polacodabarreirinha

Poesia, música, gracinhas e traquinagens

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Atendendo a pedidos, aí vai!


O dia em que encontrei o Paulo Leminski
com a camisa do coxa.



Encontro o polaco, no meio da madrugada. Alegrinhos, eu e ele.
- Onde você esteve todos esses dias em que eu lhe lia? - pergunto ainda abatido pelas notícias de sua morte.
- Por aí, brincando no judô e lutando com a poesia.
- Vivo ou morto?
- Isso ninguém sabe.
- ?!
- Como é que estão o Solda, Retta, Alice Ruiz, Marcos e Roberto Prado, Sérgio Viralobos, Wilson Bueno, Fernando, Reinoldo, Hamilton e a minha querida Helena Kolody?
- E o Cardoso??, argúo antes de responder.
- Abriu outro Bar do Cardoso, lá. Está declamando cada vez melhor.
- Lá?
- É.
- Onde fica lá?
- Isso ninguém sabe.
- ?!
- Em que ano nós estamos?
- 7 de junho de 1996.
- Porra!!
- O que deu em você de me aparecer assim no meio da madruga?
- Saudades de Curitiba. E você ainda não me respondeu como é que está a turma toda.
- Bem, bem. Todo mundo com livro novo. Curita, em matéria de poesia, é de morte mesmo, né?
- Eu que o diga.
- O que você quer dizer exatamente com isso?
- Quero dizer que vamos sentar em algum lugar e beber. Estou morto de vontade de umas vodkas e muitas cervejinhas.
- Vamos lá, no Estorvo, o bar do Cobaia, um jovem poeta que você precisa conhecer.
- Você falou lá?
- Falei, mas este lá eu sei onde fica.
Fomos. No caminho reparo que o Leminski está com a camisa do Coritiba.
- Você não é atleticano ?
- Era. Evoluí, lá.
Fico feliz, sou coxa-branca roxo, todo mundo sabe. Sentamos, frente à frente. Ele, forte, saudável, dentes brancos, barba feita, bigode impecável, parece ter rejuvenescido 20 anos; eu, daquele jeitão de sempre.
- Ahhh! que saudades, cara. Não tomava uma dessas há anos.
- E o Bar do Cardoso, lá não tem bebida?
- Isso ninguém sabe.
- Mas você não vai lá ?
- Às vezes.
- E então ?
- Então, o quê?
- !?
Entre versos, prosas, goles, tiradas espirituosas, trocadalhos do carilho, goles, teorias, filosofices, piadas, comentários, goles, análises, adendos, réplicas, goles, tréplicas, observações, picuinhas e aleivosias, tomamos todas, literalmente. Trôpegos, vimos o sol nascer e o bar se pôr. Rindo, entre um abraço, um cambaleio e outro poema, me despeço: “ eu vou pra lá e você?”.
- Eu também.


Antonio Thadeu Wojciechowski

7 Comentários:

Às 14 fevereiro, 2006 , Blogger polacodabarreirinha disse...

Aí está, Sampaio, Cris, Ivan, Mário, Luíza, o texto que vcs queriam. Escrevi este texto em homenagem ao polaco do pilarzinho, pois apesar de ser atleticano colocou uma bandeira verde e branca na frente de sua casa quando o coxa foi campeão brasileiro. Um gesto à altura do grande homem e poeta que ele foi.

Grande abraço

Thadeu

PS: o texto saiu na última Cornélio, mas não sei porque o desenho do Sampaio não entrou.

 
Às 15 fevereiro, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

Atlééééético


Ei coxoas vào tomá no Cú


Ruga

 
Às 15 fevereiro, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

Thadeu amigo, tu és coxa, mas, adora mulher com corpo atlético.

édson de vulcanis

 
Às 15 fevereiro, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

Se fez isso, devia estar sóbrio demais.

 
Às 16 fevereiro, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

Oi Tadeu!
Emfim criaturas e criadores se encontram como foram pensados um para o outro rssssss
Aqui estão as 2 como era pra ter saido. um abração

 
Às 19 fevereiro, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

E aí, Thadeu? O desenho é também muito legal. O nome do autor do desenho é Sampaio? Grande abraço.

 
Às 24 fevereiro, 2006 , Blogger polacodabarreirinha disse...

É sim, Marião, ficou duca, né?
Grande abraço.

 

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial