PAISAGEM
Vem, céu, inspira-me os mais puros monólogos.
Dá-me a emoção das estrelas, o amor dos astrólogos,
E, junto ao som dos sinos, deitado, sonhando,
O cântico dos cânticos que o vento vai levando.
As mãos sob o queixo, minhas queixas são nada,
Apenas as fábricas numa trabalheira desgraçada;
Torres, chaminés, mostras de mastros na cidade,
E grandes céus imensos a optar pela eternidade.
Vem, céu, inspira-me os mais puros monólogos.
Dá-me a emoção das estrelas, o amor dos astrólogos,
E, junto ao som dos sinos, deitado, sonhando,
O cântico dos cânticos que o vento vai levando.
As mãos sob o queixo, minhas queixas são nada,
Apenas as fábricas numa trabalheira desgraçada;
Torres, chaminés, mostras de mastros na cidade,
E grandes céus imensos a optar pela eternidade.
Charles Baudelaire (França, 1821-1867)
Livre adaptação de Antonio Thadeu Wojciechowski
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