polacodabarreirinha

Poesia, música, gracinhas e traquinagens

segunda-feira, março 06, 2006

Uma singela homenagem a um bom poema

DIRETO DE SÃO PAULO, AO VIVO, UM POEMA COM INÍCIO,
MEIO E SEM FINAL FELIZ.


Caso eu forçasse o meu lápis ou o teclado
pra produzir algum versinho combinado,

não é certeza, mas muito provavelmente
faria um poema mesmo digno de gente:

eu até poderia enganar qualquer uma
que desejasse se enxergar inteira em bruma

e cada letra viraria então verdade,
ganhando assim com a rima a realidade.

Mas meu sentimento não é somente som:
não é só esse ó aqui que soa certo e bom:

quando eu começo (e comecei) minha arapuca
é pra roçar sem nenhum dó na tua nuca,

é pra pescar teu corpo, e de quebra o coração,
é pra fazer do nosso amor enfim canção

que muito mais do que palavra é sopro da alma,
é olho no olho, lábio em lábia, palmo a palma.

Só que se você faz pouco caso e não liga
me sinto feito um poeminha duma figa,

feito um versinho que perdeu o metro e a rima
(buscando embaixo o que ficou ali pra cima):

feito um Cupido que só atira bumerangue:
um coração que bate seco por seu sangue.

Ivan Justen

2 Comentários:

Às 06 março, 2006 , Blogger Zoe de Camaris disse...

pô, thedeu, eu ia blogar este poema do ivan amanhã...agora ele vai ser obrigado a fazer outro.

besos,
zoe

 
Às 06 março, 2006 , Blogger polacodabarreirinha disse...

Isso não impede vc de nada, Mônica.
Um poema bonito e sentido como esse deve correr o mundo.

Bj

Thadeu

 

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