polacodabarreirinha

Poesia, música, gracinhas e traquinagens

quinta-feira, março 29, 2007


Olha eu aí no cinema novíssimo, gente!

Eles são geniais. Eles são demais. Eles são Solda e Retta.
Precisa dizer mais?

terça-feira, março 27, 2007



Vocês vão ter que esperar.


Feliz da vida, deixo vcs na mão.
Pintou trabalho e eu preciso ganhar uns trocos.
Estarei ocupado nos próximos dias.
Não há previsão de data para a volta, no momento.
Assim que tiver, aviso.

Um abraço a todos

Thadeu


sábado, março 24, 2007





Vocês não perdem por esperar.


Calma, amigos, a coisa está apenas começando e vai longe pra caralho.
O primeiro capítulo atingiu plenamente o seu objetivo, que era despertar um sentimento de perplexidade e ojeriza por este acontecimento que pelo jeito ainda sobrevive na memória do povo curitibano. Eu ia revelar no fim, mas alguns dos meus amigos não deixaram, pois se lembraram do fato e já entregaram a chave do primeiro capítulo.
A idéia foi escrever quase jornalisticamente, com a frieza que a maioria das notícias chega até nós. Não se preocupem com as aparências, elas sempre enganam. Na terça-feira, o primeiro drible vai ser nas canetas, pra alguns aprenderem que o tempo é curto, mas não fecha o circuito.

Polaco da Barreirinha




quinta-feira, março 22, 2007








A vingança do povão.

Capítulo 1

Você acredita em monstros?

“Xi, paiê, sinhô fez xixizinho ni mim,
De novo.” Nunca foi realmente até o fim,
Porém, em muitas noites, arrasta a menina
Pra sua cama e se serve. Ela tem nove anos.
É a mais velha dos quatro irmãos. Única filha.
Além do pai, um tio a inclui entre seus planos.
Costuma aparecer com balas e docinhos,
Quando eles estão completamente sozinhos.

O pai, abandonado pela mulher, bebe
De cair pelas esquinas e, às vezes, se perde.
Fica dois, três dias, bêbado ou muito chapado,
Deixando as crianças sós, para alegria do tio.
“Ô, muié, não posso deixá os piá tudo largado,
Cum fome. Cê fica aí, não sorte nem um pio.”
A mulher, quarto mês de gravidez, dois filhos,
Sabe que se falar algo ele sai dos trilhos.

Já apanhou por mais de uma vida, então, se cala.
Sem ele, pode ver sua novela na sala,
Sossegadinha e alegre, junto aos seus filhotes.
“A noite tá pra mim.” Vai ao bar e enche a cara.
Sai. Chega tropeçando, cheio de pacotes.
“Óia o que o tio comprô proceis: bolacha, bala,
Chocolate e refri.” “Viva! Viva o tio Zeca!”
Felizes papam tudo. “E, agora, soneca!”

Pega os três menorzinhos e leva pra cama.
“Quem drumi por primero vai ganhá uma grana,
De manhãzinha. Quem abri o zóio perdeu.
Eu e a Aninha já tamo biservando oceis.”
Inocentes, nem piscam. “Isso aqui é só seu.”
Entrega-lhe o bombom. “Brigada, outra vez,
Mas não percisava s’incomodá, tio.”
“Quié isso, minha flô, não é incômodo, viu?

Procê dô tudo e mais um poco. Tá sabendo?”
Puxa-a pela cintura e os dedos vai metendo
Sob a blusa, tocando em seus seios minúsculos.
“Ai, tio, eu sinto cócica!” “Só um pouquinho.”
Beija-a na boca e prende-a com seus fortes músculos.
“O titio vai te dá agora um presentinho,
Mas ocê tem que ser boazinha e ficá quieta.”
Arrasta-a para a cama suja e incompleta.

A pequena debate-se, quer se livrar
Dos braços que a envolvem. Quando vai gritar,
Leva um murro no meio da cara e desmaia.
O Zeca se aproveita. Após descabaçá-la,
A sodomiza enquanto a enforca com a saia.
Juca, o mais velho dos meninos, vai à sala,
Atraído pelos ruídos. “Tio, que fez com ela?”
“Nada! Acho que ela tá c’uma bala na goela.

Ajude o tio aqui.” O garoto vem depressa.
Zeca pula sobre ele e não tem conversa.
Usa um pedaço de lençol como mordaça,
Prende-o e o deixa nu. Barbariza outra vez,
Pois enquanto estrangula o piá, também o traça.
“Agora, boto fogo em tudo!” Pensou e fez.
Com um martelo mata os dois sobreviventes
E com uma garrafa de álcool e um fósforo
Incendiou a pequena casa, sem remorso.

De longe, viu o fogo alto e sorriu aliviado.
Foi pra casa e dormiu um sono sossegado.
De manhãzinha, a mulher o acorda gritando:
“Zeca! Zeca, desgraça, meu Deus! Os meninos
E Aninha! Só tem cinza lá!” “Que tá falando?
Cê tá louca, muié?” “Não, tão aí os vizinhos
Querendo falá, home de Deus.” Meio tonto,
Zeca levanta e rápido vai ao encontro.

“Que que incomoda, Tião? Anda bebendo muito?”
“Nada, Zeca. Queimô a casa e as criança junto.”
A mulher de Zeca, que ouvia atrás da porta,
Tem um ataque histérico, cai desmaiada,
Bate a cabeça fortemente e rola morta.
Os três assistem a última estrebuchada,
Quase paralisados pelo horror da cena.
Quem visse Tião e Joca agora teria pena.

Os dois tinham trazido a notícia fatal
E Zeca os olhava com um ódio mortal.
“Veja o que oceis fez, fios da puta! Vão morrê!”
Quando puxa o punhal, os dois já estão longe.
Ameaça persegui-los, chega até a correr,
Mas pára. “Sei bem onde esses cabra se esconde.
As despois vô sangrá eles todinho. Ah, vô!
Não sobra um pra contá que me perjudicou.”

Entra em casa e olha para a falecida.
A estátua de Nossa Senhora Aparecida
é colocada no chão, ao lado do corpo,
Pela vizinha. Zeca não aprova muito.
Porém, dissimulado, se finge de morto.
Vai fazer um café e esquece do assunto.
Não demonstra nenhum sentimento ou dor.
Acende um cigarrinho e põe pó no coador.

Fim do capítulo 1



Antonio Thadeu Wojciechowski


terça-feira, março 20, 2007






no olho dela
a lágrima chora por mim
não por ela


thadeu w













ninguém na rua
até meus pensamentos
no mundo da lua


thadeu w














flor que se cheire
dê o ar da graça
nesse miserere


thadeu w











primavera no fim
que flores, outono
você traz pra mim?

thadeu w






domingo, março 18, 2007


sexta-feira, março 09, 2007


Imperdível!


O Alexandre França é um poeta e compositor da nova geração de artistas curitibanos. Tenho o maior respeito pelo seu trabalho. Inclusive tive a honra de escrever a apresentação do livro OS ICONOCLASTINHAS, que ele escreveu em parceria com o sensacional Leprevost. Bom, mas agora o papo é outro. O atrevimento do cara não tem limite, pois até CD já está lançando. E a festa é amanhã (10 de março) com um puta show no Guairinha, às 21 h. Só não estarei lá se me prenderem ou me matarem no meio do caminho. E tenho dito.

Polaco da Barreirinha




Agora ou nunca

dia de doer os olhos de tão bonito
só o mais que perfeito, meu amigo
a beleza hoje não corre perigo
vamos aproveitar bem o infinito
esse instante é o que temos no momento
vida não tem replay nem edição
já que agora está tudo cem por cento
que tal ser feliz de uma vez então?


Thadeu W

quinta-feira, março 08, 2007

Helena Kolody

8 de Março

Dia internacional da Mulher

Viva a Mulherada.

As mulheres, ah, as mulheres! Para elas, todo o carinho
do Polaco da Barreirinha.


Thadeu


a velha e boa jovem guarda

o amor quando chega pra alguém
é lindo de se ver
é o bastante pra entender
que o amor é bem maior
maior que eu
que você
que nós

só depois de entender
vai saber o que eu quis dizer
quando disse que te amo
meu bem

(thadeu, edilson e edson)


canção de ninar tarado

eu vou botar a cabecinha
pra pensar só em você
arregaçar minhas manguinhas
pra fazer você feliz

colocar todo meu tempinho
pra render
enfiar tudo na poupança
e esperar
sua barriga crescer

cresce, barriguinha
cresce sem cessar
estufa, barrigona
até a bolsa estourar

chora, neném
chora sem cessar
mamãe faz chupetinha
pro papai não pentelhar

(thadeu e bira)

machismo feminista

ô cara
é da buceta isso aí, hein?
da buceta o caralho
isso aí é do caralho
Mas por que que as coisas têm que ser só do caralho
E não podem ser da buceta também
Da buceta
Da buceta

(thadeu, bira e walmor)


matando saudades da morta

azulejei o teu jazigo
como eu queria jazer contigo
mas o jazz me mantém vivo
e de muito bom humor

por isso mesmo vou fazer um rock’n roll
com uma batida legal pra dançar
sapatear em cima do teu caixão
pra alegrar meu coração

(thadeu, edilson, edson)


o beabá do amor

depois que aprendi o alfabeto
comecei a inventar palavra
no começo ela era quase nada
mas hoje é tudo para mim

cada um tem seu próprio dialeto
quando fala com a voz do coração
no começo nem mesmo era canção
mas hoje é tudo para mim

em cada verso uma rima eu projeto
pra fazer a alegria do povão
no começo era só por diversão
mas hoje é tudo para mim

a gente aprende a falar pra falar de amor
meias palavras não bastam ao bom entendedor
amor era só uma palavra
mas hoje é tudo para mim

(thadeu, edilson)


Palavras

misturando as letras do alfabeto
meu coração escreveu teu nome
num estranho dialeto

consoante as vogais
nossos encontros
consonontais

eu estava tritongo
perdido entre seus bilabiais

um sujeito com tantos predicados
dando mole pras figurinhas
difíceis de linguagem

( thadeu, edilson, edson)

pare de falar

pare de falar pra todo mundo
que gosta de mim
eu não tenho culpa disso

teu coração bateu na minha porta
pôs meu peito abaixo
quem é você que não sabe o que diz
meu deus do céu que palpite infeliz
querer dizer o que eu devo ou não devo sentir

a partir daí então comecei a uivar pra lua


( thadeu, e edilson)


pelas barbas de mim mesmo


minha segurança é jesus
por isso pratico karatê
e ando armado
se ele que tinha o poder
foi crucificado
imagine eu, incrédulo na cruz

perdido não preciso de perdão
nem garantia de ressurreição

o céu é muito grande pra nós dois
por isso entrei no elevador e desci
eu sou underground
a essas alturas já sinto vertigem
não posso esquecer minha origem humilde de santo
à primeira mulher que passar eu canto
eu canto

(thadeu, bira, edson e trindade)


receita de mulher al dente


diáfana
indelével
difinitivamente volúvel

volátil
etérea
substancialmente gasosa

fluida
solvente
anatomicamente translúcida

dúbia
insípida
misteriosamente palatável

dogma
enigma
magnificamente ideal

linda
envolvente
deliciosamente fogosa

(thadeu, beco, edilson, rodrigo, walmor)


saudades do nersão 2


capotei meu coração
nas curvas da vida
na íngreme subida
do prazer que o teu corpo me deu

e hoje na descida
dessa ribanceira
me precipito na banguela
daquela megera que me domou

afogarei o ganso de saudade
lá no baixo meretrício
descerei até o último degrau
e irei sozinho para o hospício

(thadeu, edilson, magoo, cobaia e edson)

PS: Uma das três músicas compostas com

o mesmo título no dia do falecimento do imortal

Nelson Gonçalves.

toxicopsicosexoplasmose do nosso amor

perdi suas mãos não sei onde
escalofobético um monte de coisas
a rainha das flores são rosas
de mim pra você, me responda

se sou seu amor, não se esconda
se eu não for, vai tomar na bonda

(thadeu e edilson)


velhinha acesa

sou filho do meu vizinho
ele faturou minha pobre mãezinha
e ainda exigia chupetinha

é que a cama do vizinho
é sempre mais maciazinha

hoje, sessenta e cinco anos depois
o meu vizinho
ainda não me deixa chamá-lo de paizinho

(thadeu, bira, cobaia, marcos prado, edson, edilson)


glande cérebro

tarado é o cara
que pensa com a cabeça do pau
guarda camisinha na bolsa escrotal
nem vê onde passa a vara
só quer saber de esporrear
pra ele até a sua mão é puta
qualquer buraco é gruta
não precisa de dinheiro pra violentar

(cobaia, edilson, edson, marcos e thadeu)

conversatório

eu ando falando coisas estranhas para
fulano, beltrano, cicrano
o acorde do meu violão
não pára na nota convencional

meu samba já vem como um deus
que balança as cadeiras
e induz a mulata a fazer neném
que um dia vai fazer samba também

(thadeu e edilson)


ficha limpa

pra que transformar
lembranças em cobranças
me pague à vista
eu agradeço a prazo

meu coração te deu crédito
sem consultar o seproc
todo amor é inédito
não importa o ritmo do rock

(thadeu, edilson, edson e walmor)

diário de uma ninfeta prostituída

desde o princípio da humanidade
os homens corrompem as menininhas
em troca de bebida, comida
e queimadura de cigarro

eles chegam em carros possantes
sapato branco reluzente
charutos jamaica, chapéu panamá
e champagnes espocantes

os que vêm para os prazeres da carne
têm à mão um baby beef
uma garrafa de Arak
e uma carteira de free

(alessandro, thadeu, marcos prado e edson)

de joelhos, porca la miséria

eu não me emporcaria
se fosse porco de água doce
não cantarei jamais
toucinhos, bofes presuntosos

não dou o rabo a torcer
banhuda do meu coração
você é gorda quase dupla
um ménage à pururuca

raspando o tacho do chouriço
defumo teu pernil roliço
dois porcos no rolete
feijão, farofa, vinagrete

(thadeu, edilson, cobaia, edson e rodrigo)

terça-feira, março 06, 2007




segunda-feira, março 05, 2007


Nova novelha estréia dia 15 de março.


A vingança do povão.

Vc nunca leu nada pior. Um texto cruel, violento, mil vezes maldito. Proibido para menores de 30 anos. Vc vai vomitar de nojo, raiva, ódio. Vc que pensa que mora numa cidade modelo, vai ver a realidade das entranhas dessa Curitiba. A princípio o título da novelha seria DESPEJO. Mas resolvi utilizar o nome de um show que a gente fez há uns 10 anos, por estar mais de acordo com o que eu estou pensando. Entrevistei 12 menores de rua, 9 favelados, 14 prostitutas, 5 homossexuais, 6 viciados em crack, 4 arrombadores, 2 ladrões de carro, 1 assassino e 3 famílias despejadas. A realidade supera a ficção, meus irmãos. Se vc não suporta a verdade, mude de blog enquanto é tempo.

Polaco da Barreirinha

sábado, março 03, 2007






um andarilho
solto no mundo
um poeta encantador

um vagabundo
louco profundo
um poeta trovador

que diz que a vida
não é pra qualquer um
é apenas uma via
que vai te levar
que vai te levar
que vai te levar
pro lado de lá

lá onde vivem
anjos e demônios
e também o salvador

gárgulas, gnomos
minotauros, unicórnios
invenções de um sonhador

que diz que a vida
não é pra qualquer um
é apenas uma via
que vai te levar
que vai te levar
que vai te levar
pro lado de lá


(thadeu, ferreira, magoo)


Alegria é a prova dos nove. Viva o Solda!


Infância


Nuvens escuras são esponjas
Que a imaginação espreme
As brancas, algodão
Doce de criança
Pendurado num palito
Chamado bem-aventurança

Thadeu W







A outra face

“Sou um rio que corre do mar
Água esplêndida estendida ao limite
Tão irregular como o verbo amar”



Essa minha cara de jacarandá
Repleta de sóis estúpidos demais
E luas de nunca mais
Anda vendo coisas que não há

Uma escada para o infinito
Um bom poema para comer
Outro melhor ainda para beber
E eu só fazendo bonito

Essa minha cara de imbuia
Cercada de samambaias caídas
E rosas carolas distraídas
Parece estar indo pra cucuia

Sem meus sonhos de bem querer
Sem meus olhos poloneses
Sou um estranho entre quatro paredes
Escrevendo espelhos para me ver

Essa minha cara de taquara
Anulada de palhaços risíveis
E piruetas inverossímeis
Carrega uma dor que não sara

E nem mesmo esse vendaval
Me faz mover um músculo sequer
Para ir atrás do que deus quiser
Como foi o vento de avental

Essa minha cara de bracatinga
Cansada de olhares faiscantes
E longos caminhos eqüidistantes
É uma saudade que respinga

E tanto fez que agora tanto faz
Só o poema realmente interessa
Esse fluxo vital que não cessa
E vai para onde não estou mais


Thadeu W




quinta-feira, março 01, 2007


Eu vou pro Céu?

Minha vida era um palco iluminado
Até o dia em que chegou
A conta da Copel (1)

Pedi água
E a Sanepar desligada (2)
Negou-me registro

Sei que eu existo
Tenho RG, CPF
E a inútil rima S.O.S.


Thadeu W

1. Companhia Paranaense de Energia Elétrica
2. Companhia de Saneamento do Paraná