, acasos inexplicáveis do destino da bola, perdeu. Perdeu, mas perdeu de pé. Aliás, pé e cabeça de dois ex-coritibanos. Tcheco cruza e encontra Marcel que, mesmo marcado por dois, consegue cabecear e mandar a bola para dentro da rede. Uma injustiça. Mas quem foi que disse que o futebol é justo? Não é mesmo. Nem aqui nem na caixa prego. E o Grêmio, à base de patadas e paralisações, conseguiu os 3 pontos. O resultado impediu o avanço da equipe na tabela, mas não foi pior graças à bela vitória fora de casa diante do Náutico conseguida no domingo anterior, com gol de Keirrisson no finzinho do jogo. Mas o que de melhor aconteceu esta semana foi, sem dúvida, a participação da torcida coxa no jogo diante do Grêmio. Um espetáculo digno de uma final de copa do mundo. A galera coxa-branca faz arrepiar até aqueles pelinhos onde se fixam as badalhocas. Confesso que tremi de emoção quando, ao final do jogo, a torcida inteira aplaudiu e ovacionou o time coxa mesmo com o gosto amargo da derrota atravessado na garganta. Amanhã, o Coxa pega o Peixe, desesperado e na ZR, na Vila Belmiro e, na quarta, o Vasco
O Atlético, até que tentou ser feliz, mas não deu. A torcida já está indo de carrinho de mão para carregar os bagos. Todo mundo de saco cheio com o Roberto Fernandes. Mas, a meu ver, o técnico não é todo o problema, pois tem feito das tripas o coração para dar ritmo e consistência tática ao time que, amanhã, no Joaquim Américo, faz a primeira de duas partidas seguidas
O Paraná jogou muito bem com o Corinthians, mas levou duas dentadas e não conseguiu reverter o placar. O Dentinho mostrou por que é considerado umas das revelações alvinegras. Teve duas chances e guardou as duas. Daqui a pouco, no Campanella, o Paraná pega o São Caetano. Uma parada pra lá de indigesta. Tudo pode acontecer. Vitória, empate e derrota. Qualquer um deles será um resultado normal. Na terça, a chance de se recuperar contra o Gama na Vila Capanema. A torcida, que fez um belo papel no jogo de sábado passado, bem que poderia repetir a dose e empurrar o time. O Gama tem jogadores experientes e se vencer se iguala ao Paraná em números, de hoje, de pontos ganhos. É esperar pra ver, futebol, o time vem jogando, porém, sorte é fundamental. Mas isso não tem importância.
O CHICO FANTASMA, ÀS VEZES, ANDA
PELAS RUAS COMO UM CIDADÃO COMUM.
O que eu queria mesmo lhes dizer, meus inquietíssimos leitores. E digo-o agora é que, na quinta, à uma da madrugada, após uma leve rajada de vento, abri o envelope psicografado pelo pai véio Chico Fantasma. Mas, antes de abri-lo, me ocorreu que tudo isso pode ser uma loucura, uma cínica e deslavada loucura. Explico melhor. Às vezes, encontro o Chico Fantasma andando, pelas ruas, como um cidadão comum. Somos amigos há, pelo menos e sem exageros, 400 anos. Minto, acho que já perdi a conta.
Mas vamos ao fato. O Chico é um ser tão controverso que, muita vez, me pego a pensar se ele é real mesmo ou é uma das minhas ilusões de ótica. Decididamente, nosso último encontro esteve mais para sobrenatural que para a simples realidade. Eu estava parado numa banca de revistas lendo as manchetes, quando sinto um leve toque no ombro: - “Chico Fantasma, que surpresa!” E ele, em silêncio, apenas tirou os óculos escuros e me olhou, profunda e vagarosamente. Confesso, senti o sangue gelar nas veias. E, petrificado, fiquei imóvel por muito tempo, mesmo após ele ter desaparecido sem dizer nada. Mas isso não tem importância. O envelope, eu dizia, era prateado e sob meu nome havia a marca do anel do bem do Chico Fantasma. Retirei a mensagem e, como se estivesse diante do seu olhar, senti minha espinha ser percorrida por uma lâmina congeladora. Tremi, mas as elegantes e bem traçadas linhas de Machado de Assis eram inequívocas e inquestionáveis: “Dalton, a morte não é um empecilho. Pense nisso com carinho. Ass.: M. A.” Isso dito assim, em plena madrugada, ao pio longínquo de uma coruja, provocou em mim as mais recônditas fantasias sobre a vida além-túmulo.
Mas isso não tem importância. O que eu queria mesmo lhes dizer é que o Polaco da Barreirinha está partindo para uma longa viagem de 60 dias. E, portanto, eu e o blog do Polaco iremos tirar umas férias forçadas. Mas acho que merecidas. Afinal, foram mais de 400 páginas escritas nestes quase cinco meses. Vou aproveitar e passar mais tempo com Dona Zenóbia, minha doce esposa, que também vai tirar férias. Voltamos na primeira sexta-feira de outubro. Até lá, poupem-me, pois de mim também cuida o Chico Fantasma.
Dalton Machado Rodrigues.
daltonmrodrigues@gmail.com
116 Comentários:
Que pena! Mas bom descanso aos dois ou a um só, sei lá.
Porra, agora que eu já estava acostumado, é sacanagem, mas valeu.
Beto
Sexta-feira triste?
Gilberto _
É a famigerada janela de agosto desfalcando os dribles, os lançamentos e as letras.
Passei por aqui por acaso pois penseiu que ia ler a coluna do Dalton somente na segunda. Fechou com chave de ouro a semana.
Douglas Sampaio
Vai fazer falta, Dalton.
Boas férias!
Puta merda, vai ser foda passar as sextas sem divertimento e inteligência.
Alírio Costa
Tô achando que tão me sacaneando e não tem viagem bosta nenhuma. Daltom, pega a senha do Polaco e vai trabalhar.
Mario Borges Neto
Só em outubro? Mas que merda.
Péssima notícia...
É uma viagem por uma boa causa, então só o que resta a fazer é torcer a favor.
Amigos do Dalton.
Eu só posso dizer que aqui neste blog acontece tudo de bom. O Dalton é meu ídolo. Espero ancioso pela volta.
Aquiles Fortunatto
Feliz aniversário, Dalton! Vc merece tudo de bom!
Tinha que ser uma mulher pra lembrar a gente das boas maneiras.
Grande abraço, Dalton, e aproveite o dia com Dona Zenóbia, sua doce esposa.
Júlio
Vai fazer falta!
Maravilha o texto, pena que vão parar. Adoro ler o Dalton.
Feliz aniversário.
A merda da vida é essa mesma, o que é bom dura pouco.
Marinho
Puta merda, que bosta. Vai viajar pra onde, fazer o que?
Mathias Lucarelli
O Dalton viajando? Que chique!
E os leitores que se f...
2 meses sem Dalton, então vou no blog do Chico Fantasma ver as suas palhaçadas e loucuras?
Moisés Caetano Cruz - Batel
Império
Coitado do Atlético.
Coitado do Paraná.
Nivaldo - Figueirense sempre!
O Chico Fantasma tem mania de assombrar nas madrugadas. Eu lembro numa eleição no Largo da Ordem, ele entregando santinho 6 horas da manhã. Levei um susto pensando que ia ser assaltado.
Gilberto Corsi - Centro Cívico
Atlético
Pensei que não ia ter Dalton nesta semana. Surpresa ao abrir o blog,e ler mais uma emocionante matéria. Parabéns ao Dalton e ao texto, que pelo visto vai demorar sair outro.
Antenor Ribeiro - MSI -
Torcedor do Paraná e Inter
Ver só o Chico já é complicado, agora imaginem ver o Chico Fantasma andando pelas ruas como um cidadão comum?
Sérginho/SEED/IMPÉRIO
Excelente como sempre!
Amigos da CEFET
Até o Dalton voltar, fico pensando em que lugar vai estar o Paraná, Coxa e Atlético. Com certeza vai ter muito assunto. Até breve
Henrique Bonilauri -
Colégio Estadual do Paraná - Atléticano.
O Coxa jogou muito bem do começo ao fim. Talvez a melhor partida até o momento neste campeonato. Jogar assim contra o Vasco, são mais 3 pontos garantidos.
Império Água Verde - Mauro Shin
Parabéns e ficamos na espera com certeza.
Impériooooooooooooooooooooooooo
Impériooooooooooooooooooooooooo
Recuperamos os pontos perdidos em casa.
MAS ISTO NÃO TEM IMPORTÂNCIA...para os atléticanos e paranistas da 2ª divisão.
Lucas - Matinhos Pr
De Norte a Sul esta brilhando Coxa Branca...óH Glorioso, como é bom te ver...na frente do Atlético e Paraná de novo...
Paulo Andrade Cunha - Império
S.J.dos Pinhais
Estupendo a conversa com o Béco!
Lenir Farol - Estudante História
O Tio Torcedor no papo com espelho, foi realmente profundo.
Nosso Atlético perdeu mais uma.
Marcos Isfer Nontane
Atléticano Fanático e da Fanáticos
O Chico Fantasma certa vez me disse, que as lágrimas são o chuveiro do coração.
Emocionante as lembranças do Dalton. Ficou uma sensação de vazio, lembranças e tristezas. Não tenho mais nada a dizer.
Carlos Eduardo - Prof. Teatro
Aniversário após uma certa idade, dá a sensação que estamos fazendo um ano a menos de vida.
chicocoxabranca.blogspot.com
É verídico os 13 pontos do Nelson, antes de morrer?
Patrícia Silva - Campo Largo - Pr
Paranista e Palmeirense!!
O bom deste blog que tem comentários de todas as torcidas. Meu time de coração é o Fortaleza de onde vim, aqui em Curitiba torço para o Paraná. Talvez pelo fato de ter sido convidado por um vizinho Paranista na minha primeira ida ao estádio.
Rogério Corse - Eletrecista
Como aluno do Dalton, não estava preparado para ficar 60 dias sem aula.
Roberto Arruda - Mercadorama
Divertido com muito amor no final.
Parabéns Dalton pelo texto e os 60 anos, não pelos 60 dias.
Valéria Tamoios e Sandro
seleirochristiano@hotmail.com
este é o e-mail do meu amigo do Fera que fica louco com os chapa e a Coluna do Dalton.
Apelidamos nossa maria mole aqui da Padaria de Dalton. Nas sextas fazemos promoção de( maria mole Dalton) por 10 centavos.
Cristiane e Roberto
Padaria Pão Quente/Boqueirão
Fulminante o texto desta sexta. Tão fulminante como a espetacular vitória do Coxa em Santos.
Trabalhar com o Ribamar é como estar ao lado de um vulcão em erupção. Excelente o estrondo. Eu e a turma do Positivo nos divertimos e debatemos muito o texto.
Marciel - Londrina Pr
Emocionante mesmo Dalton. Esta sexta vc emocionou a turma.
Valdete, Carolina, Rodolfho,
Mateus, André, Sueli, Marta
e Lauro - Dom Bosco
Estive aqui e adorei
Patricia - Banco do Brasil
Fantástico
Londrina
Renato - Jornalista
O encontro com o Chico Fantasma é realmente de gelar o sangue.
Adalberto - Fanáticos
Leio sempre a coluna do Dalton, e não costumo deixar comentários. Tudo que teria para dizer, acho que já colocaram. De minha parte eu aprendo muito e tenho recomendado aos meus alunos.
Darci Netto - Maringá Pr
Eu lembro bem do nosso campinho de futebol Dalton. Ali saia gol que Pelé nenhum jamais sonhou.
Beto _ Campina Siqueira
sensacional do começo ao fim
Efigênia - Joinvile SC
Recebi e-mail do Chico para ler e comentar o texto. Espumante e delicioso como beber Skol nas sextas.
Alfredo - MUC
Dalton a turma aqui do Bar gostaria de beber umas cevas com sua ilustre presença. NA SEXTA!
Barroca - Campina da Siqueira
Amei. Leila Cruz - Cascavel
melhor que 51
uma boa idéia
Geraldo - Coxa
Não é fácil se fazer entender, num país onde 80% só entende de novela.
Alice - Itajaí - SC
Deve ser extremamente doloroso ter tanta sensibilidade e viver neste planeta.
Parabéns Dalton pelo aniversário e pela luz que espalha.
Gilberto Kardin - CEF
LONDRINA
o tempo passa...a vida passa...e eu
sem o Dalton...que nunca mais apareceu aqui...pra me fazer feliz nas sexta-feira...cade voceeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee
60 dias sem teus espetaculares comentários esportivos...resta ler as porcarias da Gazeta e Tribuna.
Portuga - Paranista
A epidemia intectual do Dalton tava se alastrando. Não devia parar nunca.
Neusequi - Bigorrilho - Coxa
A epidemia intectual do Dalton tava se alastrando. Não devia parar nunca.
Neusequi - Bigorrilho - Coxa
O personagem Chico Fantasma é o mesmo que andava com um caixão de defunto na rua 24 horas em época de eleição Dalton?
Leonardo - PT
O Coxa deve ganhar do Vasco, se tiver a mesma garra e vontade que jogou contra o Santos. O técnico quase estragou tudo sendo expulso.
Mauro - Império Alvi-Verde
Jacarézinho manda Parabéns ao Dalton.
Não vamos ter olimpíadas das letras por 2 meses?
Anacleto Cruz - Prof. Literatura
De tudo que escreveu Dalton, só não gostei de uma coisa> que vou ficar 60 dias sem visitar teu site.
Regina Márcia - E.E.Rio Branco
O Atlético tem técnico novo. Mas o time vai ser o mesmo?
Reinaldo Brech - Fanático pelo Atlético
Perdi novamente na loteca do Chico Fantasma.
O thadeu Morreu??? é verdade?? foi o que me disseram na escola...
Susan Fraga
ei
que historia é essa que o thadeu tá mal?
Jota Groso
Disseram que ele nem foi no show do amigo dele.
Deve ser efisema, do jeito que essa besta fuma!!!
Zuca
Acho que foi mordida de Cascavel.
Ruga
Pode crer
Ze Bolha
O Tadeu esta é dando risada dos comentários.
Jamais pensei que existisse em Curitiba um escritor que realmente sabe o que é escrever.
Lorena Toró - Radialista - SP
Gostei Dalton.Volto daqui 60 dias para espiar o site.
Raquel Den.Fontes - UNIANDRADE
sexta eu estava bêbado
hoje consegui ler
e aplaudir
Gustavo - Passeio Público
Achei triste o texto desta semana. Até de lágrimas o Dalton enriquece o texto.
Paulo - Império Comando Norte
15.112 Parabéns Dalton!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Valeu Dalton
Ricardo - Gazeta
A lei do retorno parece estar vingando.Gozaram tanto do Coxa na 2ª divisão, que o Atlético parece seguir o mesmo caminho. O Paraná já esta pagando.
Antenor - Coxa Roxo
Atlético ainda vai para Libertadores.
Eu sonho?
Mauro - 100% Atléticano
Com certeza o Paraná vai dar uma sonora goleada no Gama hoje 5 x 1.
Mané da Vila
Estupendo, magnífico, belo, profundo, divertido, inteligente, diferente e triste.
Fã de toda sexta
Raquel - Paranista
Gente, vamos espalhar cópias e e-mail para os amigos(as),inimigos(as),conhecidos,políticos,
etc...etc...o cara é muito debochado.
Pena, vai fazer falta às sextas.
Nancy
Realmente, é uma pena como a Nancy falou. Eu já tinha como leitura obrigatória, mas paciência. Outubro vem que é um upa, né Dalton?
Rogério Andrade
Grande texto, grande humor, grande escritor. Vou sentir sua falta.
Abílio Nogueira
O K9 jogou como um anjo. Não sei se seus pés tocaram o chão durante o jogo, tenho as mais cínicas e deslavadas dúvidas. Marcar 3 gols no templo do Pelé, Pepe, Dorval, Coutinho, Mengálvio, Edu, Gilmar, Carlos Alberto, Oberdan entre outros é demais para qqr jogador. Mas K9 não é só um jogador, é um portento, um craque (deveras supimpa), um extra-terrestre, um anjo caído do céu. Ver o jogo, me encheu os olhos de maravilhas.
Resultado justo. Muito justo.
Quanto ao Atlético, leiam minha coluna e ali já está dito tudo. Uma lástima.
O Paraná vai na mesma balada.
Rezem por eles.
Deu pra cabecinha do Roberto Fernandes e agora vem o famoso quem. Quem? O Pedro Ken com certeza não é.
Márcio Ribeiro da Fanáticos
Você sabe o que escreve, Dalton. Acompanho seus raciocìnios e vejo que você entende de futebol.
Ruga, o verdadeiro
O Tadeu virou Fantasma?
!
Vasco 0 x 2 COXAAAAAAAAAAAAAAAAAA
bADECO
Simplesmente genial, um texto digno de um mestre. Parabéns, Dalton. Lamentável que eu esteja chegando e você indo. Aproveitarei para ler as postagens anteriores. Espero outubro chegar roendo as unhas.
Luís Antonio Guimarães
Cada X mais complicam para entrar no site. Agora esta tudo em inglês.
Fernando - Paraná Esporte
como assim...se o thadeu é o chico fantasma quem é o beco prado? e quem é esse dalton? quem são todas estas pessoas...?
Luci Colica
quem é o mário?
Não sei o que estou perdendo, mas sei que estou. Já estava acostumado a esse blog, aos poemas, ao Dalton, aos parceiros do polaco louco. Não devia parar, não mesmo. Mas isso não tem importância.
Excelente. Como o Chico Fantasma disse.
Leandro Fortunatto - Império
Coxa 4 x 1 Sport
Dalton o Coxa só ganha!
Jonas - Império Barreirinha
Gostei do site Dalton. É de encher a alma de sabedoria.
Dolores Asseny Rocha
Joinvile - SC
O Coxa foi mais 1 x sensacional. Dá mesma maneira que o texto do Dalton!
Moisés - CORITIBA RUMO AO TÍTULO
Estou de passagem. Um amigo recomendou dar uma olhado neste blog. Só posso elogiar e recomendar aos amigos em SP.
Solange - Repórter
São Paulo - SP
Até na Coluna do Dalton o Chico Fantasma assombra. Estupendo terror.
Patricia Nara - Império CIC
O K9 continua anjo!
Rubens Silas - Araucária
Império
Fantástico a vitória do Verdão.
Fantástico este site.
Henrique Souza W.
Atlético e Ipatinga. Até aqui tenho receio?
Antonio Gasparin Seles
Fanáticos - Fazendinha
Vamos ganhar do Ipatinga, para depois perder fora. É doloroso este
sentimento de 2 ª divisão.
Cristiano - Atléticano preocupado
Coxa 2 x 1 Palmeiras. Repeteco.
graças a Deus vc vai parar... a literatura agradece!
Seu Silva
É de arrepiar. Valeu passar aqui.
Henrique - Cianorte - Pr
O Paraná se não ganhar hoje Dalton, com certeza vai para 3ª divisão. É o fim.
Vanessa - Paranista - Fúria
Dalton eu te amo
Dalton eu te amo
Lenita - Atleticana
* Escreva mais do Atlético. Oriente nossos jogadores a jogar como homens.
O Seu Silva tem todo ar de ser analfabeto ou invejoso.
Prof. Marcos
Positivo
Só hoje passei aqui a pedido do Chico aqui em União da Vitória.
Achei extraordinário, não foi propaganda enganosa.
Gilberto - Fera Com Ciencia
União da Vitória Pr
SAIU OS PALPITES DA LOTECA 326 DO CHICO FANTASMA NO BLOG:
chicocoxabranca.blogspot.com
PARTICIPE DO MEU ORKUT:
Chico Fantasma
E DA MINHA NOVA COMUNIDADE:
Fera Com Ciencia 2008 do Chico
um bosta!!
Rubens Soup
de palpites... quis dizer
R.S.
hoje vim reler o texto para matar as saudades
Lucas
Água Verde
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial