polacodabarreirinha

Poesia, música, gracinhas e traquinagens

sábado, fevereiro 11, 2006

Eu estava lá

O melhor guitarrista de todos os tempos virou fumaça.

De vez em quando me bate uma saudade matadeira de algumas coisas muito significativas em minha vida. Ontem à noite, me lembrei do Tadeu Louco. Não, não sou eu, não. O Tadeu era um guitarrista espetacular, super dotado, mas que abandonou a música para ser fabricante de incenso. Aliás, seus produtos são reconhecidos e aplaudidos no mundo inteiro. O Tadeu nasceu predestinado ao sucesso. Mas isso não tem importância. O que eu quero dizer é que ontem me lembrei de uma de suas últimas apresentações. Foi no festival Ovolussom, aqui em Curitiba, em 1969. O cara entrou sozinho com sua guitarra no palco e simplesmente arrebentou. Ficou todo mundo boquiaberto. Tocando alguns sucessos do Jimi Hendrix e algumas canções de sua autoria, o Tadeu parecia uma banda inteira. O clube Thalia, local do festival, parecia querer desabar . O engraçado é que a cada música o Tadeu mudava a afinação da guitarra, para que pudesse fazer baixo, solo e base ao mesmo tempo. Um fenômeno que, hoje, talvez, só aquelas 4 mil pessoas presentes no Ovolussom guardem na memória. Ele foi ovacionado por pelo menos 10 minutos após a sua apresentação. Eu estava lá. Eu vi. Hoje quando vou à feirinha do Largo da Ordem, às vezes, encontro o Tadeu em sua barraca de incensos, sempre feliz. Já lhe perguntei várias vezes: e a música? Ele olha pra mim e, simplesmente, ri.

1 Comentários:

Às 16 fevereiro, 2006 , Blogger Roberto Prado disse...

Engraçado mesmo essas criaturas que nascem cheias de talento natural e, um belo dia, vão fazer outra coisa que ninguém imaginava. Simplesmente abandonam um dom que muitos desejariam ter e uma técnica que outros se esforçam como loucos para adquirir. Será falta de vocação, saco cheio, preguiça, tédio? Kardec explica? Sei lá, mas que dá o que pensar, isso dá.

 

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