polacodabarreirinha

Poesia, música, gracinhas e traquinagens

segunda-feira, setembro 12, 2005




Vc é quase rigorosamente lírico nos seus poemas? Essa é a alma
brejeira do Brasil?

O lirismo bate sempre, claro, mas meu temperamento às vezes estraga isso tentando uma expressão mais elaborada...
Quanto à alma brejeira do Brasil, com essa brisa que beija e balança, ela é um ingrediente a mais no nosso caldo: mas no dia em que eu destilar um estilo poético totalmente puro estarei morto.

O que vc vê de mais importante acontecendo em Curitiba?

Vejo muitas coisas excelentes, uma geração de poetas a que eu pertenço frutificando lindamente: pegue 1973, o ano do meu nascimento: Amarildo Anzolin, Mário Domingues, Fernando Koproski: os três hoje produzindo e agitando culturalmente a cena com programas de rádio, clipoemas, livros, muitos livros de poesia (o Koproski tem uma editora excelente, a Kafka – edições baratas): enfim: muita coisa acontecendo, inclusive um polaco da barreirinha aí gravando um CD de canções que promete encher os ouvidos da patota...

Vc está entre os 31 poetas gravados pela GGG – Grande Garagem que Grava – no projeto Poetas em Movimento. Como foi essa experiência de ir para um estúdio e declamar seus poemas com o Rodrigão pegando no pé?

Foi muito muito bom: no meu caso, eu diria que foi até terapêutico, porque nalgumas sessões de gravação eu estava em surto maníaco: li poemas que escrevi na clínica psiquiátrica, o pessoal da patota adorou e volta e meia passa no programa RadioCaos: quanto ao Rodrigão pegar no pé, isso só acontece com você, que agora está sofrendo o parto de gravar canções: comigo era só questão controlar o barulho das páginas na mão tremendo durante o surto.

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