polacodabarreirinha

Poesia, música, gracinhas e traquinagens

sexta-feira, outubro 31, 2008

Tupan, Sérgio, Thadeu, Renato e Rodrigo em agradável convescote.


respeitável público!

hoje acordei pensando num poema
obra prima da minha vida inútil
um rosto inédito através do fútil
mas eu estava murcho, sem antena
e não pegava nem mesmo no tranco
- a alma era só uma página em branco

mas não me dei por perdedor, ah não!
“isso não vai ficar assim” - gritei!
com a cordialidade de um ok
escrevi um verso para mim então
e, nesse verso, vi que as minhas dores
são as suas, senhoras e senhores!



antonio thadeu wojciechowski





diálogo consumista


tem uma dor
que volta e meia
dói-me
doutor...

(diria sir arthur conan doyle
cometendo haraquiri)
elementar, caro poeta
viver dói
mas dói mais quando você ri
da desgraça escrita na testa


olávio trilac wojciechowski




"Quando fizeres algo nobre e belo e ninguém notar, não fiques triste. Pois o sol toda manhã faz um lindo espetáculo e, no entanto, a maioria da platéia ainda dorme..."


"Não se drogue por não ser capaz de suportar sua própria dor. Eu estive em todos os lugares e só me encontrei em mim mesmo."


"É uma falta de responsabilidade esperar que alguém faça as coisas por nós."


"Deus é um conceito pelo qual medimos o nosso sofrimento."


"O trabalho não justifica a existência. A gente trabalha para existir e vice-versa."


"Eu quero dinheiro apenas para ser rico."



"Pense globalmente e atue localmente."


"Amo a liberdade, por isso deixo as coisas que amo livres. Se elas voltarem é porque as conquistei. Se não voltarem é porque nunca as possuí."


"A vida é aquilo que acontece enquanto você está planejando o futuro."



John Lennon






"Antigamente, o defunto tinha domicílio. Ninguém o vestia às pressas, ninguém o despachava às escondidas. Permanecia em casa, dentro de um ambiente em que até os móveis eram cordiais e solidários. Armava-se a câmara-ardente num doce sala de jantar ou numa cálida sala de visitas, debaixo dos retratos dos outros mortos. Escancaravam-se todas as portas, todas as janelas; e esta casa iluminada podia sugerir, à distância, a idéia de um aniversário, de um casamento ou de um velório mesmo."
Nelson Rodrigues


O A E O Z


O CORAÇÃO É A PARTE MAIS IMPORTANTE PRA MIM
PULOU NA FRENTE QUANDO ERA PARA EU PULAR
NO FUTURO HAVERÁ UM MUSEU CHEIO DE NOVIDADES:
AMPLIFICADORES VALVULADOS,
GUITARRAS GIBSON E ENERGIA SOLAR

EXPLICAÇÕES QUE MINHA PROFUNDIDADE TEM A DAR:
NO TRANSÍSTOR A DISTORÇÃO É SIBILANTE
MEU SONHO PESSOAL
AMPLIFICADO EM MILHÕES DE WATTS !
O EQUIPAMENTO VAI ME DEIXAR TRANSMITIR ISSO?



ENTREVISTA DE ARNALDO BATISTA
A SERGIO VIRALOBOS E THADEU W



REI DE PAUS DAMA DE OUROS


VOCÊ FOI MINHA DAMA DE COPAS E MESA
EU VALIA UM VALETE DE OURO
MAS AO TE EMBARALHAR ME FALTOU DESTREZA
O QUE PERDI VOCÊ GANHOU EM DOBRO
A CARTOMANTE LÊ AS CARTAS QUE TE ESCREVI
E O CORINGA NOS DEIXA DE RESTO
VOCÊ ME MATOU MAS EU NÃO MORRI
NUNCA VI TANTOS AZES NUM BARALHO HONESTO




THADEU, SERGIO VIRALOBOS E PAULO LEMINSKI



TRABALHÓLATRA


É ALTAMENTE EFICIENTE
FICAR DOENTE NAS FÉRIAS
NUNCA PARAR PRA ESPIRRAR
DESOBSTRUI MINHAS ARTÉRIAS
NEM DESCANSO ME DARÁ ENCOSTO
NENHUM ESPELHO PÁRA MEU ROSTO
ESTOU A ANOS-EXTRA DA FOLGA
UM SIMPLES CAFEZINHO ME DROGA
DEUS NÃO ME AJUDA, MESMO ASSIM, MADRUGO
O SÉTIMO DIA FOI SEU MAIOR ABSURDO




THADEU E SERGIO VIRALOBOS





quarta-feira, outubro 29, 2008


DESMONTE A MÃO DA RAZÃO

DEUS NÃO EXISTE
MAS VAI EXISTIR
MACACO FOI NOSSO PAI
E O PROTÓTIPO CONTINUA TRISTE
TODO DIA UM NOVO DEUS NATIMORTO

ASSISTO CONGELAMENTO DE OVOS E ESPERMAS
A BUCETA, VAIDOSA, VAI DAR LUZ LOGO
AO HOMEM NOVO
MISTO DE JACARÉ COM URUBU DE TRÊS PERNAS

THADEU E SERGIO VIRALOBOS




ABRAÇO AOS AMIGOS URSOS


EM MEIO À FUMAÇA DO MEU SONO
UM ROSTO QUE NUNCA VI MAIS FINO
CHEGANDO, SORRINDO E ME NOMEANDO:
Ó, CHEFE DOS ESCOTEIROS JUNKIES !
NÃO, NÃO É UM FILME DE DAVID CRONEMBERG
É SÓ UM SONHO EM CURTA-METRAGEM SOBRE MEUS AMIGOS
EU POR TODOS E TODOS CADA UM POR SI
PERDIDO E ME PERDENDO PELOS OUTROS
COMO BOI DE PIRANHA DA MANADA NIHILISTA
ATRAVESSANDO VELHA QUE NÃO QUERIA SER ATRAVESSADA
ACORDEI COM UMA FISGADA NA CARTEIRA
MEU MELHOR AMIGO COM UMA ARMA NA MINHA CARA
FOI ENTÃO QUE UMA LÂMPADA ACENDEU-ME A IDÉIA:
- DECLARO ABERTA A TEMPORADA DE CAÇA !


THADEU E SERGIO VIRALOBOS





REDOMA À PROVA DE NADA

O ATO FOI, COMO DIREI, EXORBITANTE
ONDA DE ESPINHOS NUM MAR DE ROSAS
CRÍTICA NÃO É ARMA DE AMANTE
CAUSAM-ME ALERGIA AS MÁS NOVAS
BASTAM MEUS PROBLEMAS DE SOLUÇÃO ERRANTE
NÃO FUI CRIADO PRA ENFRENTAR UMA CRISE
DURMO COM PANOS QUENTES POR COBERTA
A VIDA NÃO É MAIS ANIMADA POR WALT DISNEY
FICOU ESTA MULTIDÃO DE ESTRAGA-FESTA
O CANTO DO GALO FOI O CANTO DE CISNE


THADEU E SERGIO VIRALOBOS



terça-feira, outubro 28, 2008


plástica

plástica é a minha visão sobre as coisas
que a vida encerra pro artista
que iluminam pontos de vista
pra que possamos dizer
o que nunca dizemos
para que saibamos que a verdade
é um elemento da vida

plástica, pura plástica, cores divididas,
num painel que dá pruma janela
de onde você enxerga a felicidade

nunca mais vamos riscar o quadro
de um artista abstrato
e dizer que é um barato
eliminar as pedras do sapato

plástica é a minha visão sobre as coisas
que a vida encerra pro artista


(thadeu w, bárbara e octávio camargo)




não é querer dizer

mas esse aí sou eu
ou isso aí é você?

thadeu w



Carlos Careqa


Esse é o cara!



]

Renato, Ferreira, Mola e Rodrigão.


no tempo do contra tudo
eu era até contrabanda



se vier com destruição
queimada ou motoserra
eu vou te plantar a mão!


comedor de ranpo


choro de criança
tudo que me dá nos nervos
me vem na lembrança


guardador de vaca

O que que é isso, meu Deus do Céu?!



Marcadores:



eu sei de tudo



não me venha com essa conversa fiada

eu vi o que você fez ontem de madrugada

ficou escrevendo poeminhas, versinhos,

bisbilhotando blogs,

fumando seus cigarrinhos,

se lembrou de alguns loves

depois pegou o violão

e descascou uma canção

como se contasse um segredo

tão baixinho

tão alegrinho

que até o sol acordou mais cedo



nabuto almada




domingo, outubro 26, 2008


TEORIA DA DECOMPOSIÇÃO


Minha escola literária é o boteco,
Sol da meia-noite no cu da madrugada,
Encontro de silêncios que fazem eco,
Raspa da sociedade desequilibrada.

As teorias valem durante uma rodada,
Na seguinte já virou papo de cacareco.

Frase de efeito é trovão de gargalhada,

Coitado daquele que ousar um repeteco.

Sou um soldado romântico, em pé de guerra,
Contra tudo e contra todos os contrários
À alegria e ao lirismo bêbado do poeta.


Essa fatal mira eclipsada, que jamais erra,

É o coração, arco apto para disparos

Mortais nos hipócritas ou gente como essa!




Comedor de Ranho



quinta-feira, outubro 23, 2008


HOJE, quinta-feira, Octávio Camargo (composição e violão),
Bárbara Kirchner (canto).


— Finnegans Wake (James Joyce) 3 fragmentos. Upturnpikepointandplace/Brekkek/Finn

Canções de Thadeu Wojciechowski, Octávio Camargo e Bárbara Kirchner.

1. Capitu

2. Vale de lágrimas
3. Porto de Antonina
4. Afinado
5. Tenho pela frente a vida inteira

6. Intranquilis

7. Vendaval

8. O assinalado
9. Mesmice

10. Língua madura

11. Porta-retrato

12. Lua cheia

13. Raiva destilada

14. O poeta
15. Fanfarrão

16. Plástica


Horário: 19h30.

Local: Casa Gomm, Rua Bruno Filgueira, 850
(final da quadra, virando à direita, sentido Rua Vicente Machado - Centro).

Ingresso gratuito.





NÃO CONCORDO!

Censura não é, nunca foi e nem será solução.



Tiraram do ar o blog bocagil.blogspot.com, assim sem mais nem menos. Deve ter algumas pessoas bem satisfeitas, mas eu não estou. Odeio a censura e todas as lembranças que tenho da ditadura militar. Está certo que o poeta anônimo abusou do bom senso e brincou com coisas sérias, beirando à total irresponsabilidade. Os ataques pessoais se tornaram a tônica e daí a coisa degringolou rapidamente, principalmente pelo mau gosto e pela gratuidade das ofensas e agressões. Porém, surgiram coisas muito interessantes no calor dos bate-bocas. Pena que não copiei mais coisas, pois com o desaparecimento do blog se perderam bons comentários. Selecionei alguns textos de estranhos personagens que por lá apareceram, quase todos assinaram com pseudônimos e não tenho a menor idéia de quem sejam, mas me fizeram dar boas gargalhadas. Alguns deles, retirei do blog do Ivan Justen. Divirtam-se.


Resposta de Ivan ao Bocágil ( é importante ir ao blog do Ivan para entender o contexto desta resposta)


Constato, bocejando, que esperneia
bocágil, sempre agindo no seu nível -
pobreza de um estilo defectível
com um teor fiado em mesma teia:
nas rimas, o "manhã" com "amanhã",
no ritmo, o mal jambrado enjambement...

Atroz, retira trépido um ataque,
trocando o "plágio" pela "subserviência" -
tal troca foi de um peido por um traque,
em reduções que traem inconsciência:
Leminski foi bem mais que "haicaísta",
como o chama bocágil, que despista...

Por fim, quem tenta me acusar covarde?
Um "ágil" lento, oculto em anonímia -
a soprar: "ataco outro..." - Já vais tarde!
Meu verso disparou-te a língua nímia:
"ausência" é tua ausência que te espelha -
"fracasso" é meu barulho em tua orelha.




Uma das réplicas do Bocágil ao Ivan Justen:



Pois bem, vou lecionar-te em terça rima,
visto que as aulas que demais precisas
são tantas que não cabem na suprema

obra prima, o soneto. Sopras brisa?
Eu sou tormenta: - As tuas dez quadrinhas
parecem mais uma marchinha cinza,

uma ciranda pra ninar as criancinhas.
O teu leitor já te imagina rouco,
cantando, tonto e louco, a ‘batatinha

quando nasce” ou qualquer outro descoco
ao nível de teus versos infantis.
Patati patatá, teu ritmo a soco

tampouco me convence. E consoante
ao principiante passo de teus pés
estão as tuas rimas hesitantes

e barrocas, tal como se paetês
e lantejoulas fossem preferíveis
à nudez da mulher. Um tolo és,

um tolo e nada mais. E as sofríveis
tentativas de esconder a covardia?
O medo (o calcanhar) e as ilegíveis

invectivas vãs à forma - arredia
às tuas mãos impróprias? Mais te vale,
Ivan, eu te repito neste dia

grave, que vale mais que tu te cales
a que te afogues em palavras pobres
dispostas em sentenças podres. Cale-se

a boca torpe e ascenda-se por sobre
toda a cidade a boca ágil, viva,
de um ser que pisa a Quinze como um nobre,

com pés malandros e alma combativa.
Já basta de impostores perspicazes.
Esta cidade, a minha Curitiba,

possui a sua voz nativa, e quase,
se te crê, e nos teus treze comparsas,
a troca por bocejos frágeis; quase

troca a boca maldita pela farsa
de uma língua medíocre, ilusionista.
Já nada mais agora te disfarça,

arranca o véu que te mascara e, triste,
escuta o canto que o poeta canta
co’a maestria de um supremo artista:

as flores dos ipês, como uma manta,
estão ao pé das árvores na praça.
Hoje começa a primavera, e encanta

a todos. E é bem bom que se desfaça
o frio e a paz se faça, como se um rio
corresse sempre à foz que nos congraça.

A paz que te propus é como um fio
que liga um peito ao outro, mas é frágil.
Lá atrás eu te propus, porque confio

que o duelo em palavras é um estágio
pra chegar-se ao silêncio, ao bem oculto.
Mas se te apraz negar-me, a mim Bocágil,

a paz gentil, capaz ao homem culto,
não há problema, não temo teus poemas,
pois sob a flor do ipê já estás sepulto.



Entra na disputa um tal de Boca do Purgatório, que, segundo o Bocágil, seria eu.



soneto só e tão somente para dizer adeus ao bocágil e que, por ser frágil e frouxa a maioria de seus versos, mesmo assim não lhe quero mal, mas espero dias melhores e melhores tratos aos seus saberes.

do ivan, espero menos menosprezo ao adversário que se apresente, pois poeta, por mais fraco que seja, é um elo da nossa mesma corrente. a propósito, ivan, ele não é o inimigo. quem é o inimigo? quem é bocágil, quem é você?

obrigado, mas não precisam me responder.


Este soneto é uma resposta ao Bocágil que se dizia gênio e que tinha vindo ao mundo para desmascarar, segundo ele, os treze poetas que são amigos do Ivan Justen. O Ivan naquele momento da disputa tinha feito um comentário sobre o Boca do Purgatório e por isso também levou um piparote no início do poema.



boca do purgatório

não fale, justo ivan, meu nome em vão,
desavisado é quem, sem nem saber
do que se trata, põe-se a não caber
em si e intitular-se sabichão...

tão nobre, o infeliz, de pés no chão,
com a bunda de fora, diz o quê?
como um reles dândi, o “lavoisier
dos versos” descobriu que a combustão

se dá quando o inflamável ao oxigênio
faz contato e, então, ateia às vestes
o fogo da imodéstia e se acha: “gênio!”

diz mais: “em curitiba treze pestes
há, que me contaminam, vou varrê-los
e nem ao menos despenteio os cabelos!”

Gregório de Campos



Ivan, finaliza a discussão com este soberbo poema:



Depois duma viagem a Londrina...



Depois duma viagem a Londrina
(fui pro Londrix, festar literatura),
me animo a fazer uso da terzina –

talvez eu ilumine a mina escura
na qual chafurda um “vate” possuído
pela nhaca macaca da chatura.

Tal “vate” se acha o máximo: embebido
nos mucos e melecas do seu ego,
surgiu regurgitando por aqui. Do

pico da sua empáfia expressou: “pego
as fezes que tu fazes, Ivan Justen,
e faço delas peças do meu lego”.

Por mais que tais peçonhas não se ajustem
ao ovo de colombo (um simples tema:
não foi composto a fim de que se assustem),

o “vate” despertou ao som de: “gema”.
E então começa um desafio de verve:
eu, questionando as rimas, o problema

do gol de mão, o ritmo que não serve
no metro de arranjos mal ajambrados,
enquanto o sangue corre, queima, ferve;

e o “vate”, inflando, aprimora os brados,
afia as garras nos meus gumes, sobe
a aposta, cria um blogue. Desdobrados

os comentários, outras vozes sobre
as obras tentam provocar mais briga.
O “vate” atinge um tom que se quer “nobre”,

mostrando até que ponto ele se obriga
em sua “primeira grande resposta” –
pra mim, o desgraçado duma figa

tinha feito assim uma grande bosta.
Com três haicais soltei-lhe um peteleco,
e, em sacrifício, pus minha alma exposta –

fantasma irônico, rimando em eco:
achei sinistro o alerta de soberba,
talvez porque eu também sinta que peco...

A coisa ficou toda mais acerba,
perdi minha paciência com uns danos
a versos pro Batista: pô, que merda!

– são versos que já têm mais de dez anos...
Agora o “vate” investe em dois pseudônimos,
mira Thadeu e Béco: cai de enganos –

fascina-se por elogios anônimos?
Fácil, bem fácil: quer fazer “faxina
em Curitiba” o tonto com os encômios!

Porém, na fúria fútil e assassina
mancha a cidade em vez de celebrá-la,
sucumbe a um sádico prazer, e mina

as próprias fontes, paladino mala!
Vieste aqui celebrar meu enterro,
mas minha voz, mesmo em surto, não cala:

Bocágil, tu és o tolo, teu é o erro:
acuso os golpes – mas naquela terza rima
(à qual reconheceram: obra-prima)

a certa altura a tua voz ficou serena -
e a minha, agora, já largando a forma fixa,
pela emoção que sempre triunfa nas arenas,

propõe-te a trégua das sublimes canções líricas...



A partir daqui, os posts foram copiados do blog do Bocágil.



Depois de alguns ataques de péssimo gosto a Luci Collin e Helena Kolody, entra em cena alguém que se auto intitula Porrão de Eunuco e faz 3 ou 4 posts. O apelido Bocamol para Bocágil foi dado por ele.



O poeta reitera suas boas intenções e manda ao inferno a cultura pitoresca e, ao mesmo tempo, picaresca, de seu desafeto infanto-juvenil Bocamol.


Nada mais fácil, vil Bocágil, do que a crítica

anônima, covarde, essa sem face a face,

que tenta validar sua amargura cítrica,

ao apontar defeitos, tal desmascarasse.


Teu repto, Bocamol, repito, não tem fundos.

Falas sem conhecer, conheces por ouvir

falar. E, papagaio, repetes sons oriundos

das bocas que fazem da arte um souvenir.


Um salão é tudo que queres e a miúda

rataiada, que te aplaude e ri, já faz fila

para, no chá das dezessete, ler tua bula

e se livrar das doenças dos poetas da vila.


Morde a língua, hipócrita! O teu veneno,

em doses homeopáticas, destilo, aplico

em minha veia poética e, tu, lazarento,

aplaudirás de pé a obra que edifico!


Sim, fariseu, minha vingança se avizinha.

E como um farol do saber em Curitiba,

lançando luzes e expulsando tua alminha,

com a boca maldita, eu, o divino escriba,


ressuscitarei mortos, andarei nas águas,

e, pra provar que sou bom, justo e verdadeiro,

limparei as tuas chagas, curarei tuas mágoas,

e lançar-te-ei, puro, ao Hades derradeiro!


Porrão de Eunuco


Outra aparição que me chamou a atenção foi a de uma "tia do Bocágil" que em versos hilariantes fez a gênese do poeta. O Porrão de Eunuco já tinha se retirado quando foi ressuscitado pelo seu post.



O poeta, por não obter resposta, se retira e, sem cuspir no prato onde comeu, analisa o labor infanto-juvenil do Bocamol.



É triste, Bocamol, querer ser Dante, Poe,

Leminski, Marcos Prado e ser um Bocágil

de merda, um inútil, que tergiversou

e escreveu em si mesmo: CUIDADO SOU FRÁGIL!


Atacas, e o que atacas já se agigantou.

É como se cuidasses de um acento ágil

e ele, em câmera lenta, detalhasse em clo-

se a real pachouchada, manca, quase estátil!


Teus versos são conversa mole, paspalhão.

Trocas palavras de outros e pensas que inovas?

És um copista plagiador e papelão


É teu sujo papel. E se me pedes provas

Do que digo, te digo que és pior que um mendigo,

Pois este, quando pede a mim, é atendido!

Porrão de Eunuco



Por que vos retirais não sei, meu querido Porrão de Eunuco, mas sei por que entro. Entro porque sou a guarda de minha irmã, que hoje apodrece no Hospício, e cuja maior loucura foi ter parido um pária dessa estirpe do Bocágil. Entro para contar a história da vida de meu sobrinho, sem remendos, sem meias palavras, para que todos saibam com que canalha estão lidando. Me perdoem, alguns pés quebrados, pois ainda estou aprendendo a versejar.




De uma puta assanhada, velha e fedorenta,

Veio ao mundo Bocágil, misto de rebento

Com cacaca de ave negra e agourenta.

Ao cu de onde saía, disse: "Eu te arrebento!"


E foi arrebentando o cu da mãe que o trôço

Deu-se à luz e cagou pela primeira vez.

Criado no prostíbulo, desde garoto

Soube com quantos paus se faz o que ele fez.


Por não tirar o reto da reta, o cuzão,

Tomando gosto, jeito e ares de mocinha,

De quando em quando, sentava na bonequinha

E escrevia versos esporrados de emoção.


Era uma flor de macho num corpo de fêmea

E foi por isso, só por isso que seu cu

Encontrou num sabugo a tal da alma gêmea,

Que, para seu gozo,era natural de Itu!


Ao atingir maturidade, o pobre vate

Veio dar com sua bunda aqui em Curitiba,

Mas de boquete em boquete sua boca age

E age tão ágil que, para o resto da vida,


Em vez do cu comem a boca do Bocágil.

Mas um ser tão formoso quanto feminil

Aqui não se cria e a criatura tão frágil,

rabo entre as pernas, vai pra puta que o pariu!


De lá, por via do blog, reclama por vingança

E diz mais: "Eu, Bocágil, que a todos chupava,

Com graça e zelos mil, de porra enchia a pança

Até o cu fazer bico e a ninguém me negava...


Eu voltarei! E nem que o bom cabrito berre

E nem que a vaca tussa e nem vem que não tem,

Eu voltarei! E pelas barbas de Kilkerry,

Não restará um poeta neste quem é quem!


Patty Faria, a tiazinha



Pela coerência, equilíbrio, clarividência e maturidade, gostei muito do “nosso Catulo”:



ATALAIA



musa,

ouve meu grito

daqui até o infinito

nenhuma excusa

ouvirás

de minha boca santa


todas as

palavras em minha lavra

a anta

o jacaré

o pingüim

o helicóptero

tudo aquilo que é

terá dentro de mim

um lugar no estoque do

meu coração

enorme

que, como um leão

que dorme

o sono dos justos

não tem quem o dome

e nem lhe pregue sustos


vã a vazia

poesia

some

sem o nome

do poeta


em versos vãos

e de forma incompleta

vão-se

argumentos

pensamentos

que por não terem destino

perdem o tino

e a emoção

por terem batido

em quem já está abatido

pela plebe ignara dominante


como pode alguém

ser tão ignorante

a ponto de julgar que quem

escreve um verso

seja tão perverso

quanto um requião da vida

ou um fernando henrique

e ainda esteja em dívida

caso um vago Bocágil o indique?


Catulo da Paixão Paranaense


Infelizmente só copiei esses textos. Tinha até um comentário meu em forma de soneto, mas como escrevi nos comentários do blog do Bocágil, perdeu-se para sempre.


Fica aqui o meu protesto.












canção de amor ao físico


onde se encontram as paralelas
no princípio ou no fim?
quando será que serão elas
segmentos de reta enfim?

ponto após ponto até ficar tonto
o mundo é pequeno demais pra tanto eu
esse infinito universo criado
por ferreira, edilson e thadeu

(ferreira, edilson e thadeu)