polacodabarreirinha

Poesia, música, gracinhas e traquinagens

quinta-feira, junho 19, 2008


Thadeu, Plínio e Vera no Beto Batata



enterrem meu coração na curva do rio



a água desse rio
volta e meia passa
pela minha vida

reconheço o fio
que nos une, a faca
que corta para que siga

nunca é fim de sede
o que anuncia
mas guarda-chuva

gravidez de verde
pão nosso de cada dia
após estreita curva

se é água funda
não sei e tenho raiva
de quem sabe

mas a lâmina corcunda
é bom que saiba
da ferrugem e do zinabre

pois desse rio
conheço a pressa
como a minha palma

e, sagrado, o rito,
este jamais cessa,
somente salva

benigna a origem
tem sempre a mesma água
o enigma da esfinge

e é dessa água o gosto
da lágrima que leva e lava
a alma no meu rosto


antonio thadeu wojciechowski





1 Comentários:

Às 19 junho, 2008 , Anonymous Anônimo disse...

Q tesão, Thadeu.

 

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