Vozes da Morte
Agora, sim! Vamos morrer reunidos,
Tamarindo da minha desventura,
Tu, com o envelhecimento da nervura,
Eu, com o envelhecimento dos tecidos!
Ah! Esta noite é a noite dos Vencidos!
É a podridão, meu velho! E essa futura
Ultrafatalidade de ossatura,
A que nos acharemos reduzidos!
Não morrerão, porém, tuas sementes!
E, assim, para o futuro, em diferentes
Florestas, vales, selvas, glebas, trilhos,
Na multiplicidade dos teus ramos,
Pelo muito que em vida nos amamos,
Depois da morte, inda teremos filhos!
Augusto dos Anjos
2 Comentários:
passei aqui pra me procurar
só que não me encontrei.
onde é que eu fui parar
se ainda não me enterrei?
um beijo Thadeu W.
Carlos Careqa
Genial !
Um mestre para além de todos os "ismos"!
Abraço
Gafanhoto
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