Mar
MAR, AH, MAR!
Homem ao mar!
A maré:
O fluxo e o refluxo
Do mar
Luís Antônio Solda
O repuxo rococó na Praça Osório é o mar, o grande mar de Curitiba.
Dalton Trevisan
no fim da terra amar
mar de estrelas
sal picado
Alberto Centurião
Ulisses, herói grego, saiu com um barquinho para salvar a pátria e quase foi comido pelas sereias. É doce morrer no mar, encantavam elas. Somos todos uns filhos do mar. De onde veio todo esse óxido de diidrogênio salgado, às vezes verde, às vezes azul, que nem o supertelescópio Huble achou similar por estas galáxias? Muita água já rolou na corrente que liga o início da geléia da vida à vida como ela é ou pode ser: um mar de rosas ou de lama. Viemos do mesmo naufrágio e boiamos sozinhos para ilhas desertas. Quando pela 1ª vez viajamos pelo espaço, foi aquela água: pousamos justamente no Mar da Tranqüilidade. Somos assim, de lua. Vista lá do alto, a baleia é azul. No tempo em que a Terra ainda era quadrada, os portugueses não faziam onda, tinham a Nasa da época, a Escola de Sagres. Calmaria era conversa pra tubarão dormir. Seus grandes navegadores (os astronautas de 1500) fingiam ir atrás de riquezas (para arranjar quem os financiasse). Mas, na verdade, procuravam roteiros ainda não dominados pelos muçulmanos, com a cruz nas velas, rezando para não fazer água. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra: para cada intrépido navegante há sempre pilhas de piratas pra pilhar e um mar de marinheiros de 1ª viagem fazendo marola. O mar, quando quebra na praia, é bonito, é grande, mas não é dois – são sete mares. O Mar Vermelho foi aberto por Moisés, o Mar Morto tem tamanha concentração de sal que ali até eu ando sobre as águas, o Mar Negro me deu um branco. Dizem que o Paraguai, que não tem mar, resolveu invadir o Brasil e tomar banho no Atlântico. Mas, a maré estava braba e, para a sorte do nosso imperador, Solano Lopez, esqueceu de pedir licença à Inglaterra. Seu sonho só se realizaria anos mais tarde, quando os paraguaios venderam um oceano de uísque, compraram todos os imóveis de Caiobá, Guaratuba e Camboriú e ainda levaram Matinhos de troco. O Titanic foi servido on the rocks aos deuses do mar. Certa feita, a China resolveu invadir o Japão e mandou a mais poderosa esquadra que o oceano Pacífico já teve notícia. Mas o mar não estava para peixe e uma grande tempestade destruiu a temível armada. A tremenda borrasca, que salvou o couro dos japoneses, foi chamada por eles de kamikase, “o vento de Deus”. Poucos conseguiram chegar, a nado, mas, em vez de fazer guerra, resolveram pescar e estão lá, na ilha de Okinawa, até os dias de hoje. Já andamos na Lua, mas ainda não pegamos onda no fundo do mar (nem robô agüenta a pressão). Dizem que o gelo dos pólos vai derreter e o mar vai subir. No Rio de Janeiro, o mar vai, finalmente, nivelar flats e barracos. Dizem também que os tufões e as ressacas são castigos pelas nossas malvadezas. Ainda por cima há navegadores solitários e navios fantasmas, o Holandês Voador, por exemplo. Verifique o leme, a âncora, o timão, fique de olho nos faróis, estufe as velas e sinta a maresia. Mas antes, guie-se pelas estrelas e, se o mar não for a sua praia, o melhor mesmo é ficar chorando no porto. Ou pegando um bronze na areia.
2 Comentários:
Meu, que tesão!
Dario Teixeira
New Orleans que o diga, né Thadeu?
Alguém tem que pagar pela cagada dos outros.
Abraço
Maurício Peckmann
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