polacodabarreirinha

Poesia, música, gracinhas e traquinagens

terça-feira, setembro 13, 2005

Laurentino, morador de Superagüi, grande amigo meu, e eu indo para a ilha.



Mar português

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

Fernando Pessoa



Mar mulher

Como quando do mar tempestuoso
O marinheiro lasso e trabalhado
Dum naufrágio cruel, já salvo a nado,
Só ouvir falar nele, o faz medroso;

E jura que em que o veja bonançoso
O violento mar e sossegado:
Não entre nele mais; mas vai forçado
Pelo muito interesse cobiçoso:

Assim, senhora, eu que da tormenta
De vossa vista fujo por salvar-me
Jurando de não mais em outra ver-me,

Minh’alma que de vós nunca se ausenta
Dá-me por preço ver-vos, faz tornar-me
Donde fugi tão perto de perder-me.


Luís de Camões



Retrato das águas

a chuva enfim
algo a mais na lagoa
ondas de marfim

Antonio Thadeu Wojciechowski

1 Comentários:

Às 14 setembro, 2005 , Anonymous Anônimo disse...

Vida boa, hem, meu!

Marco Santini

 

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