Bola Perdida
“Dizem que sou aquele que procura alguma coisa. Eu não procuro, eu encontro.”
“Dizem que sou aquele que procura alguma coisa. Eu não procuro, eu encontro.”
“No princípio era o verbo, até que surgiu um sujeito cheio de predicados.”
Meus afortunadíssimos leitores, ler-me, creio eu, se tornou, para muitos que aqui vêm, uma aventura da qual eu participo muito pouco ou, pelo menos, penso que não. Explico melhor. Esta semana choveu e-mails na minha caixa postal, uma enxurrada provocada por problemas no provedor Blogger, que fez com que algumas pessoas me mandassem mensagens por outra via que não os comments. Acho que respondi agradecendo a todos, mas confesso que achei a tarefa enfadonha e cansativa. Mas isso não tem importância.
OS FALACIANOS ESTÃO CHEGANDO.
- Começou o festival de besteiras que assola a internet. Ô velho morfético, porra que trôço! O cara enrola mais que as charuteiras de Havana. Pilheria-me o ser da direita, enviando sons e perdigotos em minha direção. Mas jurei pra mim mesmo que hoje não daria atenção a Geraldo e Ribamar e nem às suas
hidrofóbicas gracinhas.
- Ficou de mal, é? Viu, Geraldo, a múmia sifilítica está bem de mal com a gente...Ahahahahaha...
- Ahahahahahaha...A besta diabética acha que crônica esportiva é literatura! Ahahahaha...Que tal, hein, Ribamar? O velho obtuso quer um Nobel pelo conjunto de crônicas...Ahahahahahah...
Os dois, rindo e de braços dados, saem para fumar. Antes, porém, Ribamar entope de pomada Minâncora os poros abertos pelas recentes erupções de suas vulcânicas espinhas explodidas. Minha melhor resposta a gente dessa laia é o silêncio, a comiseração e a misericórdia. Não, não, meus obstinadíssimos leitores, não estou em estado búdico e nem em nenhum outro estado alterado de consciência. A verdade é que sou tão miserável e abjeto quanto estes dois praticantes do culto ao chiste, à pilhéria e à bazófia no altar da ignorância, da inveja e da maledicência. Mas isso não tem importância. O que eu quero mesmo lhes dizer e digo-o agora é que também sinto profunda inveja e desenfreado ciúme quando leio, vejo ou ouço algo que cheire a genial, extraordinário, belo ou novo. Nem bem ouço uma belíssima e verdadeira frase e lá vão meus neuróticos neurônios a provocar abalos emocionais e convulsões nervosas em todo o meu raquítico e combalido organismo. A parte mais visível desses transtornos se localiza em meu rosto, que, nestas crises, normalmente, se contrai num esgar trêmulo e jocoso, pois os olhos se esbugalham, a boca seca e toda a saliva do meu corpo é cuspida pelas axilas. Certa feita, um desses ataques me fez ficar mudo por mais de 10 segundos, de tão estupefato fiquei diante do quadro do Rettamozo, que hoje ilustra esta crônica. Confesso a vocês, meus absolvidíssimos leitores, o terror mudo, que se apoderou de minha pobre alma lógica e conclusiva naqueles 10 segundos, durou mais do que toda minha vida. E, vejam vocês, após este espanto espúrio, qual o primeiro sentimento a se manifestar em meu espírito? Não, não foi a alegria de ver uma obra-prima, de compartilhar um momento genial de criação. Não, não foi. O que primeiramente se manifestou em mim foi, pura e simplesmente, a inveja. E, para não deixar dúvidas, a mais cínica e deslavada inveja. Em seguida, numa descabida pretensão, dei-me ares de parceiro e vaticinei, batizando o quadro: “Gênio da Gênesis”, em tom mais solene do que o primeiro livro do Pentateuco de Moisés. E por tão humilhado, ainda não satisfeito, proferi: “O Retta está pau a pau com os grandes nomes da pintura universal.” E, num último solavanco de vaidade, com o rosto cavo, cavernoso e profundo: “É o nosso Hieronimus van Aeken Bosch travestido de hipérboles, o nosso Vincent van Gogh, pela ousadia e vigor das pinceladas, o nosso Miguel Bakun ressuscitado, em carne, osso e atávica genialidade.” As pessoas que me rodeavam, quase em transe epilético, com baba e revirar de olhos, soltaram emocionados ohs e uhs diante de tão apaixonada confissão. Fato que confesso, acalmou-me as lombrigas. Mas isso não tem importância.
SILÊNCIO!! GRITOU O TORCEDOR PARA SI MESMO.
O que eu quero mesmo lhes dizer é que, cedinho, o Trevisan chegou lá em casa com o cenho desfigurado pelo sobrolho pensativo:
- Então nada vai certo neste mundo?
Confesso que tremi. A pergunta fulminante e emblemática lançou em minha alma as mais primitivas e anacrônicas ânsias de preservação da espécie. Expectativo, amenizei:
- “A que exatamente você se refere, Trevisan?”
- O Torcedor diz que não vai mais torcer, cara. É o fim do mundo! E mais, reiterou que fará um jejum de palavras ad eternum.
- O quê? O velho pirou de vez!?
- Teu tio não fala nada desde o jogo com o Paraguai e se negou a ver ou saber notícias do jogo com a Argentina.
- Meu Deus!, é o fim! Temos que fazer alguma coisa, Trevisan.
- O que me entristece mais é saber que sua eloqüência demostiana, a sua perspicácia cartesiana, a sua sabedoria laotseniana, a sua agudeza sartreana, o seu poliglotismo ruibarboseano, a sua criatividade kliebnikoviana estão silenciados para sempre.
- Pra sempre é muito tempo. Daqui uns dias, o velho desencana.
- Desencana, o caralho! O Torcedor é mais teimoso
e convicto que padre que casa.
- Mas veja, Trevisan...O vampiro não disse nem tchau e saiu, deixando palavras não ditas em minha boca e farelos no pirex, há pouco, repleto de broinhas de fubá mimoso. Do licor de ovos, levou até a garrafa. Mas sobre a mesa depositou um envelope azul, onde preso por um clips, no lado externo havia um bilhete: “Dalton, o Machado baixou em mim, ontem, na hora que apavora, e deixou uma mensagem, mas repetiu reiteradas vezes que não é pra você abrir o envelope antes do galo cantar 3 vezes. Deus te abençoe, meu filho. Assinado: Pai Véio Chico Fantasma.” Li e reli o recado, uma centena de vezes. Até que, exausto, adormeci com o envelope fechado nas mãos.
Mas isso não tem importância.
A LINGUAGEM REVOLUCIONÁRIA DOS POMBOS.
O que eu não posso deixar de lhes dizer, meus curiosíssimos leitores, é que acordei, horas depois, lembrando de um encontro que tive com o Nelson Rodrigues, em julho de 1969. Minto, era junho de 1968. A ditadura comia de pau qualquer um que falasse o que ela não queria. Isto é: qualquer tipo de crítica ao sistema. Estávamos bebendo, eu, chopp; ele, um pires de leite para acalmar sua úlcera temperamental. O local era o folclórico Bar Amarelinho, da Cinelândia, lá no Rio de Janeiro. O Nelson estava eufórico e, categórica e peremptoriamente, me dizia: “Hoje, a Praça de São Marcos tem mais turista americano do que pombo. E muitos, inadvertidamente, dão milho aos americanos e deixam os pombos a ver navios. Graças a Deus, a nossa Cinelândia ainda não foi invadida pelos nossos irmãos do norte. De sorte que, aqui, os pombos ainda constituem uma sólida maioria. Diria mesmo que a Cinelândia tem mais pombos do que o soneto de Raimundo Correia. E são tão mansos, de uma tal docilidade, que parecem amestrados. Mas eis o que eu queria dizer: certo dia, esses pombos foram surpreendidos por uns trinta ou quarenta rapazes. Num golpe de mão, os jovens ocuparam as escadarias do Municipal. Os pombos imaginaram que a rapaziada ia falar da guerra do Vietnã ou da ditadura brasileira, os assuntos da moda. Engano. Simplesmente estavam ali para um comício de um tipo jamais suspeitado. Ninguém xingou os Estados Unidos. O primeiro orador anunciou a morte da palavra. O segundo idem. E assim o terceiro, o quarto e o quinto oradores. Pode-se dizer que a palavra morreu cinco vezes. Os pombos se entreolhavam, num mudo escândalo desolado. Não entendiam nada. Mas nisto chegou o momento do milho. Dez minutos depois, voltam os pombos. Eis o que viram: os rapazes estavam rasgando poemas de amor. Com tal gesto queriam demonstrar aos pombos que a nossa época não comporta mais nem a palavra, nem o amor. Por fim, retiraram-se, gloriosamente, os rapazes. E então, ruflando as asas e sacudindo as penas, os pombos voltaram para o soneto de Raimundo Correia.” O Nelson silenciou e tive a nítida impressão de ver seus olhos, piscando asas de par em par, subindo e descendo pelos misteriosos telhados e encantados beirais até pousarem na calçada para dar pulinhos e bicar o milho. Mas isso não tem importância.
À PALAVRA DADA, NÃO SE MOSTRAM DENTES
A LINGUAGEM REVOLUCIONÁRIA DOS POMBOS.
O que eu não posso deixar de lhes dizer, meus curiosíssimos leitores, é que acordei, horas depois, lembrando de um encontro que tive com o Nelson Rodrigues, em julho de 1969. Minto, era junho de 1968. A ditadura comia de pau qualquer um que falasse o que ela não queria. Isto é: qualquer tipo de crítica ao sistema. Estávamos bebendo, eu, chopp; ele, um pires de leite para acalmar sua úlcera temperamental. O local era o folclórico Bar Amarelinho, da Cinelândia, lá no Rio de Janeiro. O Nelson estava eufórico e, categórica e peremptoriamente, me dizia: “Hoje, a Praça de São Marcos tem mais turista americano do que pombo. E muitos, inadvertidamente, dão milho aos americanos e deixam os pombos a ver navios. Graças a Deus, a nossa Cinelândia ainda não foi invadida pelos nossos irmãos do norte. De sorte que, aqui, os pombos ainda constituem uma sólida maioria. Diria mesmo que a Cinelândia tem mais pombos do que o soneto de Raimundo Correia. E são tão mansos, de uma tal docilidade, que parecem amestrados. Mas eis o que eu queria dizer: certo dia, esses pombos foram surpreendidos por uns trinta ou quarenta rapazes. Num golpe de mão, os jovens ocuparam as escadarias do Municipal. Os pombos imaginaram que a rapaziada ia falar da guerra do Vietnã ou da ditadura brasileira, os assuntos da moda. Engano. Simplesmente estavam ali para um comício de um tipo jamais suspeitado. Ninguém xingou os Estados Unidos. O primeiro orador anunciou a morte da palavra. O segundo idem. E assim o terceiro, o quarto e o quinto oradores. Pode-se dizer que a palavra morreu cinco vezes. Os pombos se entreolhavam, num mudo escândalo desolado. Não entendiam nada. Mas nisto chegou o momento do milho. Dez minutos depois, voltam os pombos. Eis o que viram: os rapazes estavam rasgando poemas de amor. Com tal gesto queriam demonstrar aos pombos que a nossa época não comporta mais nem a palavra, nem o amor. Por fim, retiraram-se, gloriosamente, os rapazes. E então, ruflando as asas e sacudindo as penas, os pombos voltaram para o soneto de Raimundo Correia.” O Nelson silenciou e tive a nítida impressão de ver seus olhos, piscando asas de par em par, subindo e descendo pelos misteriosos telhados e encantados beirais até pousarem na calçada para dar pulinhos e bicar o milho. Mas isso não tem importância.
À PALAVRA DADA, NÃO SE MOSTRAM DENTES
O que eu queria dizer é que a palavra, para mim, é tudo. Sem ela, nem o zen poderia não ser expresso. Ou como Jesus bem disse: “Nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de meu Pai.” É claro que o silêncio, às vezes, fala alto. E óbvio também que falar por falar, qualquer papagaio fala. O verdadeiro falar é aquele que fala com a verdade mais profunda do coração, com todo o sentimento, esse discurso onipotente, onisciente e onipresente é o que me interessa. O resto...bem o resto são migalhas que até os pombos hão de rejeitar.
O Roberto Prado me dizia, ontem às 3 da madruga ( ele, em sua generosidade ímpar, escolhe sempre as melhores horas para ligar), o que disse Shakespeare:
- Dalton, nem palavras duras e olhares severos devem afugentar quem ama; as rosas têm espinhos e, no entanto, colhem-se.
Diante do meu silêncio, continuou:
- Sofremos demasiadamente pelo pouco que nos falta e nos alegramos pouco pelo muito que temos.
Apesar de minha alma dar solavancos, nada falei. E ele:
- Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que às vezes poderíamos ganhar pelo medo de tentar.
Humilhado pelos arrancos triunfais de suas perquirições, me atrevo:
- Eu acho que...Desligou e não disse nem boa noite. Não volto para a cama. Vou à varanda e me ponho a pensar com meus botões de futebol de mesa. Lembro que há pouco, assim que o galo cantou pela terceira vez, abri o envelope para ler a mensagem do Machado de Assis. O pergaminho alvo e sedoso deu-me uma vaporosa sensação táctil; a caligrafia uniforme e inquieta, de visível equilíbrio e elegância. Eis o que ele me escreveu, sem cortes ou mixagens: “Dalton, nada encoraja e dá mais força ao pecador do que a infinita expectativa de merecer o perdão. Assinado: M.A.” Confesso, meus equilibradíssimos leitores, que perdi , simultaneamente, o chão, o norte e a noção das coisas. Isso dito assim, de forma tão rotunda, me fizeram reviver as mais remotas humilhações que já sofri em vida. Quando, pelo perdão aleatório e inconseqüente, absolvi canalhas inomináveis das ações mais abjetas. Essa cumplicidade covarde, que o Machado, descaradamente, me fez ver, me jogava na cara, inapelavelmente, toda a minha pusilaminidade. Mas isso não tem importância.
QUEM PERDE OU GANHA UM JOGO É A ALMA.
O campeonato brasileiro é por pontos corridos e vai que é um upa. O Coritiba, mais uma vez mal escalado pelo Dorival Jr, não encontrou a vitória no Alto da Glória, mas o Vitória. E empatou. Se existe algo capaz de esvaziar almas e corações, é o empate em 0x0, meus vitoriosíssimos leitores. O oxo é xoxo, embora muitos ainda insistirem em escrever chocho. A torcida coxabranca vazou do Couto Pereira pelas beiradas, xingando até a mãe do Hugo, que, no pênalti, cobrou tiro de meta. Mas como a esperança é a última que morre, vem aí o Fluminense que, mesmo na lanterna, jogará com o time reserva. Um empate para o Flu já seria um grande negócio. O Maringas me passou um e-mail irritadíssimo: “Dalton, está todo mundo devendo. Paraíba, Michael, Donizete, Marlos, Hugo, mas ninguém deve mais à torcida do que o Dorival. O cara está escalando mal, faz cinco rodadas que time joga um péssimo primeiro tempo e melhora no segundo. Dá pra entender um troço desses?” Dá, sim, Maringas, o Dorival cara de pau está sentindo a falta de um cavaco, de um pandeiro e de um tamborim. Sem alegria, o futebol
QUEM PERDE OU GANHA UM JOGO É A ALMA.
O campeonato brasileiro é por pontos corridos e vai que é um upa. O Coritiba, mais uma vez mal escalado pelo Dorival Jr, não encontrou a vitória no Alto da Glória, mas o Vitória. E empatou. Se existe algo capaz de esvaziar almas e corações, é o empate em 0x0, meus vitoriosíssimos leitores. O oxo é xoxo, embora muitos ainda insistirem em escrever chocho. A torcida coxabranca vazou do Couto Pereira pelas beiradas, xingando até a mãe do Hugo, que, no pênalti, cobrou tiro de meta. Mas como a esperança é a última que morre, vem aí o Fluminense que, mesmo na lanterna, jogará com o time reserva. Um empate para o Flu já seria um grande negócio. O Maringas me passou um e-mail irritadíssimo: “Dalton, está todo mundo devendo. Paraíba, Michael, Donizete, Marlos, Hugo, mas ninguém deve mais à torcida do que o Dorival. O cara está escalando mal, faz cinco rodadas que time joga um péssimo primeiro tempo e melhora no segundo. Dá pra entender um troço desses?” Dá, sim, Maringas, o Dorival cara de pau está sentindo a falta de um cavaco, de um pandeiro e de um tamborim. Sem alegria, o futebol
é apenas um esporte bretão.
O Atlético sofreu uma derrota portuguesa com certeza. Sofreu para perder só de 1x0. Não jogou nada, mas se defendeu bem. E deve continuar se defendendo com unhas, dentes, chuteiras e bicões pro mato, neste final de semana, quando enfrenta o Grêmio no estádio Olímpico. O time recebeu alguns reforços, mas devem estrear somente nas próximas rodadas. O técnico Fernandes anda preocupado pela pouca criação do meio pra frente e da quase total ausência de tiros à meta adversária. O Augusto Mafuz anda mordiscando-lhe a canela e dizendo que a culpa é dele, minando a esperança da torcida. Ainda não sei se é má vontade ou conhecimento de causa.
O Paraná, coitado, dá pena. Mas tem uma chance de ouro de sair das últimas posições, pois recebe o ABC, um time que ,apesar da idade, ficou nas primeira letras. O Paraná tem portanto praticamente um alfabeto inteiro para bater, surrar, vencer e convencer a sua diminuta, porém, vibrante torcida. O Batista de Pilar, que só faz versos de primeira, não se conforma com a segundona do seu time de coração. Mas isso não tem importância.
TEM UM POÇO DE SABEDORIA
O Atlético sofreu uma derrota portuguesa com certeza. Sofreu para perder só de 1x0. Não jogou nada, mas se defendeu bem. E deve continuar se defendendo com unhas, dentes, chuteiras e bicões pro mato, neste final de semana, quando enfrenta o Grêmio no estádio Olímpico. O time recebeu alguns reforços, mas devem estrear somente nas próximas rodadas. O técnico Fernandes anda preocupado pela pouca criação do meio pra frente e da quase total ausência de tiros à meta adversária. O Augusto Mafuz anda mordiscando-lhe a canela e dizendo que a culpa é dele, minando a esperança da torcida. Ainda não sei se é má vontade ou conhecimento de causa.
O Paraná, coitado, dá pena. Mas tem uma chance de ouro de sair das últimas posições, pois recebe o ABC, um time que ,apesar da idade, ficou nas primeira letras. O Paraná tem portanto praticamente um alfabeto inteiro para bater, surrar, vencer e convencer a sua diminuta, porém, vibrante torcida. O Batista de Pilar, que só faz versos de primeira, não se conforma com a segundona do seu time de coração. Mas isso não tem importância.
TEM UM POÇO DE SABEDORIA
NO MEIO DO CAMINHO.
O que eu queria mesmo lhes dizer é que a palavra se doa, se dá, gratuitamente, como um poço que, quanto mais doa, mais água e de melhor qualidade tem para oferecer. A palavra é assim também, enquanto alguns morrem de sede; outros vivem dela, com pródiga abundância. Por mim, meus generosíssimos leitores, as palavras continuam assim, esplêndidos universos a serem explorados pelas mentes de boa vontade que estão ou estarão entre nós. Com as palavras nasceram religiões, filosofias, romances, peças teatrais, poemas, mundos e mais mundos, mas, principalmente, nós mesmos, os filhos da saudade da vida por si mesma. Nós, que nos sussurros amorosos de nossos pais, fomos gerados à imagem e semelhança. Nós que, através dessa troca de palavras ardentes de paixão, ganhamos alma, consciência e uma vida novinha em folha. Na verdade, meus abnegadíssimos leitores, nós e as palavras fomos feitos uns para os outros. É um caso de amor antigo, muito antigo. E como em todo caso de amor se salvam todos felizes entre mortos e feridos. Mas lembrem-se: nem tudo que reluz é aura, o ouro da manhã é aurora. E na aurora...
O que eu queria mesmo lhes dizer é que a palavra se doa, se dá, gratuitamente, como um poço que, quanto mais doa, mais água e de melhor qualidade tem para oferecer. A palavra é assim também, enquanto alguns morrem de sede; outros vivem dela, com pródiga abundância. Por mim, meus generosíssimos leitores, as palavras continuam assim, esplêndidos universos a serem explorados pelas mentes de boa vontade que estão ou estarão entre nós. Com as palavras nasceram religiões, filosofias, romances, peças teatrais, poemas, mundos e mais mundos, mas, principalmente, nós mesmos, os filhos da saudade da vida por si mesma. Nós, que nos sussurros amorosos de nossos pais, fomos gerados à imagem e semelhança. Nós que, através dessa troca de palavras ardentes de paixão, ganhamos alma, consciência e uma vida novinha em folha. Na verdade, meus abnegadíssimos leitores, nós e as palavras fomos feitos uns para os outros. É um caso de amor antigo, muito antigo. E como em todo caso de amor se salvam todos felizes entre mortos e feridos. Mas lembrem-se: nem tudo que reluz é aura, o ouro da manhã é aurora. E na aurora...
Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sangüínea e fresca a madrugada...
E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...
Também dos corações onde abotoam,
Os sonhos, um por um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;
No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais... (*)
Poupem-me, porque esse velho poço, por hoje,
já saciou sua sede.
Dalton Machado Rodrigues
(*) Soneto As Pombas, de Raimundo Correia.
53 Comentários:
Muito legal, Dalton.
Beto
torcida diminuta é o caralho!!!
ruga, entrandona kombi que vai levar ao estádio...
Previsões para o ano qe virá.
DIRETORIA DO PARANÁ PROMETE TÍTULO INÉDITO EM 2009!
O de campeão da terceira divisão.
Anônimo Profeta.
vão pra p...q..p....como a placa
passada...gol de placa do Dalton
continuem assim e nunca mais compro livro, vcs escrevem tudo que a nossa alma precisa.
eu vou ver o filme agora Campeão
tou muito sensível!
sermão da montanha em pleno 2008!
Como toda sexta, uma melhor que a
outra...é água mole em pedra dura, é
capim brotando no asfalto, é o trigo
sem o joio, o coração batendo nas palavras!
hoje é dia de golear o Nense
meus palpites da loteca estão no blog:
chicocoxabranca.blogspot.com
ESTUPENDA MATÉRIA DO DALTON!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Não consigo comentar o q está acontecendo?
Agora saiu, mas ontem não consegui de jeito nenhum. Tá muito bom o texto de hoje. Pombas!!
Flávio
Não sei pessoal o que está acontecendo, mas parece que o serviço está voltando ao normal. O Chico Fantasma me comunicou que lá onde ele trabalha ninguém está conseguindo comentar. O pessoal da império também não. Eu coloquei este comentário sem problema algum, hoje e, de ontem para cá, mais 8 comentaram. Então deve estar tudo ok. Abraço a todos.
Beleza, Thadeu, não estava conseguindo comentar. Maravilha estes textos dos últimos dias. A coluna do Dalto está impecável como sempre. São momentos do mais puro prazer e emoção ler.
Abração
Vale a pena esperar uma semana pra ler. É meu saara da semana.
Bj
Uma melhor do que a outra, até sexta!
Fabiano
Muito emocionante, Thadeu. Um texto lapidado pela mão de um mestre. Parabéns, velhinho.
Detonou bonito a galera tá gostando pra caralho.
Giba
É verdade, meu amigo, tem gente que fala pelos cotovelos e não consegue dizer absolutamente nada. Você consegue falar de muitas coisas ao mesmo tempo e assim mesmo ser claro até demais. Eu leio e releio e releio cada uma de suas crônicas e parece uma aula de como escrever. Estou escrevendo bem melhor e até me arriscando a escrever uns contos. Ainda não mostro para ninguém, mas você é o meu padrinho.
Bj
Luísa Guimarães
Eu não sei comentar um texto mas eu gosto de ler você é engraçado e depois é triste e assim vai.
Armando Ribas
Essa pra mim foi a melhor.
No começo eu achava que era muito texto pra ler, agora já que é muito pouco, porque a forma q vc escreve me prende e quando termina parece que não devia terminar ainda, por isso pode escrever mais. Mas isso não tem importância. RSRSRSR...
Fábio Lucas
Tinha que ser meu tio mesmo!!!
hahahaha
Bejo
Gafanhoto
Magnífico, Polaco. Um texto para ser lido com a minha melhor roupa e perfumado.
Fernando Migliaccio
Meu caro Dalton, é a segunda vez que teço comentários em suas crônicas, não sou muito chegado em escrever.Meu pai, polaco do Bacacherinem ler sabe mas me ensinou uma coisa muito mais importante que é respeitar as pessoas inteligentes. Eu admiro muito o seu trabalho e se você já publicou algum livro de crônicas eu gostaria muito de adquirir dois, uma para mim e outro para meu irmão que mora em São Paulo. Aguardo sua resposta.
Um abraço amigo de
Miguel Antônio Javarski
Arregaçou pra valer, Tadeuzão.
Milani
O que que dá pra falar mais? Eu não sei.
Ab
Luís Alberto Sottomaior
2x1 coxa! Não tem erro.
Maringá
Tá feio o futebol paranaense.
Rubens
O Paraíba joga por todos, em todos os jogos. Se o Coxa vender o Paraíba, a volta
da segundona é inevitável.O Paraíba atualmente é um dos melhores jogadores do país, assim como a Coluna do Dalton!
Fernando - Império
A maior, a mais vibrante e bonita torcida organizada do Paraná!
Adorei o texto do Dalton que o Chico Fantasma tanta propaganda fez. Mas não posso deixar de dar 10 pro texto no blog do Chico "Relação de Solidão dos Dentes dos Terráqueos Primitivos"! O cara conseguiu dizer tudo da forma mais louca que já li em toda minha vida.
Silvio Clark - Londrina Pr
Sou Atleticano e o que o Coxa e o Paraná já sentiram com os juízes ladrões, estou hoje sentindo na alma, mente e coração. Nenhuma das 3 penalidades existiu. É uma vergonha o que tão fazendo com nossos times. Onde anda nossos deputados e senadores? Justiça tem que ter em todos os níveis da sociedade. Que nossos Presidentes de Clubes e Políticos tem que unir, antes que seja tarde demais.
Moacir da Fanáticos. Sensacional os textos e poesias deste blog. Tenho recomendado aos amigos.
Sou Coxa Verde e concordo com o Moacir. Na TV Educativa de ontem e na Globo pela manhã hoje, deu pra ver que realmente não existiu as penalidades. Em outros estados como RS, MG, RJ, SP, não só os políticos
defendem com unhas e dentes seus times como os próprios patrocinadores. Criem vergonha nossos políticos, futebol também dá voto...e muito voto.
Souza de Azevedo K - MUC
A foto de abertura do texto do Dalton, é uma verdadeira obra prima.
Sou mais Paranista que o Batista Pilar, vamos pra frente após esta suada vitória.
Acredito na volta da 1ª divisão. Não deixo de ir ao estádio nunca. Os Paranistas estão devendo, só 3000 torcedores no estádio? Depois não querem dizer que temos torcida pequena.
Cícero Peres - Sanepar
Pelo palpites do Chico Fantasma com 6 duplos que joguei, fiz 11 pontos. O empate do Corinthias, a vitória da Portuguesa e dos Goiás fora de casa, é de acreditar que não teremos acertadores de novo nesta semana.
Paulo Santista - Ponta Grossa - Pr
Já estou adivinhando a Coluna do Dalton desta próxima sexta com Atletiba. Como todos ingressos vão se esgotar rapidamente, espero para alegria de milhares de torcedores que o Canal 12 transmita ao vivo este jogão! Se o Atlético deixar?
tem gente que não acha o texto do Dalton por que não tem nem paciência de procurar, enchem de poesias,etc...sexta, sabado e domingo o texto tem que ser capa do blog. Daí 2ª, 3ª, 4ª, 5ª tem dias de sobra para colocar outros geniais textos!
Num galinheiro forrado de galinhas, com pouco espaço elas se bicam o tempo todo. Mas num espaço grande a calma reina no reino das galinhas. Na nossa mente é a mesma coisa, quanto mais acumulo de experiências e conhecimentos, menos liberdade temos. O cérebro é mecânico, como o computador, tem que deletar muitos dos lixos que acumulamos no cérebro, para sobrar espaço pro amor, a única coisa que preenche o vazio da alma, sem violência.
Amor não é o oposto do ódio. Quando não existe ódio, o amor simplesmente é, não é necessário dar milho pra acalmar?
A coluna do Dalton ocupa espaço para que tenhamos mais espaço!
chicocoxabranca.blogspot.com
chicofantasma.blogspot.com
As X eu fico pensando se o Chico Fantasma é louco ou vai ficar louco ou é muito esperto? No jogo do Coxa fiquei observando a facilidade que ele tem de entregar tanto panfleto, com o endereço do blog do polaco, do blog dele,etc...Só não entendi uma frase que dizia que todos os caminhos levam a Roma ou ao Chico nº
XV.CXII?
Francisco Oliveira
Só hoje meu computador conseguiu escrever um comentário:
c o m e n t á r i o
orkut: Chico Fantasma
Participe da comunidade:
chico100%coxabranca
e leia meus palpites da loteca e os delírios mentais do nº 13 no meu blog:
chicocoxabranca.blogspot.com COMUNIDADE NO ORKUT:
Me Chama Que Eu Vou em 2010
TODOS OS CAMINHOS LEVAM A
ROMA OU AO CHICO Nº XVCXII
OBS: LEIA AS SENSACIONAIS COLUNAS DO “DALTON” BOLA PERDIDA NO BLOG: POLACODA
BARREIRINHA.BLOGSPOT.COM
IMPERDÍVEL TODA SEXTA-FEIRA
Este é o panfleto(faltou a foto) que
o Chico Fantasma espalhou no Couto.
!
O Chico Fantasma virou garoto propaganda do blog do Dalton ou é uma maneira de usar este blog para promover o dele?? O Chico Louco que trate de terminar
o livro Big Brother do Cigarro, da Bebida e dos Jogos que faz uma década que ouço falar mas não vejo publicar.
Dany - FERA
Esqueceu que sou pobre de dar dó
Dany? Sem dinheiro o livro não sai do
travesseiro.
CHICO FANTASMA
Além de tudo, parabéns pela coragem de divulgar e valorizar poetas como o Raimundo Correia que, junto com o Bilac, o Castro Alves e o Gonçalves Dias foram desterrados pelos acadêmicos e sua pretensão de determinar o que é bom gosto. Como, alíás, fizeram com o Augusto dos Anjos (que, aliás, era de outra turma). Espero que continue em seu esforço civilizador. Quanto à coluna, meninos, eu vi! A vida tem belezas assim.
Ler seus textos, Dalton, é um grande prazer. Esse último em especial é de uma sensibilidade sem comparação. Eu e minha esposa nos divertimos muito e estaremos aqui todas as sextas.
Com apreço e admiração
Orlando e Marta
vão tudo toma no cu
Distribuir propaganda em campo de futebol dá nisso, Thadeu. Demais o texto, abração.
Murilo Dias Santos
o palavrão é para o árbitro dos 3 penaltys
contra o Atlético
se a Coluna do Dalton fosse só elogios
a bomba atômica teria outra utilidade?
não sei porque em semana de ATLETIBA
a cidade parece ficar tudo em TPM ou
TPC (tensão pré clássico)
Dalton, solte a coluna na quinta e não na sexta que dá mais barulho, o pessoal vai se moer nos comentários.
Fábio, Fanáticos
vamo arrebentar com os bambi.
Meu caro Javarski, ainda não tenho livros publicados. Mas obrigado pelos elogios.
Quase não gosto de ler nada no entanto gostei daqui, desse jeito eu entendo.
Acássio Mendes
li o delíro mental no blog do Chico onten ( Sonho com Krishnamurti)
Acreditem leitores deste blog, vcs
vão se emocionar!
vá lá e confira no blog -
chicocoxabranca.blogspot.com
Saulo de Cássio Arruda
SMC
RODRIGO SELL DA TRIBUNA ESCREVEU QUE TEM UM FANTASMA NO COUTO PEREIRA NA SUA COLUNA DE 25.06. QUAL FANTASMA? NO ORKUT?
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