polacodabarreirinha

Poesia, música, gracinhas e traquinagens

domingo, outubro 02, 2005

Um poema que foi momento de destaque no Conversa com verso

A invasora

Ninguém escolhe ser poeta.
É ela,
a poesia,
quem elege ao bel prazer,
quem irá por ela morrer em vida,
ou nela eternamente viver.
É ela,
a poesia,
quem invade sorrateira a mente
e insana deposita seus ovos
na chocadeira humana.
Gerá-la, nem sempre é um prazer.
Muitas vezes, é uma agonia.
E o pior de tudo,
é que nem sempre há sincronia
entre o poeta e a poesia,
entre o recipiente e o conteúdo.
Há um descompasso,
uma falha de espaço
entre o tempo do poeta
e o tempo da poesia.
Muitas vezes,
há uma anomalia
entre o que ele é
e o que ele cria.
Não, não se enganem...
Nem sempre há um elo
entre criador e criatura.
O que há, sim,
é um eterno duelo,
uma (a)tensão constante,
porque a qualquer instante,
um pode trair,
ferir, parir ou
abortar o outro.

Marilda Confortin

2 Comentários:

Às 02 outubro, 2005 , Anonymous Anônimo disse...

Harman skips the 'filters' in blog on her visit to Iraq
Copley News Service WASHINGTON -- Insurgent attacks in Iraq are "crippling the country's infrastructure and forcing the U.S. military into a defensive crouch." "One senior U.S. official confided that the ...
Exciting novel? Like to read? Don't wait for the movie, read the first chapter now at www.marcella.cc

 
Às 04 outubro, 2005 , Anonymous Anônimo disse...

Muito bom. Fazia tempo que eu não ouvia falar de uma poeta curitibana.
Essa tem pegada.

Roberto Trompowski

 

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