Tupan, Sérgio, Thadeu, Renato e Rodrigo em agradável convescote.
respeitável público!
hoje acordei pensando num poema obra prima da minha vida inútil um rosto inédito através do fútil mas eu estava murcho, sem antena e não pegava nem mesmo no tranco - a alma era só uma página em branco
mas não me dei por perdedor, ah não! “isso não vai ficar assim” - gritei! com a cordialidade de um ok escrevi um verso para mim então e, nesse verso, vi que as minhas dores são as suas, senhoras e senhores!
"Quando fizeres algo nobre e belo e ninguém notar, não fiques triste. Pois o sol toda manhã faz um lindo espetáculo e, no entanto, a maioria da platéia ainda dorme..."
"Não se drogue por não ser capaz de suportar sua própria dor. Eu estive em todos os lugares e só me encontrei em mim mesmo."
"É uma falta de responsabilidade esperar que alguém faça as coisas por nós."
"Deus é um conceito pelo qual medimos o nosso sofrimento."
"O trabalho não justifica a existência. A gente trabalha para existir e vice-versa."
"Eu quero dinheiro apenas para ser rico."
"Pense globalmente e atue localmente."
"Amo a liberdade, por isso deixo as coisas que amo livres. Se elas voltarem é porque as conquistei. Se não voltarem é porque nunca as possuí."
"A vida é aquilo que acontece enquanto você está planejando o futuro."
"Antigamente, o defunto tinha domicílio. Ninguém o vestia às pressas, ninguém o despachava às escondidas. Permanecia em casa, dentro de um ambiente em que até os móveis eram cordiais e solidários. Armava-se a câmara-ardente num doce sala de jantar ou numa cálida sala de visitas, debaixo dos retratos dos outros mortos. Escancaravam-se todas as portas, todas as janelas; e esta casa iluminada podia sugerir, à distância, a idéia de um aniversário, de um casamento ou de um velório mesmo."
O CORAÇÃO É A PARTE MAIS IMPORTANTE PRA MIM PULOU NA FRENTE QUANDO ERA PARA EU PULAR NO FUTURO HAVERÁ UM MUSEU CHEIO DE NOVIDADES: AMPLIFICADORES VALVULADOS, GUITARRAS GIBSON E ENERGIA SOLAR
EXPLICAÇÕES QUE MINHA PROFUNDIDADE TEM A DAR: NO TRANSÍSTOR A DISTORÇÃO É SIBILANTE MEU SONHO PESSOAL AMPLIFICADO EM MILHÕES DE WATTS ! O EQUIPAMENTO VAI ME DEIXAR TRANSMITIR ISSO?
ENTREVISTA DE ARNALDO BATISTA A SERGIO VIRALOBOS E THADEU W
VOCÊ FOI MINHA DAMA DE COPAS E MESA EU VALIA UM VALETE DE OURO MAS AO TE EMBARALHAR ME FALTOU DESTREZA O QUE PERDI VOCÊ GANHOU EM DOBRO A CARTOMANTE LÊ AS CARTAS QUE TE ESCREVI E O CORINGA NOS DEIXA DE RESTO VOCÊ ME MATOU MAS EU NÃO MORRI NUNCA VI TANTOS AZES NUM BARALHO HONESTO
É ALTAMENTE EFICIENTE FICAR DOENTE NAS FÉRIAS NUNCA PARAR PRA ESPIRRAR DESOBSTRUI MINHAS ARTÉRIAS NEM DESCANSO ME DARÁ ENCOSTO NENHUM ESPELHO PÁRA MEU ROSTO ESTOU A ANOS-EXTRA DA FOLGA UM SIMPLES CAFEZINHO ME DROGA DEUS NÃO ME AJUDA, MESMO ASSIM, MADRUGO O SÉTIMO DIA FOI SEU MAIOR ABSURDO
EM MEIO À FUMAÇA DO MEU SONO UM ROSTO QUE NUNCA VI MAIS FINO CHEGANDO, SORRINDO E ME NOMEANDO: Ó, CHEFE DOS ESCOTEIROS JUNKIES ! NÃO, NÃO É UM FILME DE DAVID CRONEMBERG É SÓ UM SONHO EM CURTA-METRAGEM SOBRE MEUS AMIGOS EU POR TODOS E TODOS CADA UM POR SI PERDIDO E ME PERDENDO PELOS OUTROS COMO BOI DE PIRANHA DA MANADA NIHILISTA ATRAVESSANDO VELHA QUE NÃO QUERIA SER ATRAVESSADA ACORDEI COM UMA FISGADA NA CARTEIRA MEU MELHOR AMIGO COM UMA ARMA NA MINHA CARA FOI ENTÃO QUE UMA LÂMPADA ACENDEU-ME A IDÉIA: - DECLARO ABERTA A TEMPORADA DE CAÇA !
O ATO FOI, COMO DIREI, EXORBITANTE ONDA DE ESPINHOS NUM MAR DE ROSAS CRÍTICA NÃO É ARMA DE AMANTE CAUSAM-ME ALERGIA AS MÁS NOVAS BASTAM MEUS PROBLEMAS DE SOLUÇÃO ERRANTE NÃO FUI CRIADO PRA ENFRENTAR UMA CRISE DURMO COM PANOS QUENTES POR COBERTA A VIDA NÃO É MAIS ANIMADA POR WALT DISNEY FICOU ESTA MULTIDÃO DE ESTRAGA-FESTA O CANTO DO GALO FOI O CANTO DE CISNE
plástica é a minha visão sobre as coisas que a vida encerra pro artista que iluminam pontos de vista pra que possamos dizer o que nunca dizemos para que saibamos que a verdade é um elemento da vida plástica, pura plástica, cores divididas, num painel que dá pruma janela de onde você enxerga a felicidade nunca mais vamos riscar o quadro de um artista abstrato e dizer que é um barato eliminar as pedras do sapato plástica é a minha visão sobre as coisas que a vida encerra pro artista
Minha escola literária é o boteco, Sol da meia-noite no cu da madrugada, Encontro de silêncios que fazem eco, Raspa da sociedade desequilibrada.
As teorias valem durante uma rodada, Na seguinte já virou papo de cacareco. Frase de efeito é trovão de gargalhada, Coitado daquele que ousar um repeteco.
Sou um soldado romântico, em pé de guerra, Contra tudo e contra todos os contrários À alegria e ao lirismo bêbado do poeta.
Essa fatal mira eclipsada, que jamais erra, É o coração, arco apto para disparos Mortais nos hipócritas ou gente como essa!
HOJE, quinta-feira, Octávio Camargo (composição e violão), Bárbara Kirchner (canto).
— Finnegans Wake (James Joyce) 3 fragmentos.Upturnpikepointandplace/Brekkek/Finn
Canções de Thadeu Wojciechowski, Octávio Camargo e Bárbara Kirchner.
1. Capitu 2. Vale de lágrimas 3. Porto de Antonina 4. Afinado 5. Tenho pela frente a vida inteira 6. Intranquilis 7. Vendaval 8. O assinalado 9. Mesmice 10. Língua madura 11. Porta-retrato 12. Lua cheia 13. Raiva destilada 14. O poeta 15. Fanfarrão 16. Plástica Horário: 19h30. Local: Casa Gomm, Rua Bruno Filgueira, 850 (final da quadra, virando à direita, sentido Rua Vicente Machado - Centro).
Tiraram do ar o blog bocagil.blogspot.com, assim sem mais nem menos. Deve ter algumas pessoas bem satisfeitas, mas eu não estou. Odeio a censura e todas as lembranças que tenho da ditadura militar. Está certo que o poeta anônimo abusou do bom senso e brincou com coisas sérias, beirando à total irresponsabilidade. Os ataques pessoais se tornaram a tônica e daí a coisa degringolou rapidamente, principalmente pelo mau gosto e pela gratuidade das ofensas e agressões. Porém, surgiram coisas muito interessantes no calor dos bate-bocas. Pena que não copiei mais coisas, pois com o desaparecimento do blog se perderam bons comentários. Selecionei alguns textos de estranhos personagens que por lá apareceram, quase todos assinaram com pseudônimos e não tenho a menor idéia de quem sejam, mas me fizeram dar boas gargalhadas. Alguns deles, retirei do blog do Ivan Justen. Divirtam-se.
Resposta de Ivan ao Bocágil ( é importante ir ao blog do Ivan para entender o contexto desta resposta)
Constato, bocejando, que esperneia
bocágil, sempre agindo no seu nível -
pobreza de um estilo defectível
com um teor fiado em mesma teia:
nas rimas, o "manhã" com "amanhã",
no ritmo, o mal jambrado enjambement...
Atroz, retira trépido um ataque,
trocando o "plágio" pela "subserviência" -
tal troca foi de um peido por um traque,
em reduções que traem inconsciência:
Leminski foi bem mais que "haicaísta",
como o chama bocágil, que despista...
Por fim, quem tenta me acusar covarde?
Um "ágil" lento, oculto em anonímia -
a soprar: "ataco outro..." - Já vais tarde!
Meu verso disparou-te a língua nímia:
"ausência" é tua ausência que te espelha -
"fracasso" é meu barulho em tua orelha.
Uma das réplicas do Bocágil ao Ivan Justen:
Pois bem, vou lecionar-te em terça rima,
visto que as aulas que demais precisas
são tantas que não cabem na suprema
obra prima, o soneto. Sopras brisa?
Eu sou tormenta: - As tuas dez quadrinhas
parecem mais uma marchinha cinza,
uma ciranda pra ninar as criancinhas.
O teu leitor já te imagina rouco,
cantando, tonto e louco, a ‘batatinha
quando nasce” ou qualquer outro descoco
ao nível de teus versos infantis.
Patati patatá, teu ritmo a soco
tampouco me convence. E consoante
ao principiante passo de teus pés
estão as tuas rimas hesitantes
e barrocas, tal como se paetês
e lantejoulas fossem preferíveis
à nudez da mulher. Um tolo és,
um tolo e nada mais. E as sofríveis
tentativas de esconder a covardia?
O medo (o calcanhar) e as ilegíveis
invectivas vãs à forma - arredia
às tuas mãos impróprias? Mais te vale,
Ivan, eu te repito neste dia
grave, que vale mais que tu te cales
a que te afogues em palavras pobres
dispostas em sentenças podres. Cale-se
a boca torpe e ascenda-se por sobre
toda a cidade a boca ágil, viva,
de um ser que pisa a Quinze como um nobre,
com pés malandros e alma combativa.
Já basta de impostores perspicazes.
Esta cidade, a minha Curitiba,
possui a sua voz nativa, e quase,
se te crê, e nos teus treze comparsas,
a troca por bocejos frágeis; quase
troca a boca maldita pela farsa
de uma língua medíocre, ilusionista.
Já nada mais agora te disfarça,
arranca o véu que te mascara e, triste,
escuta o canto que o poeta canta
co’a maestria de um supremo artista:
as flores dos ipês, como uma manta,
estão ao pé das árvores na praça.
Hoje começa a primavera, e encanta
a todos. E é bem bom que se desfaça
o frio e a paz se faça, como se um rio
corresse sempre à foz que nos congraça.
A paz que te propus é como um fio
que liga um peito ao outro, mas é frágil.
Lá atrás eu te propus, porque confio
que o duelo em palavras é um estágio
pra chegar-se ao silêncio, ao bem oculto.
Mas se te apraz negar-me, a mim Bocágil,
a paz gentil, capaz ao homem culto,
não há problema, não temo teus poemas,
pois sob a flor do ipê já estás sepulto.
Entra na disputa um tal de Boca do Purgatório, que, segundo o Bocágil, seria eu.
soneto só e tão somente para dizer adeus ao bocágil e que, por ser frágil e frouxa a maioria de seus versos, mesmo assim não lhe quero mal, mas espero dias melhores e melhores tratos aos seus saberes.
do ivan, espero menos menosprezo ao adversário que se apresente, pois poeta, por mais fraco que seja, é um elo da nossa mesma corrente. a propósito, ivan, ele não é o inimigo. quem é o inimigo? quem é bocágil, quem é você?
obrigado, mas não precisam me responder.
Este soneto é uma resposta ao Bocágil que se dizia gênio e que tinha vindo ao mundo para desmascarar, segundo ele, os treze poetas que são amigos do Ivan Justen. O Ivan naquele momento da disputa tinha feito um comentário sobre o Boca do Purgatório e por isso também levou um piparote no início do poema.
boca do purgatório
não fale, justo ivan, meu nome em vão,
desavisado é quem, sem nem saber
do que se trata, põe-se a não caber
em si e intitular-se sabichão...
tão nobre, o infeliz, de pés no chão,
com a bunda de fora, diz o quê?
como um reles dândi, o “lavoisier
dos versos” descobriu que a combustão
se dá quando o inflamável ao oxigênio
faz contato e, então, ateia às vestes
o fogo da imodéstia e se acha: “gênio!”
diz mais: “em curitiba treze pestes
há, que me contaminam, vou varrê-los
e nem ao menos despenteio os cabelos!”
Gregório de Campos
Ivan, finaliza a discussão com este soberbo poema:
Depois duma viagem a Londrina...
Depois duma viagem a Londrina
(fui pro Londrix, festar literatura),
me animo a fazer uso da terzina –
talvez eu ilumine a mina escura
na qual chafurda um “vate” possuído
pela nhaca macaca da chatura.
Tal “vate” se acha o máximo: embebido
nos mucos e melecas do seu ego,
surgiu regurgitando por aqui. Do
pico da sua empáfia expressou: “pego
as fezes que tu fazes, Ivan Justen,
e faço delas peças do meu lego”.
Por mais que tais peçonhas não se ajustem
ao ovo de colombo (um simples tema:
não foi composto a fim de que se assustem),
o “vate” despertou ao som de: “gema”.
E então começa um desafio de verve:
eu, questionando as rimas, o problema
do gol de mão, o ritmo que não serve
no metro de arranjos mal ajambrados,
enquanto o sangue corre, queima, ferve;
e o “vate”, inflando, aprimora os brados,
afia as garras nos meus gumes, sobe
a aposta, cria um blogue. Desdobrados
os comentários, outras vozes sobre
as obras tentam provocar mais briga.
O “vate” atinge um tom que se quer “nobre”,
mostrando até que ponto ele se obriga
em sua “primeira grande resposta” –
pra mim, o desgraçado duma figa
tinha feito assim uma grande bosta.
Com três haicais soltei-lhe um peteleco,
e, em sacrifício, pus minha alma exposta –
fantasma irônico, rimando em eco:
achei sinistro o alerta de soberba,
talvez porque eu também sinta que peco...
A coisa ficou toda mais acerba,
perdi minha paciência com uns danos
a versos pro Batista: pô, que merda!
– são versos que já têm mais de dez anos...
Agora o “vate” investe em dois pseudônimos,
mira Thadeu e Béco: cai de enganos –
fascina-se por elogios anônimos?
Fácil, bem fácil: quer fazer “faxina
em Curitiba” o tonto com os encômios!
Porém, na fúria fútil e assassina
mancha a cidade em vez de celebrá-la,
sucumbe a um sádico prazer, e mina
as próprias fontes, paladino mala!
Vieste aqui celebrar meu enterro,
mas minha voz, mesmo em surto, não cala:
Bocágil, tu és o tolo, teu é o erro:
acuso os golpes – mas naquela terza rima
(à qual reconheceram: obra-prima)
a certa altura a tua voz ficou serena -
e a minha, agora, já largando a forma fixa,
pela emoção que sempre triunfa nas arenas,
propõe-te a trégua das sublimes canções líricas...
A partir daqui, os posts foram copiados do blog do Bocágil.
Depois de alguns ataques de péssimo gosto a Luci Collin e Helena Kolody, entra em cena alguém que se auto intitula Porrão de Eunuco e faz 3 ou 4 posts. O apelido Bocamol para Bocágil foi dado por ele.
O poeta reitera suas boas intenções e manda ao inferno a cultura pitoresca e, ao mesmo tempo, picaresca, de seu desafeto infanto-juvenil Bocamol.
Nada mais fácil, vil Bocágil, do que a crítica
anônima, covarde, essa sem face a face,
que tenta validar sua amargura cítrica,
ao apontar defeitos, tal desmascarasse.
Teu repto, Bocamol, repito, não tem fundos.
Falas sem conhecer, conheces por ouvir
falar. E, papagaio, repetes sons oriundos
das bocas que fazem da arte um souvenir.
Um salão é tudo que queres e a miúda
rataiada, que te aplaude e ri, já faz fila
para, no chá das dezessete, ler tua bula
e se livrar das doenças dos poetas da vila.
Morde a língua, hipócrita! O teu veneno,
em doses homeopáticas, destilo, aplico
em minha veia poética e, tu, lazarento,
aplaudirás de pé a obra que edifico!
Sim, fariseu, minha vingança se avizinha.
E como um farol do saber em Curitiba,
lançando luzes e expulsando tua alminha,
com a boca maldita, eu, o divino escriba,
ressuscitarei mortos, andarei nas águas,
e, pra provar que sou bom, justo e verdadeiro,
limparei as tuas chagas, curarei tuas mágoas,
e lançar-te-ei, puro, ao Hades derradeiro!
Porrão de Eunuco
Outra aparição que me chamou a atenção foi a de uma "tia do Bocágil" que em versos hilariantes fez a gênese do poeta. O Porrão de Eunuco já tinha se retirado quando foi ressuscitado pelo seu post.
O poeta, por não obter resposta, se retira e, sem cuspir no prato onde comeu, analisa o labor infanto-juvenil do Bocamol.
É triste, Bocamol, querer ser Dante, Poe,
Leminski, Marcos Prado e ser um Bocágil
de merda, um inútil, que tergiversou
e escreveu em si mesmo: CUIDADO SOU FRÁGIL!
Atacas, e o que atacas já se agigantou.
É como se cuidasses de um acento ágil
e ele, em câmera lenta, detalhasse em clo-
se a real pachouchada, manca, quase estátil!
Teus versos são conversa mole, paspalhão.
Trocas palavras de outros e pensas que inovas?
És um copista plagiador e papelão
É teu sujo papel. E se me pedes provas
Do que digo, te digo que és pior que um mendigo,
Pois este, quando pede a mim, é atendido!
Porrão de Eunuco
Por que vos retirais não sei, meu querido Porrão de Eunuco, mas sei por que entro. Entro porque sou a guarda de minha irmã, que hoje apodrece no Hospício, e cuja maior loucura foi ter parido um pária dessa estirpe do Bocágil. Entro para contar a história da vida de meu sobrinho, sem remendos, sem meias palavras, para que todos saibam com que canalha estão lidando. Me perdoem, alguns pés quebrados, pois ainda estou aprendendo a versejar.
De uma puta assanhada, velha e fedorenta,
Veio ao mundo Bocágil, misto de rebento
Com cacaca de ave negra e agourenta.
Ao cu de onde saía, disse: "Eu te arrebento!"
E foi arrebentando o cu da mãe que o trôço
Deu-se à luz e cagou pela primeira vez.
Criado no prostíbulo, desde garoto
Soube com quantos paus se faz o que ele fez.
Por não tirar o reto da reta, o cuzão,
Tomando gosto, jeito e ares de mocinha,
De quando em quando, sentava na bonequinha
E escrevia versos esporrados de emoção.
Era uma flor de macho num corpo de fêmea
E foi por isso, só por isso que seu cu
Encontrou num sabugo a tal da alma gêmea,
Que, para seu gozo,era natural de Itu!
Ao atingir maturidade, o pobre vate
Veio dar com sua bunda aqui em Curitiba,
Mas de boquete em boquete sua boca age
E age tão ágil que, para o resto da vida,
Em vez do cu comem a boca do Bocágil.
Mas um ser tão formoso quanto feminil
Aqui não se cria e a criatura tão frágil,
rabo entre as pernas, vai pra puta que o pariu!
De lá, por via do blog, reclama por vingança
E diz mais: "Eu, Bocágil, que a todos chupava,
Com graça e zelos mil, de porra enchia a pança
Até o cu fazer bico e a ninguém me negava...
Eu voltarei! E nem que o bom cabrito berre
E nem que a vaca tussa e nem vem que não tem,
Eu voltarei! E pelas barbas de Kilkerry,
Não restará um poeta neste quem é quem!
Patty Faria, a tiazinha
Pela coerência, equilíbrio, clarividência e maturidade, gostei muito do “nosso Catulo”:
ATALAIA
musa,
ouve meu grito
daqui até o infinito
nenhuma excusa
ouvirás
de minha boca santa
todas as
palavras em minha lavra
a anta
o jacaré
o pingüim
o helicóptero
tudo aquilo que é
terá dentro de mim
um lugar no estoque do
meu coração
enorme
que, como um leão
que dorme
o sono dos justos
não tem quem o dome
e nem lhe pregue sustos
vã a vazia
poesia
some
sem o nome
do poeta
em versos vãos
e de forma incompleta
vão-se
argumentos
pensamentos
que por não terem destino
perdem o tino
e a emoção
por terem batido
em quem já está abatido
pela plebe ignara dominante
como pode alguém
ser tão ignorante
a ponto de julgar que quem
escreve um verso
seja tão perverso
quanto um requião da vida
ou um fernando henrique
e ainda esteja em dívida
caso um vago Bocágil o indique?
Catulo da Paixão Paranaense
Infelizmente só copiei esses textos. Tinha até um comentário meu em forma de soneto, mas como escrevi nos comentários do blog do Bocágil, perdeu-se para sempre.