Jurado de Morte
Os nervos em frangalhos, o olho vesgo,
A sensibilidade à flor da pele,
Essa respiração que nem ar expele
Direito, a sensação de ser o mesmo
Ser desumano, hipócrita, egoísta,
Que deve a conta que pagou à vista.
De onde vem essa dor?, eu me pergunto
E a resposta remói o passado próximo,
Como um fantasma, mal que chega junto
E ganha forma e sempre assombra, sólido.
É o remorso, esse tribunal patético,
Que em penas capitais, pune, enérgico,
Rico e pobre, sábio e ignorante,
Todos, sem distinção de cor ou credo.
Pra muitos, a experiência é edificante;
Para mim, uma porta para o inferno.
E se hoje volto assim, co’a alma alegre,
É que já não há diabo que a carregue!
Antonio Thadeu Wojciechowski
8 Comentários:
Magnífico, Polaco, magnífico.
Tremi na base.
BB
Nesse tribunal aí já passei maus bocados, mas como você mesmo diz a auto-crítica quase sempre é edificante.
Um beijo e um abraço
Leila
Bravo, Thadeu.
Maria Luíza
Esse tribunal é foda, já fui condenado algumas vezes. Aquelas cagadas homéricas sempre têm um alto preço.
Ab
Flávio
Acho que já estou mudando, gostei desse também.
Ângelo dos Santos
quem nunca teve sensação de pagar a conta à vista e continuar devendo não tem coração...
nesse fui absolvido no voto minerva 4 x 3
ruga
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