Se é verdade que Deus não conta o tempo que a gente passa pescando, eu devo ter uns créditos.
Inconsistência
um temporal desaba sobre a garoa fina
a Terra vira aquela água
tudo se desmilingüindo
o mar, entre os rios, afluindo
a Torre de Pisa escorrega sobre a Capela Sistina
um alpinista se afoga no Aconcágua
por baixo do Canal da Mancha,
escafandristas não vêem a luz do fim do túnel
toda a engenharia do Japão em vão: maremoto, não terremoto
a Estátua da Liberdade bóia no Planeta dos Macacos
no Rio de Janeiro, nivelados por baixo flats e barracos
cumpre-se a profecia do Anjo Exterminador de Buñuel
vista assim do alto, a Terra azul fica feia na foto
Antonio Thadeu Wojciechowski, Marcos Prado e Sérgio Viralobos
Pelos mares do céu
Curitiba, hoje a luz do poste é nossa lua
Sua chuva vem e nela se dissolve
Todo santo dia minha alma ferve e flutua
Evapora, vira nuvem, te comove
Sua praia, Curitiba, virou areia
O seu mar de tanto amor mudou pra cima
Quando volta cai já doce santa ceia
Um olho d’água, úmido de céu, acha a rima
Roberto Prado
Ñe’ ê.
Yo soy la marafona del balneário. A cá, en Guaratuba, vivo de suerte. Ah, mi felicidad es un cristal ante el sol, advinadora esfera cargada por el futuro como una bomba que se va a explodir en los urânios del dia. Mi mar. La mer. Merde la vie que yo llevo en las costas como una señora digna cerca de ser executada en la guillotina. Prossigo el arte de la sortista, casa térrea com mangueiras en el jardin e sombreros por los quintales, sin hablar del sol, del rude sol mañanas, tardes y noches – el espantoso verano de Guaratuba quando se é deciembre e el mundo se pone de barracas y chicos por las playas coloridas pela tarde – esta pequena gran artista de las tintas del cielo.
Wilson Bueno
um temporal desaba sobre a garoa fina
a Terra vira aquela água
tudo se desmilingüindo
o mar, entre os rios, afluindo
a Torre de Pisa escorrega sobre a Capela Sistina
um alpinista se afoga no Aconcágua
por baixo do Canal da Mancha,
escafandristas não vêem a luz do fim do túnel
toda a engenharia do Japão em vão: maremoto, não terremoto
a Estátua da Liberdade bóia no Planeta dos Macacos
no Rio de Janeiro, nivelados por baixo flats e barracos
cumpre-se a profecia do Anjo Exterminador de Buñuel
vista assim do alto, a Terra azul fica feia na foto
Antonio Thadeu Wojciechowski, Marcos Prado e Sérgio Viralobos
Pelos mares do céu
Curitiba, hoje a luz do poste é nossa lua
Sua chuva vem e nela se dissolve
Todo santo dia minha alma ferve e flutua
Evapora, vira nuvem, te comove
Sua praia, Curitiba, virou areia
O seu mar de tanto amor mudou pra cima
Quando volta cai já doce santa ceia
Um olho d’água, úmido de céu, acha a rima
Roberto Prado
Ñe’ ê.
Yo soy la marafona del balneário. A cá, en Guaratuba, vivo de suerte. Ah, mi felicidad es un cristal ante el sol, advinadora esfera cargada por el futuro como una bomba que se va a explodir en los urânios del dia. Mi mar. La mer. Merde la vie que yo llevo en las costas como una señora digna cerca de ser executada en la guillotina. Prossigo el arte de la sortista, casa térrea com mangueiras en el jardin e sombreros por los quintales, sin hablar del sol, del rude sol mañanas, tardes y noches – el espantoso verano de Guaratuba quando se é deciembre e el mundo se pone de barracas y chicos por las playas coloridas pela tarde – esta pequena gran artista de las tintas del cielo.
Wilson Bueno
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